No último dia 22 de junho de 2020, a COMPÓS – Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação – publicou em seu site os resultados do Prêmio Compós de Teses e Dissertações 2020. Dentre os vencedores, encontra-se a mestre em comunicação Mayra Bernardes Medeiros de Carvalho,que recebeu uma menção honrosa com a dissertação ESSE BOOM É NOSSO? Discursos sobre a transição capilar na publicidade de cosméticos, orientada pela professora Laura Guimarães Corrêa, ambas do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da UFMG.

A dissertação de Bernardes estuda a relação entre o processo de transição capilar, debatendo o discurso publicitário da marca Seda, no período de divulgação dos produtos da linha Seda Boom 2017, observando as transformações nas representações da mulher negra na publicidade de cosméticos capilares. Segundo a pesquisadora, seu interesse pelo tema surgiu do desejo de entender melhor a intenção das marcas de cosméticos, sobretudo as mais populares, em alinhar seus discursos com os movimentos feministas: “Sou uma mulher negra que vivenciou uma infância muito marcada por campanhas publicitárias racistas e machistas que colocavam o cabelo cacheado e crespo como feio, ruim e indesejado, e que passou pela transição capilar em um período onde esses cosméticos e as campanhas publicitárias ainda não investiam nos cabelos cacheados e crespos. Ver a discussão sobre representatividade, sobre feminismo e racismo ocupar inclusive campanhas de marcas internacionais me marcou muito e me deixou curiosa sobre essa aproximação.”, explica Bernardes.

O Prêmio de Teses e Dissertações ocorre anualmente, avaliando os trabalhos defendidos entre o dia 1 de janeiro a 31 de dezembro do ano anterior e as submissões devem ser feitas em março de cada ano pelo coordenador do PPG, de acordo com o calendário divulgado pela diretoria. Quando indicadas, as teses e dissertações são analisadas e passam por um processo de seleção de duas etapas.

Mayra também destaca a importância de ter Laura Guimarães como orientadora. Ela afirma que sua presença como uma das poucas professoras negras do PPGCOM, contribuiu para o desenvolvimento, não apenas, da pesquisa, mas também pessoal, pois ambas compreendiam as questões pessoais envolvidas no tema, além do apoio em incluir suas próprias experiências no texto. Em relação a sua participação no grupo Coragem, ela nos conta que ao entrar no mestrado, o grupo ainda era um núcleo temático chamado GrisPub, do Grupo de Pesquisa em Imagem e Sociabilidade (GRIS), focado em discussões sobre publicidade. Além de gostar de participar, a mestre em comunicação salienta a importância da participação de um grupo que reúne professores e alunos negros do programa para debater temas raciais e de gênero conectada a comunicação.

A dissertação de Mayra Bernardes está disponível para leitura no site do PPGCOM e pode ser acessada neste link.

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