Um drama documentário? – atualidade e história em A cidade é uma só?

Cláudia Mesquita

Resumo


O interesse de A cidade é uma só? (2012), de Adirley Queirós, passa
por seu empenho em “historizar” as vivências atuais de três moradores de Ceilândia, cidade satélite de Brasília, relacionando-as à partilha desigual da capital federal, desde a sua construção e inauguração (em 1960). Em sua combinação de procedimentos documentais e dramáticos, o filme busca atribuir historicidade ao presente, mas não opera apenas segundo a chave do “distanciamento”. Distanciar
a história oficial, as representações idealizantes de Brasília e a perpetuação das desigualdades não se opõe, aqui, ao interesse pelo presente vivido – sofrido, lúdico e contraditório – de alguns personagens. Neste artigo, busco me aproximar da dramaturgia singular de A cidade é uma só?, valendo-me do contraste com duas obras anteriores: Brasília, contradições de uma cidade nova (1967), de Joaquim Pedro de Andrade, e Conterrâneos Velhos de Guerra (1992), de Vladimir de Carvalho.

Palavras-chave: Drama. Documentário. História. Brasília.


Texto completo:

PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


...