Pixando os muros do conhecimento

Ana Karina Carvalho de Oliveira defendeu a tese “‘Só assim você me escuta’: arranjos disposicionais dissensuais do aparecimento público de pixadores no contexto do combate ao pixo em Belo Horizonte”. A defesa da pesquisadora ligada ao Gris aconteceu no dia 18 de junho, terça-feira, no auditório Carangola (1º andar da Fafich). A banca foi composta pela professora Laura Guimarães Corrêa (PPGCOM UFMG) e pelos professores Marco Aurélio Máximo Prado (Fafich/UFMG), José Luiz Warren Jardim Gomes Braga (Unisinos) e Jean-Luc Pascal Mouriceau (Institut Mines-Telécom). O trabalho foi orientado pela professora Ângela Cristina Salgueiro Marques (PPGCOM UFMG).

Antes da banca, no período da manhã, o professor José Luiz Braga foi convidado pela coordenadora do PPGCOM UFMG, Ângela Marques, para uma conversa sobre dispositivos, com docentes e discentes da Comunicação. O pesquisador argumentou que há tendência de pensar o dispositivo enquanto código, mas que ele prefere observar o processo comunicativo no jogo do código e inferência, exemplificando: se no Grau 0 da comunicação falta código, no outro oposto, a pura matemática, falta inferência.

“Só assim você me escuta”

Ana Karina apresentou a origem do título de sua tese: o pixo do Viaduto Santa Tereza (foto), e a menção desse pixo por uma pixadora em uma fala pública. A pesquisadora defendeu que sua tese é sobre o método e que tem como principal contribuição o método. Nove eventos descritos na pesquisa, em que pixadores se manifestaram sobre a prática, se deram no mesmo período em que 17 pixadores foram presos na cidade, sendo que condenação por organização criminosa chegou a estabelecer oito anos de detenção.

Na arguição, Jean-Luc destacou como a voz da pesquisadora não se impôs sobre as demais: “essa tese é uma pixação no muro do conhecimento”, no modo tradicional de se fazer pesquisa. Braga destacou que o “trabalho da descoberta é o fundamental” numa pesquisa, e que a tese revelava um contexto máximo de polarização, em que a redução do outro a apenas uma dimensão elimina a comunicação. A professora Laura iniciou sua fala valorizando “uma escrita emocionante, que toca, que afeta”. Já o professor Marco Aurélio interviu a partir de uma leitura em forma de ensaio sobre a tese e o tema. Ao final, antes do comunicado da aprovação, Ângela Marques agradeceu, dando os créditos do trabalho à orientanda.

Defesas

Nos próximos dias, acontecem outras duas defesas de integrantes do Gris. Amanhã, dia 26/06, às 9h30, na sala 3020 da Fafich, Enise de Castro defende a dissertação “A reconfiguração da experiência de ser doméstica através da página ‘Eu, empregada doméstica’”, orientada pela professora Paula Guimarães Simões. 

Na quinta-feira, 27/06, às 14h, na sala do Gris (3047 da Fafich), Samuel Pereira apresenta o trabalho de conclusão de curso “Representação do rodeio e um rodeio de valores: Enquadramentos no documentário da Netflix ‘Fearless – 8 Segundos para a Glória’”, também orientado pela professora Paula, coordenadora do Gris.

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