Paulo Basílio obteve o grau de mestre em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais defendendo sua dissertação ‘Bolsomito’: A construção da imagem pública da celebridade política Jair Bolsonaro no Twitter. A defesa aconteceu na tarde de 17 de fevereiro, no campus Coração Eucarístico da PUC.
Na pesquisa desenvolvida, o recém-mestre analisou 616 tuítes entre 15 de agosto e 28 de outubro de 2018 — período que compreende as eleições presidenciais. Seu objetivo foi identificar que imagem pública do atual Presidente da República estava sendo elaborada naquele agitado momento político do país.
A banca avaliadora foi composta pelo orientador, professor dessa instituição, Ercio Sena, a co-orientadora e fundadora do Gris, Vera França e os professores Marcio Serelle (PUC-MG) e Pablo Viana (UFMG).
Os avaliadores cumprimentaram-no na arguição, evidenciando a importância de estudar a situação política do país nos últimos anos. E também de investigarmos melhor as interfaces entre a política e as novas tecnologias (em especial as redes sociais) e as diversas inserções das celebridades nesses dois mundos em jogo. No embasamento teórico da pesquisa Paulo procurou trabalhar esses eixos.
Na análise, foram categorizadas as interações entre o perfil do então candidato Jair Bolsonaro e usuários do Twitter — seja oposição, apoiadores, célebres ou não. Com isso, o pesquisador identificou temas, posicionamentos e representações recorrentes. Como destacou ao final de sua apresentação, Bolsonaro é ovacionado tanto ao desqualificar adversários, quanto em tuítes de apoio, que atribuem a ele valores como honestidade e autenticidade, defesa da família tradicional e combate à corrupção. Paulo ainda ressaltou a proximidade que os eleitores/fãs expressaram ter com ele em fotos e vídeos de suas visitas a diversos municípios — ao passo que o perfil do candidato retuitava agradecendo e usava isso para qualificar sua campanha como “espontânea” e sem “jogadas de marketing”.
Os professores Pablo Viana e Marcio Serelle chamaram a atenção do pesquisador para características da imagem pública avultantes no período, mas devedoras de certo lastro ou eventos anteriores da vida da personalidade, e que exigem aprofundamento a despeito do foco do trabalho, conforme argumentaram. Serelle indicou, ainda, leituras para ampliar os dados biográficos naquele e em futuros trabalhos.
A banca foi encerrada com as falas dos orientadores, que abordaram os desafios e méritos do percurso do aluno. Eles salientaram sua busca por trabalhar leituras amplas e comentaram os riscos desse movimento e os ajustes feitos nesse sentido desde a qualificação que reorganizaram o texto. Vera França também relacionou tal característica plurivalente do orientando a sua prestatividade e dedicação: “Paulo veio conciliando em sua vida acadêmica generosa participação no Gris e no Mídia e Narrativa“, lembrou.
O grupo de pesquisa da PUC-MG é coordenado pelo professor Marcio Serelle e também tem entre os membros o professor Ercio Sena. Vida longa ao mestre e à parceria entre os grupos!
