Arquivo mensal outubro 2016

porMobiliza UFMG

Mobiliza promove a I Jornada de Comunicação Pública UFMG/UFRGS

O Mobiliza realizou, nos dias 20 e 21 de outubro, a I Jornada de Comunicação Pública UFMG/UFRGS, com o objetivo de reunir pesquisadores (docentes e discentes) da UFMG e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em especial dos grupos Mobiliza e NUCOP/UFRGS – Núcleo de Pesquisa em Comunicação Pública e Política.​

A Jornada constitiu em uma importante atividade de discussão das pesquisas discentes e ex-discentes, bem como de perspectivas e abordagens dos respectivos docentes orientadores. Participaram com papers 18 pesquisadores de ambas as universidades. A temática da Jornada se desdobrou nos seguintes subtemas: Redes de comunicação no espaço público, confrontos entre os interesses privados e públicos, o poder das instituições públicas e sistemas públicos de comunicação, formação da opinião pública, mobilização de atores no espaço público, dilemas da visibilidade pública, estratégias e táticas de comunicação no espaço público.

As atividades foram coordenadas localmente pelos professores Márcio Simeone Henriques e Ângela Cristina Salgueiro Marques, com a participação especial do Prof. João Pissarra Esteves, da Universidade Nova de Lisboa, Portugal, que estará realizando atividades acadêmicas conosco, como visitante. Pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, os trabalhos foram coordenados pela Profa. Maria Helena Weber, líder do NUCOP.

porMobiliza UFMG

Aula Aberta “Media e Democracia: velhos aliados ou novos inimigos?”

O Mobiliza, em conjunto com o PPGCOM-UFMG, apresenta a aula aberta “Media e democracia: velhos aliados ou novos inimigos?”, a ser ministrada pelo Prof. João Pissarra Esteves.

A aula aberta ocorrerá no âmbito da disciplina Comunicação e Espaço Público, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais. A aula ocorrerá no dia 18 de outubro, às 14:00, no auditório Sônia Viegas, da Faculdade de Letras da UFMG.

A aula abordará a distinção entre novos e velhos media tem uma tal evidência que não pode ser contestada, mas é também uma evidência perigosamente óbvia se não merecer o nosso questionamento. Sobretudo quando pensamos os media em termos de comunicação pública e na sua dimensão política; ou mais precisamente ainda, tratando-se da relação dos media com a democracia.

Em vez de arrumar comodamente os media em compartimentos estanques, interessa-nos antes escrutinar a sua desarrumação: compreender como os velhos e os novos media, apesar das diferenças, não são afinal tão diferentes assim entre si. Em concreto no que se refere à sua relação com a democracia, a narrativa que merece ser contada não fala de anjos e demónios; ou talvez dizendo de outro modo, os anjos e os demónios andam aí muito próximos entre si, de uma forma que as perspetivas mais ortodoxas normalmente não imaginam.

A relação dos media com a democracia não é de velhos aliados ou de novos inimigos. É as duas coisas ao mesmo tempo: velhos aliados e novos inimigos, que se habituaram à coexistência desde há muito tempo. Mais do que uma questão de tecnologias, são as nossas sociedades complexas e pluralistas a ditar – no passado e no presente – as condições dessa coexistência; em função das culturas e dos recursos cívicos presentes (ou ausentes) no seu interior.

Para além, obviamente, da própria noção de democracia que tenhamos em mente (quando questionamos o papel político dos media). Não será a forma mais canónica para uma conclusão, mas a pergunta indispensável é esta: de que falamos realmente quando falamos de democracia? E da resposta a esta pergunta depende muito – quase tudo – daquilo que se possa dizer sobre os media.

JOÃO PISSARRA ESTEVES​

Doutor em Ciências da Comunicação, pela Universidade Nova de Lisboa, e Professor Agregado na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas desta mesma universidade. Obras principais em livro (autor): Sociologia da Comunicação (2012); O Espaço Público e os Media (2005); Espaço Público e Democracia (2003 – edição em Portugal e no Brasil); A Ética da Comunicação e os Media Modernos (3.ª ed., 2007). Organizador editorial: Comunicação e Identidades Sociais (2008); Media e Sociedade (2.ª ed., 2009); Niklas Luhmann – a improbabilidade da comunicação (1993).