“VAMOS LAÇAR NOSSOS XERIMBABOS”: A ESTÉTICA DA CAPTURA DOS INSTRUMENTOS SAGRADOS DE JURUPARI DOS BARÉ DO ALTO RIO NEGRO (AM)

Paulo Maia Figueiredo

Resumo


O presente artigo versa sobre o problema da posse/ propriedade e maestria/dono de xerimbabos no noroeste amazônico. O foco será dado ao meu material etnográfico com os Baré, povo aruak, falante do nheengatu/língua geral e do português, da bacia do Rio Negro. Os Baré, como outros povos da região, são reconhecidos por perpetuarem uma tradição ritual que gira em torno de um personagem central da cosmologia rionegrina chamado, entre outros nomes, Jurupari. O aspecto mais saliente dessas
práticas de conhecimento rituais deriva da relação secreta de “tomar cuidado” que homens iniciados têm de ter com “instrumentos musicais”, chamados pelos Baré de xerimbabos, os quais mulheres, homens e crianças não iniciadas são proibidos de ver, mas podem ouvir. Pretendo mostrar a variação ou configuração que as categorias relacionais de dono e xerimbabo assumem no contexto ritual, em suma, a estética da captura dos instrumentos sagrados de Jurupari dos Baré.


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