Etnografia de um mercado em transição: a constituição do camelódromo de Porto Alegre/RS e a reconfiguração do trabalho informal

Moisés Kopper

Resumo


Este artigo parte das tensões envolvidas no processo
de remoção do mercado de rua do centro de Porto
Alegre/RS e sua realocação para um shopping
popular. O “camelódromo”, como ficou conhecido
o edifício que abriga mais de 800 lojas – de aproximadamente
4m² –, foi realizado em tempo recorde
graças a uma Parceria Público Privada (PPP),
a primeira do gênero em Porto Alegre e uma das
pioneiras no Brasil. A observação participante –
acrescida de outras técnicas, como entrevistas em
profundidade e surveys – teve como ponto de partida
um dos principais grupos de camelôs envolvidos
na transição. Este grupo, inicialmente otimista
em relação à transição, foi preterido na disputa
pelos melhores espaços no camelódromo e reagiu
com uma série de mobilizações. Foram acionadas
diversas instituições políticas, tais como a Câmara
Municipal, o Ministério Público, a Prefeitura, e o
Orçamento Participativo, entre outras. As tensões
em torno desse processo criaram um cenário propício
para uma investigação que se preocupa em
reconstituir etnograficamente os nexos entre a economia
e a política, o objetivo e o subjetivo, o micro
e o macro, a cidade e os cidadãos, a diversidade de
agentes e de agências que caracterizam uma dada
configuração social e cultural.

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