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atualizado: 01 de julho de 2009
Características dos níveis de desenvolvimento da consciência
Fonte: A Brief History of Everything, do cap. 10 ao cap. 13
Resumo de A Brief History of Everything: fonte – http://www.integralworld.net
A Brief
History of Everything (1996)
is another
Phase-4 writing emphasizing an "all-quadrant, all-level"
approach to integral studies (thus focusing on the co-evolution
of the interior/exterior, individual/collective, dimensions of
the "Great Nest of Being"). A
Brief History of Everything is
primarily a reduced and more user-friendly version of Sex,
Ecology, Spirituality
since it is set in a conversational or interview format, although
it does contribute a number of new ideas not found in SES.
A
Brief History of Everything
was first published in 1996 by Shambhala Publications; a second,
revised edition, also published separately, is now part of The
Collected Works of Ken Wilber,
Volume
7
(Shambhala, 2000). O livro já foi traduzido para o português como Uma breve história do universo. Ed. Nova Era, 2006.
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CARACTERÍSTICAS DOS NÍVEIS DE DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA Vd. o quadro dos dez níveis de desenvolvimento da consciência, bem como suas desordens e seus tratamentos |
Reinterpretação da relação dos fulcros 7 até a não-dualidade (estágios) e os estados de consciência (vigília/grosseiro; sonho/sutil e sono sem sonho/causal e não-dual) em Wilber, Integral Spirituality, p. 88-94. - motivos que levaram à reinterpretação: a) é necessário progredir até o fulcro 6 a fim de poder ter uma experiência espiritual, a saber, aquela que tem lugar do fulcro 7 até a não-dualidade?; b) como explicar que alguém poderia ter tido uma experiência do tipo nirvana, unio mystica e de iluminação, se o fulcro 6, visão lógica, só emergiu recentemente?; - solução do problema: distinguir estado e estágio, de tal forma que os estágios de 0 a 6 formam a coluna vertical esquerda, e os estados – os quais, por sua vez, são muito semelhantes aos fulcros/estágios 7, 8, 9 e o não-dual - constituem a coluna horizontal colocada acima do fulcro 6. Assim sendo, é formada uma grade ou treliça com os fulcros 0 a 6, já que os estados (vigília (grosseiro), sonho (sutil) e sono sem sonho (causal e não-dual)) interceptam todos os estágios de 0 a 6. - Exemplo: experiência de intensa luminosidade interior acompanhada com a sensação de amor universal (estado de sonho/sutil); é cristão e ocidental o indivíduo que tem esta experiência, daí, portanto, que ele tenderá a ver nesta luminosidade e neste amor um encontro com Jesus Cristo; - Jesus Cristo interpretado pelo estágio mágico (fulcro 2): Jesus como o mágico; pelo estágio mítico (fulcros 3 e 4): Jesus como aquele que traz a verdade eterna; pelo estágio mental-racional (fulcro 5): Jesus como o mestre do amor universal; pelo estágio pluralista e integral (fulcro 6): Jesus integrado com outras tradições de sabedoria do planeta terra; - vigília e misticismo da natureza; sonho e misticismo da natureza; sono sem sonho e misticismos sem forma e não-dual. |
A Não-Dualidade (226ss) - segundo a tradição não-dual, o nível causal não é o ponto final do desenvolvimento da consciência: a testemunha torna-se o que é testemunhado, o misticismo sem forma dá lugar ao misticismo não-dual; - desidentificação com a testemunha e integração com todas as manifestações; - a não-dualidade não é mais um fulcro, mas a realidade básica, fundacional de todos estados, níveis e de todas condições: a “talidade” de todos os níveis, o real tal como ele é; - dois sentidos do termo “vacuidade”: a) absorção ou cessação não-manifesta, nível causal, estado discreto de consciência (= nível causal); b) realidade de todos os níveis, não mais um nível discreto de consciência (= não-dualidade); - fim da dualidade entre sujeito (testemunha, vacuidade) e objeto (testemunhado, forma): “forma é vacuidade, vacuidade é forma”; - o mundo é percebido como realidade imediata, sem mediações: não mais o objeto ouvido, do lado de lá, e o sujeito ouvinte, do lado de cá, mas apenas o som sem fragmentação entre objeto ouvido e sujeito ouvinte; - a superação da dualidade é também a superação da dor, pois essa reside na dualidade; - não há objeto a ser desejado, já que o sujeito desejante e o objeto desejado são uma mesma realidade; - a não-dualidade é o estado original do mundo, da vida, antes de sua divisão em sujeito e objeto: tradição não-dual apenas aponta para aquilo que já é desde sempre; trata-se de reconhecer aquilo que já é desde sempre e está presente em todos os níveis; - as deficiências de todos os níveis, oriundas da dualidade que os caracteriza, são dissolvidas na não-dualidade; - a compreensão última da realidade não se encontra no discurso dual da filosofia ou da ciência; - as posições de Bertrand Russel e William James em comparação com Plotinho, Agostinho, Eckhart, Schelling e Emerson; - a iluminação como processo contínuo de novas formas que surgem: a tarefa é surfar todas as formas, não é aniquilar todas as formas: “a libertação está na vacuidade, nunca na forma, mas a vacuidade abarca todas as formas”; - o agir ético leva em consideração toda a realidade manifesta e não manifesta; [Supermente > denominação também usada em Integral Spirituality, p. 69] |
- absorção ou cessação não-manifesta; - sono profundo, sem sonho; - plenitude do ser incapaz de ser contida em qualquer manifestação; aqui tem lugar o misticismo sem forma; - espaço, tempo e objetos desfilam diante de nosso verdadeiro eu, sem que ele se identifique com qualquer um desses elementos; - o verdadeiro eu não é uma lista de coisas por nós conhecidas acerca de nós mesmos: pai, amigo, mulher, esposa, advogado, etc.; - o verdadeiro eu não é corpo, não é mente, não é natureza, não é universo; - o verdadeiro eu é a liberdade de não se prender a nada que desfila diante dele; ele é abertura/vacuidade diante da qual a manifestação surge, permanece e, depois, desaparece, mas ele não aparece e não desaparece; ele está fora do espaço e do tempo; - esse fulcro é denominado causal, porque ele é a causa de todas as dimensões inferiores: o manifesto é oriundo do não-manifesto (causal); - Dados adicionais provenientes de Wilber, K. Sex, Ecology and Spirituality. The spirit of evolution. Boston: Shambhala, 20002, pp. 309ss: exemplo de misticismo sem forma: Meister Eckhart (1260-1328) e Ramana Maharshi (1879-1950); - O agir ético leva em consideração todos seres sencientes em todos reinos sem exceção. [Sobremente > denominação também usada em Integral Spirituality, p. 69] |
- nível de consciência além do nível de vigília; - experiências deste nível: sons e luminosidades interiores, formas e padrões arquetípicos, estado de amor e compaixão expansivos: luminosidade interior em uma experiência de quase morte; - assim como estados patológicos: terror cósmico, horror cósmico, mal cósmico; - estruturas superficiais e profundas; - misticismo da deidade; - Dados adicionais provenientes de Wilber, K. Sex, Ecology and Spirituality. The spirit of evolution. Boston: Shambhala, 20002, pp. 301ss: Exemplo de Teresa D´Ávila (1515-1582); - O agir ético leva em consideração todos seres sencientes em todos reinos sem exceção. [Mente intuitiva ou metamente > denominação também usada em Integral Spirituality, p. 69] |
Fulcro * 7 Psíquico (p. 202ss) - fulcro de transição entre o pessoal e o transpessoal; - podem aumentar as experiências paranormais; - misticismo da natureza = identidade com o inteiro mundo sensório-físico; - identidade não só com todos os seres humanos, mas com todos seres sencientes; - falsa percepção e o eu eco-noético; Dados adicionais provenientes de Wilber, K. Sex, Ecology and Spirituality. The spirit of evolution. Boston: Shambhala, 20002, pp.287ss. - esse nível é o domínio da alma: “a alma não conhece pessoa”; - a alma é aquilo que observa o conjunto eu/corpo; - trata-se da alma do todo, a alma do mundo; - para o misticismo da natureza, a natureza não é espírito, mas expressão do espírito; indissociação mágica (natureza=espírito); dissociação mítica (natureza está divorciada, separada do espírito); misticismo psíquico (natureza é expressão do espírito); - a ética oriunda da alma do todo não coloca, em primeiro plano, o eu (ética egocêntrica), uma determinada sociedade (ética sócio-cêntrica), o ser humano (ética antropocêntrica), o planeta (ética mundicêntrica), mas centrada no eu comum a todos entes (ética da compaixão e solidariedade com todos os entes humanos e não-humanos do planeta). [Mente iluminada, paramente ou transglobal > denominação também usada em Integral Spirituality, p. 69] |
Fulcro * 6 Centáurico / visão lógica (p. 190s) - lógica de rede em oposição à lógica dicotômica do formal operacional; - aplicada ao quadrante direito, a lógica de rede forma teorias de sistema; - centauro = integração de mente e corpo, bioesfera e nooesfera em um eu integrado em suas redes de serviço e responsabilidade; - o eu está consciente do corpo e da mente como experiências: 1) identificação com o formal operacional, 2) diferenciação da mente e 3) integração da mente com o corpo e seus implusos; ele está começando a transcender o corpo e a mente; - primeiro fulcro a reconhecer a hierarquia dos níveis de desenvolvimento da consciência; - relativização das perspectivas sem cair no relativismo; - crise existencial; a busca pelo sentido e sua constante ausência. [O fulcro da visão lógica é subdividido em baixa visão lógica (paradigmático) e alta visão lógica (mente superior e global) > denominação também usada em Integral Spirituality, p. 69] |
Fulcro * 5 Formal operacional (p. 185s)
- o indivíduo ingressa no mundo do “como se”; - ele é capaz de refletir sobre a operação que executa, abstraindo do conteúdo da mesma; - ele é capaz de pensar sobre o próprio pensar, realizando, portanto, introspecções. - para o indivíduo abrem-se várias possibilidades; idade da razão e revolução; - ele avalia regras e papéis assumidos, ou seja, assume uma posição crítica diante das convenções de seu mundo; - portanto, ele ingressa em uma moral pós-convencional; - passagem de uma perspectiva sociocêntrica para um outra centrada no mundo; - pluralismo universal versus multiculturalismo; - o multiculturalismo esquece sua posição elitista, esquece o caminho percorrido até este ponto; não admite avaliações do melhor e pior; vivencia a contradição de ser contra elites, mas ele próprio é uma posição elitista. [O fulcro do formal operacional é subdividido em formal operacional ou mente racional e mente pluralista ou mente planetária > denominação também usada em Integral Spirituality, p. 69] |
Fulcro * 4 Operacional concreto (p. 182s) - posição sociocêntrica, convencional, voltada para assumir o papel do outro; - pertencimento a um mesmo “mito”: raça, ideologia, cultura, credo, etc.; - participação do indivíduo em um mundo de regras e papéis; - problema: patologia do script.
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Fulcro * 3 Representativo-mental (p. 168s) - o eu se identifica com o eu mental e conceptual, marcando a entrada na esfera mental (análogo ao que Piaget qualificava como cognição pré-operacional); - a mente representativa consiste de imagens, símbolos e conceitos; - imagem (originada por volta dos sete meses) é a representação mental de grande semelhança com o objeto representado: a imagem do cachorro e o cachorro; - símbolo (originado por volta de dois anos) é a representação mental de caráter mais abstrato em comparação com a imagem: Petruco como símbolo do objeto cachorro; - conceito (originado entre quatro e sete anos) é a representação mental válida para toda uma classe de objetos: o conceito “cachorro” abrange toda a classe deste objeto; - o surgimento do conceito assinala o início do mundo lingüístico, o estabelecimento do eu na nooesfera. - no plano individual: a repressão da bioesfera pela nooesfera produz neurose; no plano coletivo: a mesma repressão tem como resultado a crise ecológica. - o fulcro representativo-mental apóia as visões mágica e mítica do mundo.
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Fulcro 2 * Fantásmico-emocional (163s) - tarefa do eu neste fulcro: estabelecer os limites do eu emocional; - a fase inicial do fulcro 2 é a fusão emocional com seu meio ambiente, principalmente a mãe ou aquela(e) que desempenha este papel; - o eu emocional é egocêntrico e narcisístico, pois trata o mundo como uma extensão dele mesmo; - o eu emocional é incapaz de pensar sobre si mesmo como entidade separada do mundo situado em torno dele; sua identidade é biocêntrica, em estado de fusão com a bioesfera (esfera vital e emocional) dentro e fora dele; - por volta do período entre 15 e 24 meses, o eu emocional se separa daquilo ou daquela(e) com a(o) qual ele estava identificado: nascimento psicológico da criança; - confusão entre diferenciação e dissociação; falsa identificação do eu emocional com o estado de paraíso; - ao diferenciar e integrar o meio ambiente, o eu emocional ganha consciência da dualidade (do inferno) no qual ele vive; - o eu e a representação (favntasma) de objetos estão fundidos; - patologias: ausência de um eu coeso, desdobrada em duas classes: a) extensão do eu ao mundo (narcisismo) e invasão e tortura do eu pelo mundo (borderline).
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Fulcro 1 * Sensóriofísico (p. 158s) - também denominado autismo e narcisismo primários, oceânico, protoplasmático, adualístico, indissociado; - a criança é um organismo sensóriomotor; - o eu é, por assim dizer, material; - há identidade entre eu físico e mundo físico, fase no. 1 (fusão) do fulcro 1 (matriz primária) ; aqui domina a fisioesfera; - a criança não possui linguagem, capacidade narrativa lógica, não apreende o tempo histórico e não se orienta no espaço psicológico interior; - falsamente identificado com consciência mística não-dual, pois confunde-se o amplo e o raso; - este eu carece de amor e compaixão intersubjetivos; - a criança vive em um inferno inconsciente; - por volta do quarto mês, começa a fase no.2 (diferenciação) do fulcro 1; o eu físico se distingue do seu meioambiente e tem lugar o verdadeiro nascimento do eu físico; - se a fase no.2 (diferenciação) do fulcro 1 ocorrer sem problemas, a consciência avança para o fulcro 2 (integração).
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Fulcro 0 * Estado intrauterino (p. 160) - estado intrauterino e trauma do nascimento: 1) fusão com útero; 2) processo doloroso de diferenciação (verdadeiro trauma de nascimento); 3) período de consolidação e integração como um organismo diferenciado (estado pós-uterino); - resultado: início do fulcro 1. _____________________________________________________________
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Comentário sobre os fulcros de desenvolvimento da consciência (Arquivos mp3)
fulcro 0 - Indiferenciado ou matriz primária |
fulcro 1 - Sensório-físico |
fulcro 2 - Fantásmico-emocional |
fulcro 3 - Representativo-mental |
fulcro 4 - Operacional concreto |
fulcro 5 - Formal operacional |
fulcro 6 - Centáurico / visão lógica |
Fulcro 7 – Psíquico |
fulcro 7 - Nível psíquico: dados adicionais |
Fulcro 8 - Sutil |
fulcro 8 - Experiência do som no nível sutil em Teresa D´Ávila |
fulcro 9 – Causal |
Fulcro 9 - misticismo sem forma: Meister Eckhart (1260-1328) e Ramana Maharshi (1879-1950) |
Não-dualidade |
Reinterpretação da relação dos fulcros 7 até a não-dualidade (estágios) e os estados de consciência (vigília/grosseiro; sonho/sutil e sono sem sonho/causal e não-dual) em Wilber, Integral Spirituality, p. 88-94. |
Exemplo do Aschtavakragita |
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Comparação de modelos: Wilber, Beck & Cowan e Graves
1. K. Wilber, Integral Psychology: Consciousness, Spirit, Psychology, Therapy, Shambhala, 2000. |
2. E. Beck & C. Cowan, Spiral Dynamics: Mastering Values, Leadership and Change, Blackwell Business, 1996. |
3. C. Graves, "Human Nature Prepares for a Momentous Leap", The Futurist, April 1974, pp. 72-87. |
Níveis de desenvolvimento da consciência na comparação entre Wilber, Beck/Cowan e Graves