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atualizado: 31 de janeiro de 2012

VI. O Espírito. B – O Espírito Alienado de Si Mesmo. A Cultura

II. O iluminismo (Aufkärung)

(PhG, 37 parágrafos; FE, parágrafos 538 a 573; nesta página: 538-555)

Par. 538 >>> Arquivo mp3: 01

A pura intelecção contra a fé e o mundo efetivo.

Par. 539 >>> Arquivo mp3: 0102

A consciência inquieta, pura intelecção, e a consciência quieta, fé.

A construção de uma imagem universal para vencer a fé e o mundo efetivo.

Pars. 540 e 541 >>> Arquivo mp3: 01

O papel da Coleção (Sammlung) na passagem do singular para o universal.

[Atenção! A a edição crítica distingue os parágrafos 540 e 541, ao passo que a tradução de Meneses aglutina-os em um único parágrafo: 540. Na sequência, mantenho a divisão de parágrafos da edição crítica. Portanto, a numeração dos parágrafos nesta página e nas subsequentes estará um parágrafo adiantado em relação à tradução de Meneses.]

a. A luta do iluminismo contra a superstição

Par. 542 >>> Arquivo mp3: 01

Diferença entre pura intelecção, de um lado, e diferentes formas do comportamento negativo, de outro.

Diferenças formais e materiais da pura intelecção e da fé.

A tarefa a ser empreendida pela pura intelecção.

Par. 543 >>> Arquivo mp3: 01 - 02

A fé, falsa intelecção, massa geral e ingênua da consciência, constrói um reino do erro, contra o qual a pura intelecção se insurge com sua verdade e razão.

Desta massa atolada na ingenuidade se aproveita o sacerdócio, considerando a si mesmo como portador de intelecção.

Da massa geral e do sacerdócio se aproveita o déspota para exercer sua “tranqüila dominação”. Mas, ele também não escapa da superstição e do erro, dos quais ele sabe, no entanto, tirar proveito.

Pars. 544 e 545 >>> arquivo mp3: 01 - 02

A relação da pura intelecção com a) massa universal da consciência ingênua, b) sacerdote e c) déspota.

A motivação da ação da pura intelecção sobre a massa universal da consciência ingênua: acabar com a fraude perpetrada por padres e déspota.

Pars. 546 >>> 01

[De agora em diante, os arquivos de som estão no formato “m4a”: arquivos menores e também de excelente qualidade.]

O caráter positivo da relação entre consciência ingênua e pura intelecção.

A infecção da consciência ingênua por parte da pura intelecção.

O solo comum em que vivem consciência ingênua e pura intelecção possibilita a tranqüila difusão do contágio.

Pars. 547 e 548 >>> 01

O caráter negativo da relação entre consciência ingênua e pura intelecção.

A pura intelecção, enquanto ela é intelecção e o negativo de si mesma, mostrar-se-á como inverdade e desrazão; enquanto ela é intenção, ela mostrar-se-á como mentira e desonestidade do fim.

Par. 549 >>> 01

A contradição da pura intelecção: ela supõe combater algo outro.

A razão da contradição.

Par. 550 >>> 01

O conceito de intelecção, por um lado, tem dois momentos:

a) a consciência conhece e possui a si mesma no objeto intuído: este é o momento da fé como confiança (Vertrauen).

b) a consciência está ciente de si mesma como movimento mediador ou como sendo um operar e um produzir: este é o momento da fé como obediência e agir no seio da comunidade.

Diferença entre o espírito da comunidade, enquanto ele é a unidade entre a essência abstrata e a consciência-de-si, e a própria essência abstrata, enquanto ela é o em si e o para si.

Par. 551 >>> 01 - 02

O conceito de intelecção, por outro lado, tem no objeto algo outro que ela: o objeto da fé aparece como uma essência estranha e alheia à consciência da fé, segundo o discurso do iluminismo.

A diferença a ser negada entre o discurso do iluminismo sobre a fé e a experiência da própria fé:

a) ora o objeto da fé é “algo absolutamente alheio e outro” e o discurso do iluminismo interpreta este momento como a alienação da fé diante de seu conteúdo mediante a mentira dos padres.

b) ora ele é o que é mais próprio à consciência e o discurso do iluminismo interpreta este momento, a confiança, como uma invenção urdida (Erdichtung, trad. de José Henrique Santos).

A diferença estabelecida pelo iluminismo entre o alheio (fremd) e o próprio (eigen) na experiência da fé não se mantém nem mesmo no seu discurso.

Com isso, o iluminismo não entende a fé, de acordo com a própria fé, e, portanto, não compreende a si mesmo, segundo nossa perspectiva, do autor e leitor do texto.

Par. 552, 553 e 554 >>> 010203

Os três momentos nos quais a fé, nos diferentes momentos de sua consciência, experimenta o iluminismo: a) o puro pensar; b) a justificativa da fé e c) o serviço.

O primeiro momento: o objeto da fé é um objeto representado.

O objeto representado da fé é, na verdade, o modo como a pura intelecção vê seu objeto no ato de representação da fé: um negativo da consciência-de-si. Isto significa que, para a pura intelecção, o objeto da fé assume a forma de algo material finito (toco de madeira, pedaço de pedra, etc) e privado de qualquer referência para o além, algo transcendente.

A fé, ao contrário, não esgota sua adoração no objeto finito e nele não se perde, mas considera a essência do puro pensar como o único infinito.

Par. 555 >>> 01020304

O segundo momento: a justificativa da fé. Sua justificativa é “relação mediatizada da certeza com a verdade”.

Esta relação significa que o espírito absoluto é tanto o objeto, a essência absoluta, quanto o sujeito, o saber de si como essência absoluta: o sujeito se universaliza no objeto e este se singulariza naquele.

A pura intelecção é também uma tal relação mediatizada ou um tal movimento mediatizador. Ela não sabe, contudo, que ela é este movimento mediatizador.

Como conseqüência desta deficiência, ela não entende a fé, pois a pura intelecção interpreta seu próprio movimento mediatizador como algo outro, alheio e estranho à própria intelecção. Com isto, também considera o objeto da fé como algo alheio e estranho à própria fé, de tal modo que a pura intelecção, assim como no primeiro momento, não entende a articulação entre o além e o aquém, o espírito absoluto e sua manifestação histórica, o infinito e o finito, o divino e o humano.

A fé, contrariamente ao que afirma o iluminismo, não se justifica com base em testemunhos e relatos histórico-contingentes, mas no fato de que o espírito dá testemunho de si mesmo, tanto no interior da consciência singular quanto através da presença universal da fé de todos no espírito.

Este tipo de testemunho é a justificativa automediadora do saber da fé, a qual dispensa, portanto, qualquer espécie de contágio por parte do iluminismo.


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