Principal | Autor | Disciplinas do Semestre | Publicações | Orientação Acadêmica | Pesquisa | English | Debate on-line |

atualizado: 10 dezembro de 2012

 

VI. O Espírito. C – O Espírito Certo de Si Mesmo. A Moralidade,

b – A dissimulação

(PhG, 16 parágrafos; FE, parágrafos 616 a 631)

arquivos de som formato .aiff


Par. 616 > 010203

Estrutura formal do capítulo:

introdução: parágrafos 616-617;

desenvolvimento: 618 – 628 (1a. experiência: 618-621); (2a. Experiência: 622-625) e (3a. Experiência: 626-628);

conclusão: 629-631.

A visão moral do mundo e o problema resultante da experiência passada.



Par. 617 > 0102

Contradições e manobras dissimuladoras conscientes da consciência moral.



Par. 618 > 0102030405

Introdução ao tema do parágrafo;

a consciência moral antes de agir;

a consciência moral na ação efetiva e, finalmente,

a reinterpretação de sua experiência: qual a tese seriamente defendida pela consciência moral: harmonia no além ou no aquém?



Par. 619 > 010203

O agir singular e o agir universal;

o agir segundo as leis da natureza e o agir segundo as lei da moralidade.



Par. 620 > 0102

O término da moralidade e, por conseguinte, da consciência moral.



Par. 621 > 01

Resumo da experiência.



Par. 622 > 010203

Características da segunda experiência;

etapas da experiência descrita nesse parágrafo: a) eliminação da sensibilidade, b) repressão à sensibilidade, c) conformidade da sensibilidade à razão;

manobra dissimuladora: projetar em um longínquo futuro o que não pode ser realizado na efetividade do mundo;

qual a tese seriamente defendida pela consciência moral: moralidade como luta ou o fim da luta e, portanto, da moralidade em um nebuloso futuro?



Par. 623 > 0102

O estado intermédio (Zwischenzustand) é aquele estado ao qual está confinada a consciência moral, já que ela não alcançou a perfeição. Ele é um avançar (Fortschreiten) para a perfeição (Vollendung) da moralidade. No entanto, a perfeição significa a ruína da moralidade, pois desapareceria a luta entre moralidade e natureza, característica da vida virtuosa.

Portanto, o avançar a para a perfeição moral é, na verdade, uma diminuição da moralidade, ausência crescente de moralidade.

Falar em desenvolvimento no sentido de um aumento ou decréscimo de grandeza também não tem sentido, porque há apenas uma unidade qualitativa da virtude, do dever puro e da moralidade.



Par. 624 > 01

Como a consciência moral encontra-se em um estágio de progresso para a perfeição moral, e isto significa ausência crescente de critério moral em suas ações, então a felicidade não poderá ser obtida por mérito, mas sim por acaso e arbítrio. Trata-se da aquisição da felicidade não mais condicionada e causada pela moralidade, mas de uma felicidade em si e para si sem referência à moralidade.



Par. 625 > 010203

Como não há critério de moralidade para qualificar a ação de um indivíduo, a (não) atribuição de felicidade a esse indivíduo tem como critério (a) a inveja, no caso em que o indivíduo que recebe a felicidade é objeto de inveja daquele atribuidor, ou (b) a boa amizade, no caso em que o indivíduo que recebe a felicidade possui boa amizade com o atribuidor.



Par. 626 > 010203

O sagrado legislador moral como possuidor da perfeição moral em contraposição à consciência moral finita. No entanto, há uma oposição entre o dever puro e uno abraçado pela consciência moral finita e os deveres múltiplos e determinados legitimados pelo sagrado legislador moral. Aqui ocorre novamente uma dissimulação da coisa: o que é sagrado só pode ser determinado pela consciência moral finita. Não há seriedade, portanto, quando se diz que a multiplicidade de deveres determinados é legitimada pelo sagrado legislador moral e que essa multiplicidade se torna, para esse legislador, o elemento essencial.



Par. 627 > 01

Dois argumentos para retirar da consciência moral finita a sede do dever puro: a) o sagrado legislador moral é fonte da legitimidade dos múltiplos deveres, porque ele é sede do dever puro; b) a consciência moral finita é tanto uma consciência moral quanto uma consciência natural.



Par. 628 > 0102030405

Deus, como a essência moral pura, é uma abstração inefetiva e privada de consciência. Ele não pode ser uma consciência moral que articula dever e natureza. Uma tal essência é uma dissimulação da coisa, a saber, o vínculo simultaneamente positivo e negativo entre dever e natureza.

Kant, Crítica da razão prática, A 233s: a lei moral e a religião.



Par. 629 e 630 > 010203

Este representar sintético” não consegue articular de forma coerente os elementos opostos com os quais ele lida, por exempo: Deus, ora como sede do dever, ora como não sendo a sede do dever; a consciência moral finita, ora como sede do dever, ora como não sendo a sede do dever.

A moralidade não é um ente do pensamento, bem como não é a perfeição desvinculada da natureza: ela é consciência do dever, bem como ser-aí (Dasein) e efetividade (Wirklichkeit).

Analogia entre as experiências da consciência no âmbito da percepção e no da dissimulação.



Par. 631 > 01020304

O discurso defensivo da consciência moral que não consegue mais distinguir entre o necessário que tem de ser pensado e posto e esse mesmo necessário que é tido como inessencial: seu discurso não consegue mais encobrir o resultado da experiência.

O nascimento da boa-consciência (Gewissen) da necessidade de superar as hesitações e hipocrisia da representação moral do mundo.