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| GT-Hegel |
Atualizado: 22
de janeiro de 2007
OBJETIVOS DO
GT-HEGEL
Fiel à sua história e às suas tarefas no
âmbito da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia – ANPOF –, o Grupo
de Trabalho Hegel, de ora avante GT-HEGEL, busca manter e aprofundar a
concepção hegeliana segundo a qual a filosofia se
determina como apresentação e crítica do tempo presente e se constitui pela sua
relação com o todo da sua história; busca também retomar e desenvolver essa
concepção enquanto matriz da crítica da modernidade, tal como desenvolvida em
“A Matriz Hegeliana da Crítica Filosófica da
Modernidade Política” (1998-2002) e “Matrizes Hegelianas
da Crítica da Modernidade” (2002-2004), grupos de trabalho cuja continuação
oficial, desde outubro de 2004, coube ao GT-HEGEL, no qual eles se
transformaram.
Outrossim, nossa pretensão
continua sendo a perscrutação paciente dos desenvolvimentos pós-hegelianos
da dialética especulativa e do sistema de Hegel, seja em sua identidade ou em
sua diferença, enquanto matriz de diferentes correntes filosóficas e modelos de
crítica que se impõem a tarefa de sua transformação a partir do tempo presente
relativo a cada corrente ou modelo. Contudo, pretendemos ainda retomar e
desenvolver, em sua imanência mesma, as próprias matrizes constitutivas do
pensar hegeliano, do Projeto de Sistema que nele se labora e do Especulativo puro como seu ponto de partida e fim essencial; isso,
no sentido de verificar os limites e aporias, bem como as insuficiências e
contradições da pretensão e da realização de Hegel, mas também no de assumir
suas especificidades e repropor o elemento
propriamente especulativo puro como forma e conteúdo da verdadeira consideração
filosófica.
Sendo assim, o grupo de trabalho promoverá
o estudo crítico em torno do pensamento de Hegel, tanto em sua formação quanto
em sua posteridade e recepção, bem como o debate fraterno com o próprio Hegel;
quem constitui, para nós, não uma etapa já ultrapassada da história do
espírito, mas, parafraseando Lukasiewicz a respeito
de Aristóteles, de certo modo, um contemporâneo. De onde, portanto,
trabalharmos para que o espírito vivo que habita em sua filosofia desvele-se
mais uma vez, ao "nascer através de um espírito afim" (Hegel, Differenz, J
O estudo e o debate aqui propostos visam
desenvolver entre nós – brasileiros da época da compressão do espaço-tempo –
não só um alargamento das pesquisas sobre o Idealismo especulativo e a tradição
dialética, mas, sobretudo, abrir caminho a um pensamento livre e autônomo,
capaz de compreender-se conceitualmente para além de sua circunscrição atual,
enfrentar os desafios a ele contrapostos e realizar de modo efetivo as tarefas
por ele assumidas. O que, em nossa situação espácio-temporal
presente, nos impõe tomarmos a nós mesmos por objeto de investigação
filosófica, não só como resultado e herdeiros de toda uma tradição de
pensamento diversa e multiplamente sobre-determinada, mas, em reconhecendo
nossa origem e desenvolvimento a partir mesmo da tradição de pensamento que nos
constitui, repensarmos-nos nela e para além dela – em a suprassumindo
–, em a assumindo e elevando ao plano de uma nova configuração da vida efetiva
do espírito. No sentido de Hegel, mas também para além dele próprio, realizando
assim a mediação entre o principio da Subjetividade e o da Intersubjetividade.
Brasil, dezembro de
2006.