Entretanto, de lá até cá, quantas coisas mudaram!
Os Gabinetes de Curiosidades
A tendência para coligir e para manter conjuntos de objectos em torno de
um tema é qualquer coisa que se diria ligada a uma carga imediatista,
facilitada por uma tendência espontânea.
Na verdade, seja por afecto estético, seja por saber mais consolidado,
começam-se a compilar exemplares remissíveis a um universo, que baliza
entre uma comunidade de semelhanças com sinais de diferença.
Na Europa, esta tendência individualizada teve um surto especial num
momento bem preciso: por um lado, através do gosto requintado associado à
riqueza artística do Renascimento; e, por outro lado, através da moda de
espécimes exóticos, multiplicadores de uma Natureza cheia de surpresas,
chegados pelos Descobrimentos. Intercâmbio que começa com colheitas
gananciosas, roubos desmesurados e pilhagens sem escrúpulos, entre
impérios e colónias.
Facto que
o associa ao mecenato, com maior incidência na viragem que vai ocorrer por
via das tendências humanistas - renascentistas, como também por força do
conhecimento à procura de si mesmo, por via do empirismo - racionalismo.
Historicamente é aí mesmo que foram definidas duas grandes áreas do
coleccionismo: a área da História de Arte e a área da História Natural.
Neste particular, são áreas indissociáveis, porquanto ambas estavam unidas
em espaços especiais: os Gabinetes de Curiosidades. Fascinantes, eram
eles, pela mistura, um tanto indisciplinada e pouco organizada, de
quadros, conchas, armas, relíquias, estatuetas, aparelhos, etc.
Mistura? Talvez para nós, pelo que o uso desta palavra pode ser
traiçoeiro, se for entendido com tom depreciativo; de facto, corresponde a
aproximações que se fazem com grande pertinência e prazer, antes da
influência que a nomenclatura e classificação científicas iriam a impor
muito proximamente.
Indisciplinada e desorganizada? Só à distância, mas não para eles,
seguramente, que ainda saboreavam o conhecimento sem o espartilho das
disciplinas.
A disposição articulada – em paredes, em prateleiras e em mesas – insere
uma forma de viver e de pensar que privilegia a novidade do formato, a
raridade da cor, a utilidade da técnica ou a excentricidade do volume. Em
suma, tudo aquilo que o gosto (saber e sabor) da época considera digno de
ser identificado com curiosidade(s): porque é uma curiosidade
(cosmológico, tecnológico) e porque desperta a curiosidade (psicológico).
Além disso e por um largo tempo, uma mesma configuração epistemológica
marcou a estrutura construtiva que distribuía os recheios de bibliotecas,
de gabinetes e até, calcule-se, de boticas. Pelo que a Biblioteca da
Universidade de Salamanca se aproximava do Gabinete de Curiosidades de um
qualquer príncipe da Europa Central ou da Botica da Faculdade de Medicina
da Universidade de Montpellier.
Assim sendo, nota-se que estes espaços correspondem não só a uma visão -
do - mundo, ao serviço do modo como a elite o reconstrói dentro das
paredes dos seus palácios ou instituições, como aquilo que entende dever
ser a matriz maior do conhecimento e o modelo primordial do gosto.
As colecções científicas e seus espaços
Como conseqüência, mas com mudanças obviamente, o mundo das colecções
produzido pelas ciências modernas comporta conjuntos, de muita e variada
origem, reunidos com intuitos de recolha, de manutenção e de conservação.
Para isso, estes gestos fazem nascer espaços concretos, cujo início está
intimamente ligado a descontinuidades epistemológicas, consignadas em
termos de objectos e de perspectivas, no estudo. São eles: Observatórios
Astronómicos, Gabinetes de Física, Laboratórios de Química, Gabinetes de
História Natural, Jardins Botânicos.
Algumas das atitudes estavam marcadas por uma tradição longínqua movida
pelo desejo de guardar, as quais comportavam dinâmicas várias e
demonstravam capacidade para desbloquear seqüências anteriores, com relevo
para a dualidade do ouvir - ler, pelo que a transmissão do conhecimento se
fazia entre quem lia e quem ouvia, do pregador ao fiel numa catedral, do
lente ao aluno na cátedra universitária.
O sistema propiciado pelo olhar - ver, inerente à descoberta daquilo que
«os mares nunca dantes navegados» ofereciam pela primeira vez, como
horizonte de possíveis, criou espantos, choques e perplexidades que
tiveram de ser assimilados de vagar, e nem sempre com a qualidade na
resposta merecida.
Por superação progressiva do paradigma anterior, as ciências introduziram
o observar - experimentar - comparar, nunca por demais relevados, e com
elas bases para a inovação, dinamizada pelo mundo teórico - experimental.
Com efeito, as metodologias e as atitudes emergentes exigiam
espacialidades novas, destinadas a novos hábitos de trabalho, como
determinavam lugares próprios, entenda-se novo equipamento. Os quais vêm
ocupar uma posição concreta, geradora de processos que acrescentam
impulsos inovadores ao coleccionismo.
Em sentido lato, o equipamento científico comporta objectos distribuídos
por um grande leque de significados – animal embalsamado ou pipeta, planta
de herbário ou telescópio, mineral ou balança –, mas diferentemente do que
acontecia em períodos anteriores, as opções que os delimitam (apesar
destes não serem freqüentemente destituídos de beleza, longe disso), fazem
prevalecer o critério de uso sobre o critério estético.
Quer isto dizer que se estas colecções podem manter a capacidade de
motivar impressões de beleza, não o fazem, contudo, ao mesmo título que as
curiosidades anteriores.
Na verdade, nos Gabinetes de Curiosidades, cada presença individualizada
era-o por ser bela ou por ser útil. Agora a marca de utilidade – para o
prosseguimento de uma observação, para a elaboração de uma hipótese de
trabalho, para testar uma teoria – impõe-se sobre tudo o mais.
A ruptura começou aí.
E sendo assim, os conjuntos organizados em redor do bom gosto passaram a
ocupar instituições e sítios diferenciados, os Museus de Arte. Tão
diferentes, pensa-se hoje, que poucos estão conscientes do modo como as
coisas aconteceram, a séculos de distância.
Razão ainda porque será de acrescentar como é lamentável que certas
colecções, onde há Ciência e Arte, sejam apresentadas dando mais relevo a
esta, em desprimor daquela.
Ou então, sem um percurso dando visibilidade nítida à sequência,
porquanto, não raras vezes, a nível individual, isto é, nos caminhos
percorridos pela vida de cada um, a colecta (natural) precedeu a compra ou
a troca (artístico) (1).
Depois… Exposições Agrícolas, Exposições Industriais, Exposições
Universais ou Exposições Internacionais. Logo, várias novidades a
acrescentar, desde o século XVIII em diante.
Entretanto, houve ainda outras mudanças que só foram possíveis mais
recentemente, por meio de museologias e de museografias ligadas ao mundo
conceptual do património científico e técnico.
A paixão de Rudolfo II
Outra relação comumente referida em casos similares é a relação entre
saber e poder. Na verdade, para se coleccionar são precisos dispositivos
financeiros que permitam mecanismos de aquisição (colecta, compra, troca)
e conservação, ambos requerendo conhecimentos que facultem as opções de
escolha, os requisitos de manutenção e a disponibilidade de apropriação
dos objectos.
A par de tudo isso, a vontade de mostrar. E do coleccionador se mostrar,
também. A vontade de mostrar move-se desde os ciclos de intimidade –
familiares, amigos – aos circuitos mais alargados – visitantes, público –,
e comporta alvos que desdobram objectivos informativos e objectivos
educativos. Daí, ter sempre em mira um qualquer público, imaginário ou
real, e uma qualquer literacia, imediata ou a longo prazo.
Ou seja, a colecção é para ser (ad)mirada, do possuidor aos demais, e
inscreve as margens de um(a) aprendiz(agem): é esperado que a colecção
potencialize um ensino, quando ultrapassa os universos ausentes e
distantes, mundos passados e outros mundos desconhecidos. Pela presença
actualizada e, hoje, pela proximidade virtual.
A abordagem pela paixão do coleccionador e a abordagem pela consistência
da colecção permitem delimitações teóricas visando uma seqüência de
lógicas epistemológicas, mediante descrições e reflexões orientadas para
processos alargados de inovação - tradição - globalização.
Tome-se, agora, o caso histórico de uma grande colecção, ou também, a
paixão desmesurada e empreendedora de um grande coleccionador: o Imperador
do Sacro Império, Rei da Boémia e da Hungria, Rudolfo II (1556-1612).
Originariamente estava concentrada em Praga, capital desde 1583. O destino
marcou-a por uma grande dispersão, para todo o sempre.
Apesar de estar repartida por Praga, Viena ou Estocolmo (cf. Prague Castle
Gallery, 1998) o património existente permite vislumbrar como era
grandioso o acervo primitivo, que chegou a ter 3.000 telas.
Na verdade, a situação inicial do conjunto teria poucos émulos, como
continuam extensos e valiosos os subconjuntos remanescendo nas três
capitais. A propagação tentacular e milenar da família Habsburg, o xadrez
político minado por querelas sucessórias, conflitos religiosos e várias
guerras à mistura estiveram na origem da dispersão. Quando gera um
fenómeno deste tipo, também o património vive um desfasamento de destinos:
o mal de uns é o bem de outros.
Perspectivada a partir do sujeito, a colecção foi constituída por um
espírito artístico e uma personalidade com cariz universal. Esta tónica
era alimentada por contrastes de vida: genealogia paterna e materna
infiltrada em grande parte da realeza europeia; nascimento em Viena, mas
sete anos na corte do tio materno, Filipe II de Espanha, etc.. Percurso
que proporcionou outras tantas aberturas, como seja, a sua actuação em
favor dos protestantes, apesar de uma educação católica cerrada.
Na época e ao longo dos tempos, foi representado como um homem depressivo,
com ar carregado e entristecido. O que não o impediu de uma certa
sociabilidade cultural marcante e muito frutífera: acolheu pintores (ex:
Pieter Bruegel o Velho, Giuseppe Arcimboldo) que interceptava, dizem, nos
ateliers do Palácio Imperial, conversando sobre as obras em curso;
favoreceu cientistas (ex: Johannes Kepler, Tycho Brahe), e alquimistas
(ex: os residentes da Golden Line), revelando-lhes a sua sedução pelos
avanços do conhecimento.
A partir destas circunstâncias, criou uma conjectura favorável a quadros
únicos ou aparelhos singulares concebidos in loco, a que se
juntaram, obviamente, espécies com outras proveniências, encomendas
compradas longe e adquiridas através de redes internacionais bem
articuladas e sobejamente especializadas. Assim, muitos o serviram como
conselheiros profissionais, tendo consigo vendedores de arte (Jakob König),
antiquários e curadores reputados (Ottavio Strada). Muitos o serviram
ainda neste comércio cultural, enquanto agentes bem colocados e actuando
em pontos estratégicos: Espanha (Hans Khevenhüller, Itália (Rudolf Coraduz),
Alemanha (Giuseppe Arcimboldo).
Perspectivados na interface entre sujeito - objecto, os objectos
correspondiam a diferentes naturezas, sendo escolhidos no interior de uma
configuração que possibilitava uma atitude e uma época anterior à
especialização. Misturas feitas de grandeza, de luxo e de bom gosto.
Lado a lado, instrumentos astronómicos, a colecção zoológica com vários
esqueletos, pedras preciosas, estatuetas, telas.
A Galeria Imperial e a Kuntskammer acolhiam um conjunto de
esplendores: muitos, e entre os melhores, de Dürer, Tintoretto, Hieronymus
Boch, Hubert Van Eyck, Veronese, Correggio, etc., etc. No que respeita a
pintura, supõe-se, aliás, que esta terá sido a primeira colecção a ser
disposta na parede e em salas de exposição de tipo modern (cf. Prague
Castle Gallery, 1998, p. 24). A diferença a assinalar demarcará, pois,
dois momentos: telas com lugar próprio e permanente na parede, onde passam
a ser olhadas, e telas em cima umas das outras, que só podem ser
apreciadas se forem suportadas nas mãos.
O desgaste do património natural (2)
Tenha-se ainda presente quanto a arqueologia - genealogia do coleccionismo
encontra, de permeio, a arqueologia - genealogia do consumismo, porquanto
ambas pertencem à mesma configuração epistémica.
E quanto, em última análise, este tema pode traduzir-se por esta forma
sintética e actual: as relações desejáveis e possíveis entre Ciências da
Natureza, Economia e Ecologia.
Historicamente, estas relações têm-se revelado complexas, pois, apesar das
duas últimas palavras terem em comum o primeiro termo - eco = casa
(3) - têm estado ao serviço de conteúdos e percursos, senão opostos, pelo
menos dissemelhantes.
Assim sendo, a diferença também teve incidências no caso das colecções
naturais, expostas em Museus de História Natural, com as suas montras, e
em Jardins Botânicos, com os seus herbários. A maioria das quais nasceu e
cresceu com base em atitudes marcadas e mobilizadas por intuitos ligados à
exploração dos recursos naturais do reino e das colónias. Atitudes
fisiocráticas e mercantilistas, num primeiro tempo, e economicistas, logo
depois (cf. Thouin, 1860; Fundação das Casas de Fronteira e Alorna, 1989).
A relação Homem-Natureza na Modernidade foi agudizando estigmas de
supremacia e domínio. A que as Ciências concederam critérios de
justificação e argumentos de persuasão.
Por isso, do mito do progresso, servido pelas teses positivistas, ter
ganho foros de cidadania, entre uma «ordem e progresso» e um «saber,
prever e poder».
Vale a pena recordar como o despertar deste «sono» aconteceu, para muitos,
com um pesadelo e um sequente mal-estar: a publicação de The Limits to
Growth (Meadows, 1972) (4), um ano antes da crise do petróleo. Este
best-seller ousava falar pela primeira vez, imagine-se!, da água, do ar
etc. como valores. O que faz um valor é a sua necessidade, raridade, e por
isso preciosidade, logo este tipo de discurso foi perturbador.
Neste sentido, desde sempre muito sustentada pelo capitalismo,
nomeadamente pela economia de mercado, a lógica da abundância começara a
ser questionada. Tratava-se de implementar processos para ultrapassar o
comportamento do explorar, trocando-o pelo comportamento do gerir. O que
não era, e não é, nada fácil.
Por isso mesmo, é que, apesar de ter nascido de preocupações que criaram o
primeiro Parque Natural, o Yellowstone National Park nos Estados Unidos da
América, e de ter conseguido o estatuto de disciplina, na Harvard
University, nos finais do século XIX, a Ecologia levou anos a vingar.
Por isso ter lucrado com o suporte político - o Ecologismo surgido por
1960 e Os Verdes seqüentemente - para poder ser mais imperativa e mais
eficaz no questionamento de hábitos e de idéias, a nível de mais vastos
sectores da sociedade.
Ora, é precisamente enquanto se mostram capazes de serem reconvertidos por
este olhar, que o recolher, o guardar e o manter da flora, endémica e
exótica, prosseguidos pelas colecções dos Jardins Botânicos, ao longo de
séculos, redescobrem o seu papel actual, e mostram a sua utilidade futura,
em prol da Educação Ambiental, da Biodiversidade e dos Bancos de Genes.
Gerir os bens naturais para melhor sobreviver, sustentadamente.
Concluindo
Sendo imenso o tema, de que só afloramos alguns aspectos, não
surpreenderá, portanto, como os trabalhos que constituem o «Projecto O
Mundo nas Colecções dos Nossos Encantos» (no prelo) o tenham estudado,
perspectivado no contexto de uma investigação sobre museus, literacia
científica e públicos.
Aspecto que foi enriquecido, complementarmente, por testemunhos pessoais e
afectivos, pronunciados por quem lida ou tem colecções, e fala da sua
paixão.
Além disso, o conjunto destas abordagens tenderam para delimitações
teóricas, visando uma seqüência de lógicas epistemológicas, mediante
descrições e reflexões orientadas para processos alargados de inovação -
tradição – globalização.
Referências
bibliográficas
Associação Ibero-macaronésica de Jardins Botânicos (1988). Simpósio
Jardins botânicos: estratégias para educação embiental e conservação de
recursos naturais: resumos. Vidago: Vila Real.
Fundação das Casas de Fronteira e Alorna (1989). Encontro sobre o
jardim português (sécs. XV a XIX). Lisboa: Palácio Fronteira.
Janeira, A. L. (1998). Lógos e nómos. Em Actas do 1º Congresso
Nacional de Arquitectura Paisagista. (pp. 25-30). Lisboa: Associação
Portuguesa de Arquitectura Paisagista.
Janeira, A. L. (2003, 20 de dezembro). Recursos naturais, colecções e
ambiente. Montemorense, 5. Retirado em 10/07/2004, do World Wide
Web: http://alemmonte.no.sapo.pt/frameslayout/recursos_naturais.htm.
Meadows, D. H. (Ed.). (1972). The limits to growth: a report for the
club of Rome’s Project on the predicament of mankind. New York:
Universe Books.
Prague Castle Gallery (1998). A Guide to the Collections. Praha: Prague
Castle Administration.
Thouin, A. (1860). Instructions pour les voyageurs et les employés dans
les colonies sur la manière de recueillir, de conserver et d’envoyer les
objets d’Histoire Naturelle. Redigées sur l’invitation de M. le Ministre
de la marine et des colonies par l’administration du Muséum Impérial d’Histoire
Naturelle. 5 ed. Paris: Imprimerie de L. Martinet.
Notas
(1) Facto, a que não se lhe
dá o devido destaque, por exemplo, no, a muitos títulos surpreendente,
Museu Mariano Procópio, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Na verdade, guarda
um belíssimo recheio, que começou por ser de espécimes naturais,
complementada depois por exemplares históricos e artísticos. O que
acontece com o sistema expositivo? Destaca estes últimos e quase esconde
totalmente o científico. Mais ainda, esquece-se de evidenciar, desde as
salas iniciais, a origem naturalística da actividade coleccionista do seu
criador. [volta]
(2) Esta parte do texto
corresponde ao desenvolvimento de idéias publicadas anteriormente em Janeira, 2003.
[volta]
(3) Nómos significa
lei, norma. Lógos significa razão, discurso. Cf. Janeira, 1998. [volta]
(4) A origem do livro The
Limits to Growth: A Report for the Club of Rome’s Project on the
Predicament of Mankind, organizado por Donella H. Meadows (1972),
situava-se numa encomenda curiosa: a FIAT pediu ao Club de Roma para
delinear as características dos tempos futuros, pois pretendia que esses
critérios presidissem à concepção dos seus carros, sendo conseqüentemente
incorporados às suas dimensões, formas e mecânicas. [volta]
Nota
sobre a autora
Ana Luísa Janeira é Professora Associada com Agregação em Filosofia
das Ciências do Departamento de Química e Bioquímica da Faculdade de
Ciências da Universidade de Lisboa. Co-fundadora, primeira coordenadora e
actualmente investigadora do Centro Interdisciplinar de Ciência,
Tecnologia e Sociedade da Universidade de Lisboa (CICTSUL). Contato:
janeira@fc.ul.pt.
Data
de recebimento: 30/08/2004
Data de aceite: 30/03/2006
Memorandum 10, abr/2006
Belo Horizonte: UFMG; Ribeirão Preto: USP
ISSN 1676-1669
http://www.fafich.ufmg.br/~memorandum/a10/janeira01.htm