Brožek, J. e Massimi, M. (ed.). (2002) Curso de introdução à historiografia da psicologia: apontamentos para um curso breve - parte terceira. Memorandum, 3, 112-131. Retirado em   /  /  , do World Wide Web: http:// www.fafich.ufmg.br/ ~memorandum/ artigos03/ brozek04.htm.

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Curso de introdução à
historiografia da psicologia:
apontamentos para um curso breve
 
Introductory course to 
psychology's historiography: 
notes for a brief course
 
 
Josef Brožek
Lehigh University
United States of America
 
Editor
Marina Massimi
Universidade de São Paulo
Brasi
 
PARTE TERCEIRA:
A MEMÓRIA DE UM HISTORIADOR: DEPOIMENTOS PESSOAIS (1)

 

Esta terceira parte do “Curso Breve” compreende depoimentos que o professor Brožek forneceu naquela ocasião acerca da própria vivência pessoal de pesquisador. Constitui, portanto, uma fonte rica e inédita para a reconstrução da história deste pioneiro da historiografia da psicologia, através do testemunho de sua próprias memórias pessoais acerca dos acontecimentos históricos dos quais fora protagonista. Conclui-se assim a edição desta documentação referente ao "Curso de introdução à Historiografia da Psicologia", proferido pelo Professor Josef Brožek no curso de Psicologia da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, no mês de maio de 1996.

Josef Brožek: “Minha História na História da Psicologia”

Na minha vida profissional, a psicologia teve várias formas:

1. Orientação profissional, do inverno ao outono de 1937;

2. Psicologia industrial, chamada naquela época de "psicotécnica", do outono de 1937 ao outono de 1939.

3. Estudos avançados de psicologia nos Estados Unidos da América, na Universidade da Pennsylvania, na Filadélfia, no ano escolástico de 1930/40 e na Universidade de Minnesota, no ano escolástico de 1940/41.

4. Pesquisa no Laboratório de Higiene Fisiológica – um laboratório de biologia humana aplicada – de 1941 a 1958, com ênfase na pesquisa da desnutrição, do trabalho visual, do desenvolvimento das enfermidades de artérias coronárias. O Laboratório era uma parte da Escola de Higiene Pública da Universidade de Minnesota.

5. Direção do Departamento de Psicologia e Ensino, de 1959 a 1963, na Lehigh University, na cidade de Bethlehem, Pennsylvania.

6. Pesquisa em história da psicologia, de 1963 a 1979, ano de minha aposentadoria formal. Prossegui os estudos históricos, até hoje.

A história da psicologia entrou na minha vida cedo: no segundo ou terceiro ano de meus estudos universitários, na Universidade Carolina de Praga, quando encontrei numa livraria um livro alemão recente à época intitulado Psychologie der Gegenwart (A Psicologia Contemporânea), contendo um largo capítulo introdutório dedicado ao desenvolvimento da psicologia moderna. Seu autor era Hans Henning, professor universitário de Danzig (hoje, Gdnansk), na Polônia. O livro, editado no ano de 1932, impressionou-me profundamente. Através desta leitura, apaixonei-me pela história da psicologia. A análise do livro, por mim apresentado ao longo do seminário filosófico, demandou seis sessões! Tratavam-se de minhas primeiras preleções em história da psicologia.

No Velho Mundo, minha especialidade era a psicologia aplicada. Nos primeiros vinte anos de atividade no Novo Mundo, ganhei o meu pão de cada dia como psicobiólogo. Quando foi possível, voltei ao meu primeiro amor: a história da psicologia. As resenhas críticas de livros de caráter histórico mantinham-me em contato com a história da ciência. Entre outros, foi importante o estudo da vida e da obra do fisiologista tcheco J. E. Purkinje, cujo interesse pela psicologia era imenso. Sua dissertação doutoral, apresentada no ano de 1818 na Faculdade de Medicina de Praga, teve como objeto a percepção visual. No ano de 1963 consegui uma oportunidade para concentrar meus esforços na história da psicologia.

Aspectos Organizacionais

Os anos 60 foram muito importantes para o desenvolvimento da historiografia da psicologia. Nos Estados Unidos, formou-se um pequeno grupo de psicólogos interessados na história da psicologia. Eu fui um deles. Robert I. Watson era o chefe deste grupo. Um boletim datilografado servia como meio de troca das informações. Este boletim, em 1965, tornou-se um periódico científico de grande qualidade e significação internacional: o Journal of the History of the Behavioral Sciences. Ao longo de muitos anos, participei como membro do Conselho Editorial desta revista.

Pessoalmente, além das responsabilidades no campo da pesquisa e do ensino, assumi várias responsabilidades sociais. Uma destas, foi o estabelecimento da história da psicologia como especialidade no quadro da Associação Psicológica Norte-Americana (APA) e na cena mundial. No ano de 1965 tivemos sucesso em obter um número suficiente de assinaturas para originar o processo que culminara na formação da Divisão n. 26 da APA, a Divisão de História da Psicologia. Hoje em dia a Divisão tem mais de 100 membros e seu Boletim serve não apenas para responder às necessidades organizacionais da Divisão, mas também para publicação de artigos científicos na área.

Com a ajuda financeira da National Science Foundation e a colaboração do Professor Robert I. Watson, organizei no verão de 1968, um seminário de seis semanas na University of New Hampsire, na cidade de Durham, New Hampshire. Tratou-se de um evento da maior importância para o desenvolvimento da historiografia norte-americana, descrito em detalhe no novo periódico, também criado no ano de 1965, o Journal of the History of Behavioral Sciences (vide artigo: "A Summer Institute on the History of Psychology: Part I", JHBS, n. 5, pp. 307-319, 1969 e "Part II", JHBS, n. 6, pp. 25-35, 1970). A "Escola de Verão" ocorreu por três vezes ao longo de três anos, visando melhorar o nível científico e pedagógico neste novo campo de pesquisa e ensino. O Segundo Seminário ocorreu no verão de 1972, na Universidade de Lehigh. Apesar de ambos os seminários terem sido destinados a professores universitários de História da Psicologia, foi aceita a participação de um número restrito de estudantes. Entre os participantes, houve também um grupo de especialistas estrangeiros que contribuiu de modo importante ao sucesso dos seminários. Os planos para a realização do Terceiro Seminário foram interrompidos devido à falta de financiamentos.

Foi no contexto do Summer Institute que, na cozinha de nosso apartamento em Durham, nasceu a International Society for the History of Behavioral and Social Sciences (Sociedade Internacional para a História das Ciências Comportamentais e Sociais), posteriormente denominada "Cheiron" e "Cheiron Internacional". Em cooperação com Mary Henle, organizamos a primeira conferência científica desta Sociedade junto à Princeton University, em 1969.

Doze anos depois, tive um modesto papel na formação da "Cheiron" européia: durante a visita científica em Cambridge, Massachusetts, do Professor Hans Rapard da Free University of Amsterdam, Holanda, tive a oportunidade de estabelecer uma seção européia de "Cheiron". Esta foi fundada numa reunião organizada junto à Free University no mês de setembro de 1982. No Brasil, quando participei como Presidente Honorário do Primeiro Seminário de História da Psicologia Latino-Americana, organizado pelo Professor Antônio Gomes Penna no Rio de Janeiro de 11 a 12 de abril de 1988, estimulei a possibilidade de fundar também neste País uma "Cheiron" da América Latina.

Outra etapa importante para a consolidação da história da psicologia como área de pesquisa, foi a criação e a publicação de estudos monográficos. Uma primeira tentativa foi a edição dos apontamentos de David Jayne Hill, autor que nos Estados Unidos fora muito representativo da fase de transição entre a psicologia filosófica tradicional e a nova psicologia moderna. Esta edição foi custeada no ano de 1974 pela Bucknell University – antiga Universidade de Lewisburgo, em cujo âmbito Hill atuara. Desse modo, tivemos a oportunidade de preparar uma coleção de pequenas monografias que porém chegou a ser definitivamente publicada apenas em 1984, sob o título de Explorations in the History of Psychology in the United States. As monografias contidas nesta coleção abordam os seguintes tópicos: as origens da psicologia acadêmica norte-americana, a teoria da mente formulada pelo teólogo protestante J. Edwards, a psicologia da motivação esboçada por W. James, os laboratórios pioneiros, J. McKeen Cattell e a psicologia norte-americana nos anos de 1920, David Jayne Hill – de cuja história ocupei-me pessoalmente. No ano de 1881, o título acadêmico de Hill mudara de "professor de metafísica e filosofia mental" para "professor de psicologia e ética" – o que indica uma relevante mudança de mentalidade. Pelo que sabemos, Hill foi o primeiro norte-americano que recebera o título de professor de psicologia.

Um aspecto muito importante da organização do domínio da história da psicologia foram as traduções. Traduzir pode aparecer um trabalho pedante e sem outro interesse a não ser o ganho econômico. Muito pelo contrário, as traduções podem revelar tesouros: fontes de informações relevantes para a história da psicologia e outrora inacessíveis. A inacessibilidade pode ter duas razões: o idioma dos materiais originais e a sua locação.

Minha primeira experiência de tradução de uma obra científica tem uma história divertida. Gosto dos livros não só pelo seu conteúdo mas também devido à seu valor estético: a qualidade do papel, da impressão, da capa. Por causa destes aspectos puramente estéticos, apaixonei-me por uma série de livros intitulada Duthc Classics in History of Science (Os Clássicos Holandeses da Ciência) – uma série distinta, patrocinada pela Sociedade Holandesa de História da Medicina, da Matemática e das Ciências Exatas. A minha pergunta foi: como eu poderia contribuir com esta série? E o motivo deste meu interesse era a beleza dos livros! A resposta foi quase imediata: uma dissertação de doutorado apresentada na Faculdade de Medicina de uma universidade ilustre, a Universidade de Utrecht, de autoria de Johan Jacob de Jaager, cujo título era De physiologische tijd bij psychische processen (O tempo de reação que caracteriza os processos mentais). Tratava-se de uma obra de importância fundamental para a história da psicologia, mas essencialmente desconhecida, sendo que poucos historiadores da psicologia conseguem ler um texto em idioma holandês! O gênio inspirador desta tese era Franciscus Cornelius Donders, um fisiologista e oftalmologista célebre. Donders escreveu, em 1865, uma nota preliminar sobre a velocidade do pensamento e a tomada de decisões. Outro artigo de Donders apareceu em 1868 em língua alemã.

Outras traduções de textos significativos para história da psicologia que realizei, foram:

1. A de uma carta escrita por Pierre-Louis Moreau de Maupertuis, então Presidente da Academia Real de Ciências e de Literatura de Berlim, em 1752, cujo título é Experiences Metaphysiques. O motivo pelo qual esta carta interessa a psicólogos e historiadores da psicologia é que nela o autor não trata nem de metafísica nem de parapsicologia, e sim de algo semelhante a experimentos psicológicos. De fato, propõe o estudo das funções sensoriais, dos efeitos de drogas que modificam a consciência humana, mas também propõe experimentos baseados numa aplicação direta dos estímulos ao cérebro.

2. A de alguns fragmentos escritos em tcheco por Purkinhe sobre o impacto da luz na visibilidade e no brilho das cores espectrais, em 1860.

3. A tradução em língua inglesa do primeiro estudo sistemático acerca dos efeitos psicológicos da desnutrição em crianças, publicado em idioma castelhano num boletim médico do México, em 1954.

4. A tradução em língua inglesa dos relatos experimentais de dois colaboradores de Pavlov – Yu. P. Frolov (1922) e S. Rozental (1922) –, acerca de experimentos desenvolvidos sobre reflexos condicionados.

5. A tradução dos trabalhos psicológicos de Th. G. Masarik.

6. As traduções de trechos de autores tchecos que propõem idéias psicológicas (escritas seja no idioma tcheco antigo, em latim, alemão ou tcheco moderno).

Minhas pesquisas em Arquivos

Os primeiros estudos que desenvolvi em arquivos (Brožek, 1973a, 1973b) tinham que ver com Marcus Marulus (1450-1524), humanista croata, mais precisamente dálmata. Marulus escreveu (mas não editou) um livro intitulado Psychologia de ratione animae humanae liber. Ao que consta até hoje, trata-se do primeiro livro com o título de "Psychologia", ou, para ser mais preciso, de "Psichiologia". Trata-se de um termo neo-latino, latinizado, que parece ser considerado como sinônimo do título de um tratado de Aristóteles: Peri Psiche (em grego), ou seja De Anima (em latim).

Marulus escreveu este livro do qual não conhecemos a data precisa, a Split, a antiga Spalatum. Eu queria ver com os meus próprios olhos todas as cópias da biografia de Marulus, escrita pelo seu amigo mais jovem, Franciscus Natalis, latinizado do croata "Bozevic", pois esta biografia contém o nome do livro. A biografia apareceu no prelo acerca de duzentos anos depois de ter sido escrita (Natalis, 1765, pp. 433-435). Visitei os arquivos das cidades de Iugoslávia (Dubrovnik, Split, Zadar, Zagreb), de Budapeste, na Hungria e de Veneza, na Itália.

Por que ver os manuscritos? O que eu fiz era um estudo ortográfico: de fato, em todos os manuscritos encontrados da biografia, a ortografia da palavra "Psychologia" era diferente! Possivelmente, os que transcreviam os manuscritos não sabiam o que fazer com este neologismo. O copista do manuscrito de Zagreb deixou em branco o espaço do termo e uma mão desconhecida mais recentemente preencheu o espaço em branco com o termo "etologia"!

Nas décadas de 1970 e de 1980, foi-me possível visitar várias vezes os arquivos da Universidade Carolina e a Academia Tchecoslovaca de Ciências, tendo recebido bolsas de estudo da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos. A maior parte dos estudos desenvolvidos nestes arquivos, visavam transcrever os manuscritos dos apontamentos de lições universitárias que J. E. Purkinei proferia na Universidade de Bratislavia (Breslau, hoje Wroclaw, na Polônia) entre os anos de 1827 e 1842. Os títulos das lições eram "Psicologia empírica" e "Psicologia Fisiológica" (Brožek & Hoskovec, 1987, pp. 20-76 e pp. 77-101). Lamentavelmente, o que encontramos frustrou as nossas expectativas: tratavam-se de apontamentos incompletos, especialmente os dedicados à Psicologia Fisiológica, sem a indicação de fontes, e a qualidade do conteúdo não correspondia à qualidade das publicações desse mesmo autor.

Muito mais proveitosos foram os estudos sobre o desenvolvimento da Psicologia Aplicada na Tchecoslováquia entre as duas guerras mundiais, acompanhados por uma listagem das teses de doutorado apresentadas naquele período (Brožek & Hoskovec, 1995a). Uma parte desta pesquisa abordou a complicada história da principal instituição na área da Psicologia Industrial, criada em 1920 com o nome de Instituto Psicotécnico. O nome mudou várias vezes. O instituto foi fechado em 1951 no terceiro ano do regime comunista.

A já citada biografia de David Jayne Hill, uma figura que, nos Estados Unidos, marca a transição entre a "Velha Psicologia" filosófica e a "Nova Psicologia" científica e experimental, foi realizada através de estudos de arquivo. Hill foi o primeiro professor do mundo a receber o título de "Professor em Psicologia", em 1881 (Brožek, 1984)

Numa visita realizada na Europa, no início dos anos 70, aos Arquivos da Universidade de Utrech, Holanda, achei um manuscrito incompleto de F. C. Donders, o cientista responsável por criar medidas para mensuração da velocidade dos processos mentais, por volta de 1860. A morte da filha deixou Donders deprimido ao ponto que ele não conseguiu continuar a obra que teria sido uma promessa para a psicologia moderna.

A História das Idéias Psicológicas e a História da Psicologia

Sendo que como vimos, o termo "psicologia" apareceu apenas no começo do século XVI, a rigor não podemos utilizar os termos "psicologia" e "história da psicologia" no período anterior com referência aos períodos históricos anteriores a esta data. Por isso, achei conveniente introduzir a expressão "idéias psicológicas".

No Brasil, o Professor Antônio Gomes Penna usou esta mesma expressão no título do livro História das Idéias Psicológicas (Rio de Janeiro: Zahar, 1980). O livro começa abordando a "Reflexão psicológica entre os primitivos", descreve a seguir o desenvolvimento das idéias psicológicas na Grécia clássica, no pensamento cristão, na França, na Inglaterra, na Alemanha, dedicando especial atenção no que diz respeito ao contexto francês, às propostas de Psicologia Filosófica de Maine de Biran e de Henri Bergson.

Marina Massimi, no seu História da Psicologia Brasileira: Da época colonial até 1934, publicado no ano de 1990 (São Paulo: Editora Pedagógica Universitária), dedica um amplo capítulo aos conhecimentos psicológicos – quer dizer "idéias psicológicas" – no Brasil colonial. Inclui três domínios: 1) as idéias psicológicas dos índios brasileiros, com ênfase na criança e na mulher na sociedade indígena; 2) a cultura católica do Brasil colonial, incluindo os conceitos e os métodos psicopedagógicos dos jesuítas, o conhecimento de si mesmo e do dinamismo das paixões e da tristeza; 3) idéias psicológicas do século XVIII e primeiras idéias sobre a fundação de uma ciência do homem.

O professor Hoskovec, meu colega de Praga, e eu achamos que a expressão e o conceito de "idéias psicológicas" é útil para rotular uma pesquisa por nós desenvolvida na ocasião do sexcentésimo quinto aniversário da fundação da Universidade de Praga, na Boêmia, (fundada no ano de 1348). A pesquisa foi publicada num livro que apresenta as "idéias psicológicas" de autores tchecos, associados à Universidade de Praga como alunos ou docentes ao longo deste longo período de tempo. Os temas do livro podem ser agrupados em oito categorias que correspondem às seguintes disciplinas ou áreas da psicologia: Psicologia Anormal (alcoolismo, suicídio); Psicologia do Desenvolvimento (criança, velhice); Psicologia Educacional (aprendizagem, ensino); Higiene Mental (adaptação ao esforço, estresse, problemas da velhice); Personalidade (necessidades psíquicas); Psicologia Pastoral (o pecado e os pecadores); Psicologia Ocupacional (o trabalho humano); Psicologia Política e Social (caráter e conduta nacional, aspectos morais da nacionalidade, aprendizagem de idiomas e paz dos povos, partidos políticos, sociedade e ética). A preparação de um livro histórico deste gênero foi um grande desafio (vide: Brožek & Hoscovec, 1997).

A escolha dos métodos em minhas pesquisas

Minha orientação no que diz respeito à metodologia historiográfica em psicologia pode ser resumida por dois termos: abordagem multifásica, ou pluralista, e utilitária.

Com efeito, um método bom de pesquisa é um método que sirva, e sirva não de modo genérico mas que auxilie um determinado historiador no enfrentamento de um problema específico a ser investigado, em harmonia com seus conhecimentos, interesses, opções e peculiaridades.

No texto elaborado por mim e Pongratz em 1980 (Historiography of Modern Psychologie, Toronto) definido também como a "Bíblia" da historiografia contemporânea da psicologia moderna, descrevemos cinco abordagens metodológicas: a biográfica – utilizada na maior parte dos mais tradicionais estudos históricos em psicologia; a descritivo-analítica; a quantitativa; a social; e a sócio-psicológica. Ao escrever a biografia de David Jayne Hill, que como vimos foi uma importante figura ligada aos primórdios da psicologia científica nos Estados Unidos, utilizei o método biográfico. Em meus estudos sobre a história da psicologia tcheca utilizei o método descritivo-analítico.

Outro estudo desenvolvido com este método aborda a questão das relações entre difusão da psicologia e regimes políticos e refere-se à recepção e rejeição na Europa Oriental de um manual clássico da Psicologia Experimental americana: o Experimental Psychology de autoria de R. S. Woodworth, professor de Psicologia na Columbia University, em New York, cuja primeira edição apareceu em 1938. A pesquisa foi por mim desenvolvida em colaboração com Vid Pecjak, psicólogo eslavo, no ano de 1992. Um apanhado sintético dos resultados pode ser assim descrito:

Nos anos da assim chamada "Guerra Fria", nos Estados Unidos predominava a idéia de que o comunismo era um movimento homogêneo. Todavia, nosso pequeno estudo demonstra claramente que, pelo menos no que diz respeito à Psicologia, a concepção de que houvesse uma homogeneidade quanto aos pontos de vista e aos valores, entre os países de regime comunista, é totalmente falsa. Numa primeira análise, parece que o motivo que justificara a publicação do manual de Woodworth era proporcionar um espaço para mover uma crítica violenta e extensiva à assim chamada "Psicologia do Oeste", na extensa apresentação (quarenta e quatro páginas!), cujo título é "A degradação da Psicologia burguesa contemporânea". De fato, o autor da apresentação rejeita a Psicologia rotulada de "burguesa" em geral e a abordagem de Woodworth em particular; afirma a necessidade de que os psicólogos se posicionem no âmbito do debate histórico entre materialismo e idealismo, entre forças progressistas e forças reacionárias que permeiam toda a história da ciência à qual também constitui-se num reflexo da luta de classe. Aponta para a crise profunda da psicologia "burguesa" da época de Woodworth, apesar deste não ter consciência da mesma. Diferente parece o caso da tradução realizada na República Tcheca, em 1960, por H. Sclossberg e organizada por Miroslav Bazany, diretor do Laboratório de Psicologia da Academia de Ciências. Na apresentação, este último frisa que a edição do livro responde à necessidade de conhecer os desenvolvimento da pesquisa psicológica no mundo, apesar de reafirmar logo em seguida seu credo na ideologia comunista. Curiosamente, Bazany ao mesmo tempo em que elogia o livro enquanto fonte valiosa de informações sobre a história da Psicologia Experimental contemporânea, afirma que o texto é marcado pelo positivismo e pelo operacionalismo e que a abordagem funcionalista de Woodworth é incompatível com os princípios da Psicologia Materialista. A tradução polonesa editada em 1963 e depois em 1966/67, baseia-se na edição de 1954 do referido compêndio e seu tradutor e organizador Andrzej Lewicki define a obra como uma exposição compreensiva e moderna dos avanços da Psicologia Experimental.

Todavia, na pesquisa historiográfica, meu método preferido é o quantitativo. Relato a seguir alguns destes estudos quantitativos por mim desenvolvidos.

Minhas análises historiomêtricas da literatura psicológica iniciaram com o estudo do assim chamado "período da citação" ("citation longevity"= longevidade da citação) escolhido como critério indicador da importância histórica de uma obra.

A primeira obra que foi estudada com este método foi um artigo do já citado fisiologista holandês F. C. Donders, intitulado em sua versão alemã Di Schnellingkeir Psychischer Processe, publicado num periódico científico importante, os Archiv fuer Anatomie und Psychiologie und wissenschhaftliche Medizin (Arquivo de Anatomia e Fisiologia de Medicina Científica). O artigo apareceu em 1968 e foi citado ao longo de um período de cem anos. Verificamos que o número de citações aumentou nas décadas de 1940 e 1950, devido ao interesse dos psicólogos experimentais acerca dos problemas da comunicação. O número de citações alcançou o cume no ano de 1968, centenário da publicação da versão alemã do artigo. Este trabalho foi publicado em 1970. Mas restava ainda por estudar a história da versão holandesa do artigo: quem a leu? Quem a citou? Mais: houve também uma versão inglesa: quem a leu e quem a citou? Isto abre outras questões, por exemplo: qual é a importância do idioma e do periódico no qual um artigo é publicado, do ponto de vista do significado histórico do mesmo?

Um segundo estudo bibliométrico utilizara as traduções de livros publicados em outros países como indicadores do clima político e cultural de uma nação. No caso, o país estudado foi a Iugoslávia do pós-guerra. Durante a Segunda Guerra Mundial, o partido comunista assumiu o poder na Iugoslávia. No ano de 1948, o general Tito mandou de volta para casa os representantes soviéticos, pois o modelo de comunismo por ele proposto divergira profundamente do modelo soviético. Com efeito, Tito enfatizara que os "samoupravljanje", ou seja, os operários e não o Estado, deveriam ser os donos das fábricas. Stalin enfureceu-se e desencadeou uma violenta guerra econômica e burocrática contra a Iugoslávia. Paulatinamente, as relações que a Sérvia tradicionalmente entretera com a França e que a Croácia tinha com a Alemanha foram retomadas de modo muito vital ao passo que o poder crescente dos Estados Unidos do ponto de vista econômico e militar se impunha de modo decisivo. Nesse contexto, as traduções dos livros de psicologia nos anos do imediato Pós-Guerra eram difíceis devido à terrível crise econômica. As primeiras traduções foram de livros russos, a seguir na década de cinqüenta apareceram as primeiras traduções de livros franceses e alemães. A partir da década de sessenta, a literatura americana dominou.

Um terceiro estudo bibliométrico sintetizou outros pequenos estudos apresentados em seminários na Universidade de Valência, na Espanha, onde enfocávamos a análise de quatro jornais americanos importantes através do estudo quantitativo de citações. O domínio de nosso estudo era constituído por acerca de cem mil citações e o objetivo era verificar as mudanças ocorridas ao longo do tempo quanto à preeminência dos idiomas utilizados. Entre outros, comparamos a última década do século XIX com o período entre 1940 e 1945. O que vimos? A porcentagem das citações de obras em língua alemã decresce de 31% a 8%; a porcentagem das citações de obras em língua francesa decresce de 11% a 2%. Pelo contrário, as citações de obras em língua inglesa, preponderantemente norte-americanas, cresceram de 56% a 89%.

A Universidade de Valência é um centro muito importante de pesquisas bibliométricas: uma resenha sistemática em língua inglesa sobre estes trabalhos foi por mim publicada na Revista de Historia de la Psicologia (vol. 12, n.2, pp. 18-36).

Qual é a imagem que se tem da psicologia russa? De que forma uma análise quantitativa pode facilitar a compreensão de uma estrutura tão complexa como uma disciplina científica? Formulei esta pergunta na segunda parte da década de 1960, depois de dez anos da morte de Stalin (1953), quando iniciara-se o processo gradual de liberalização da sociedade soviética. A edição de revistas de Psicologia na União Soviética terminou no começo da década de 1930: a revista Psicologia, a Pedologia e outro jornal dedicado ao estudo da personalidade cessaram de ser publicados em 1932. A Psicotécnica soviética desapareceu em 1932. Ao longo de vinte anos, nenhum periódico foi publicado em língua russa. Só em 1955 surgiu o jornal Problemas de Psicologia. Meus contatos oficiais com o contexto soviético, tiveram início no ano de 1963, quando participei como delegado oficial da America Psychological Association, do Segundo Congresso da Sociedade Soviética de Psicologia, em Leningrado. Em 1966, dois eventos importantes ocorreram: a reunião do XVIII Congresso Internacional de Psicologia em Moscou e a transformação dos Departamentos de Psicologia em Faculdades de Psicologia, na Universidades de Moscou e Leningrado. Escolhi os atos da Terceira Reunião da Sociedade Soviética de Psicologia de 1968, para realizar uma análise quantitativa de seu conteúdo, como base para delinear a estrutura da psicologia soviética da época. O número de contribuições acerca das especialidades da Psicologia foi de 906. Os resultados são os seguintes:

Quais dados são digno de interesse ou surpreendem? O fato de que a estrutura da Psicologia Soviética difere profundamente da Psicologia Americana: o campo dedicado à Psicologia da criança e da educação é bem mais amplos. Seguem: a Psicologia Geral Experimental, a Psicologia Médica, a Psicotécnica. Surpreendentemente amplo é o campo da Educação Física e da Psicologia do Esporte.

Nosso estudo bibliométrico mais recente aborda o estudo da introdução da literatura internacional na da Psicologia Tcheca. A primeira fonte de informação forma os trabalhos psicológicos elaborados por Thomas Garrigue Masarik (1850-1937), publicados no período de 1880 a 1900. Neste período, Masarik trabalhou como docente de Filosofia na Universidade Tcheca de Praga. Esses trabalhos, na sua versão inglesa, constituíram-se no conteúdo de um livro recente que preparei em colaboração com o já citado J. Hoskovec, o colega de Praga, cujo título é T. G. Masarik sobre a Psicologia (Brožek e Hoskovec, 1995b). Nosso estudo bibliométrico baseava-se nesses cinco trabalhos e considerava as citações de obras em idioma alemã, francês e inglês, feitas por Masarik. A seguir estão colocadas as freqüências e as porcentagens:

Outra amostra utilizada compreendia três livros de Psicologia Aplicada. Consideremos a seguir as freqüências e as porcentagens:

Os resultados completos da pesquisa cujos resultados evidenciam o processo de internacionalização da Psicologia Tcheca, foram publicados em artigo conjunto meu e de Hoskovec na revista Geschichte der Psychologie [9, (1), 48-55, 1994].

Uma observação conclusiva sobre meu percurso de pesquisador, merece o fato de que, em Psicologia dos Processos Básicos, minha especialidade era o estudo dos efeitos psicológicos da desnutrição, com ênfase no comportamento. Tratavam-se de estudos experimentais desenvolvidos com sujeitos adultos, cujos resultados foram publicados inclusive em português, na revista brasileira Cadernos de Pesquisa ("Nutrição, desnutrição e comportamento", n. 29, pp. 11-30, 1979) e na revista portuguesa Aprendizagem/Desenvolvimento: Revista Internacional ("Desnutrição, fatores sociais e comportamento", vol. 1, n. 7, pp. 9-16, 1986). As primeiras pesquisas nesta área que realizei na Rússia com cachorros foram publicadas em Pavlovian Journal of Biological Sciences ("Early Pavlovian studies in the effects of starvation", n. 22, pp. 95-202, 1987). O livro Malnutrition and Human Behavior: Experimental, clinical and community studies (New York: Van Nostrand Reinhold Co., 1985) documenta o desenvolvimento desta área a partir dos relatos das pesquisas mais importantes. Um histórico destas pesquisas foi também publicado em idioma castelhano na Revista Latinoamericana de Psicologia ("Inadecuado consumo de alimentos: Historia de la investigación sobre sus efectos conductuales en sujectos humanos", n. 26, pp. 381-401, 1994).

Reflexões acerca de minha experiência de Professor de História da Psicologia

A meu ver não existe um padrão geral para os cursos de história da psicologia: devem ser adaptados à "freguesia". Todavia, existem diferenças importantes no estilo de lecionar que correspondem às diferenças de personalidade de cada professor, aos seus interesses pessoais no campo da história da psicologia, e à sua participação ativa em pesquisas cujos resultados ele possa incorporar às suas aulas. Todavia, é preciso lembrar que existem professores ótimos em suas aulas e que não realizam pesquisas.

Ao discutirmos acerca do ensino, o perigo é o de limitarmo-nos à discussão de uma espécie de "filosofia pedagógica". Não desaprovo a discussão filosófica, mas as considerações teóricas não são suficientes para tratar da realidade do ensino universitário.

Desde o tempo dos meus estudos universitários, fui firmemente convencido de que a tarefa primária de uma universidade não é apenas ter professores para lecionar mas sobretudo inspirar, estimular e facilitar uma aquisição ativa de conhecimentos e capacidade por parte dos estudantes.

Poderá ser útil, neste sentido, que eu relate um "experimento" específico, relativo ao processo educacional voltado a explorar e melhorar a cooperação entre os estudantes e o professor. Tratava-se de um curso em "História e Sistemas em Psicologia".

De acordo com meu modelo, a colaboração entre estudantes e professores é o conceito-chave de sucesso da empresa universitária. De que forma isto se realizava no curso? De várias formas. As tarefas do professor incluíam: 1) o esclarecimento de lugares do texto que não são facilmente inteligíveis por diversas razões (terminologia, falta de conhecimento histórico); 2) a ajuda para que o estudante entenda o "espírito da época" (Zeitgeist) numa perspectiva ampla que envolva a ciência, a cultura e a sociedade; 3) a proposta de informações e experiências de pesquisa pessoal. As tarefas dos estudantes eram basicamente: 1) na primeira parte do curso, o relato do conteúdo de textos originais que documentam o desenvolvimento da Psicologia Científica; 2) na segunda metade do curso, realizar alguns pequenos ensaios de pesquisa baseadas em autobiografias de protagonistas da história da psicologia.

As provas eram divididas em duas partes: uma objetiva baseada num teste e a segunda uma redação escrita, realizadas uma na primeira e outra na segunda parte do curso.

Um dos estudantes participou na preparação das questões para o teste objetivo, o outro ajudava com a formulação de temas para a segunda parte das provas, para assegurar também que a prova fosse adequada e relevante. Os mesmos estudantes participaram da avaliação dos testes de seus colegas. Os testes individuais foram devolvidos a seus autores que tiveram a oportunidade de verificar as avaliações. Era possível discutir abertamente as dúvidas a respeito. A avaliação dos resultados servia como importante oportunidade para aprendizagem.

Nas duas últimas aulas do semestre os estudantes apresentaram os sumários de seus papers finais, trabalhos desenvolvidos individualmente sobre temas livres. Além disto, o professor avaliava os relatos elaborados por escritos. Os temas referiam-se a problemas específicos (por exemplo, o desenvolvimento dos estudos sobre a hipnose), autores, métodos e instituições acadêmicas, inclusive a História do Departamento de Psicologia de nossa universidade.

De verdade, o professor lendo os relatórios, pode aprender algo de seus alunos: não é uma má idéia! Na realidade o curso representava um empreendimento cooperativo. Por acaso, dispomos de um modelo perfeito e definitivo de curso de História da Psicologia? Não, não dispomos disto.

A história da ciência, em geral, e a história da psicologia em particular, é uma disciplina fascinante, cheia de desafios – seja no nível da teoria, seja no nível da pesquisa e do ensino. E cheia também de riscos de passos falsos. Em outras palavras, é uma disciplina muito humana!

Vaga-lumes ou Pirilampos

Neste último dia do nosso curso, eu apresentarei uma forma de literatura e de pensamento que chamo de vaga-lumes ou pirilampos.

Esta é claramente uma metáfora: em natureza, os pirilampos (também conhecidos como vaga-lumes), são insetos que têm a propriedade de emitir luz na escuridão. Eles são os meus insetos preferidos do mês de maio, sinal da primavera avançada. Os "vaga-lumes" que hoje apresentamos, são tirados dos Cadernos de Georges Braque (1917-1952), pintor, morto com trinta e cinco anos de idade. Podemos classificar os "vaga-lumes" em três grupos: gerais, poéticos e históricos ou historiográficos (apesar de sabermos bem que as categorias são, muitas vezes, discutíveis). Tratam-se de pensamentos estimuladores e não de verdades doutrinárias. Sendo assim, possivelmente vocês estarão de acordo com alguns deles e em desacordo com outros. Vejamos!

1. Categoria: Histórica

Em arte não há efeito sem distorção da verdade. E na historiografia?

Cada época limita suas aspirações. Daí nasce a ilusão de progresso.

Por não se poder ter sempre o chapéu na mão, inventou-se o cabide.

O pessimista não protege suas idéias, ele as expõe.

O vocabulário é testemunha seguro de uma época.

O verdadeiro materialista é o homem religioso.

O conhecimento do passado faz possível a revelação do presente.

Todos os "ismos" são construções.

Sem trégua, corremos atrás de nosso destino.

O pintor não busca reconstituir uma história, mas constituir um fato pictórico. O que o historiador visa?

2. Categoria: Poética

A esperança nasce do medo do amanhã.

A arte voa; a ciência anda de muletas.

Em arte só uma coisa tem valor: o que não se pode explicar.

Na arte o progresso não consiste em ampliar os limites mas em conhece-los melhor.

A limitação dos meios gera novas formas; convida à criação.

O vaso dá uma forma ao vazio.

Desejo o amor como desejo um sono.

A realidade não se revela se não for iluminada por um raio poético.

Um limão ao lado de uma laranja, deixam de ser um limão e uma laranja: tornam-se frutas!

Contente-se em fazer refletir, não busque convencer!

3. Categoria: Geral

Coisa importantíssima: ter a mente livre. Sim, ou não?

Não faço como quero, faço como posso.

Jamais temos repouso: o presente é perpétuo.

Os que vão em frente, dão as costas aos que vão atrás: é tudo o que estes merecem.

Indecisão: morrer de sede entre uma garrafa de água e uma xícara de café.

É preciso escolher: uma coisa não pode ser ao mesmo tempo, verdadeira e verossímil.

Poucas pessoas – René Descartes era uma delas – podem dizer: estou. Eles se procuram no passado e se vêem no futuro.

Para mim – escreve Braque – o pôr em obra sempre supera os resultados previstos.

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Notas Bibliográficas

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Notas

(1) Revisto por Paulo Roberto de Andrada Pacheco, doutorando em História das Idéias Psicológica, da FFCL/RP, Universidade de São Paulo. Volta

(2) As fotografias presentes nesse artigo foram tiradas por Marina Massimi na ocasião do Curso de Introdução à Historiografia da Psicologia, em Ribeirão Preto, em maio de 1996. Volta

Nota sobre o autor

Josef Brožek é Professor de Psicologia e Pesquisador aposentado da Lehigh University, Bethelehem nos Estados Unidos. Nascido em 1913, na cidade de Melnik, na Bohemia, naturalizou-se americano em 1945. É PhD pela Charles University, em Praga, na Tchecoslovaquia. Assumiu diversos cargos universitários na Europa e EUA, desde 1936, entre eles no M.I.T. (Massachusetts Institute of Technology), de 1980-1981. Autor de vários trabalhos, destacam-se os relativos a Comportamento na Desnutrição e História da Psicologia. É um dos pioneiros da História da Psicologia Moderna como área de pesquisa. Contatos: Lehigh University, Department of Psychology, 27 Memorial Drive West, Bethlehem, Pa., USA, 18015.

Nota sobre o editor

Marina Massimi é Livre Docente e trabalha junto ao Departamento de Psicologia e Educação na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, Campus de Ribeirão Preto, Brasil. Especialista na área de História das Idéias Psicológicas na Cultura Luso-Brasileira. Contatos: mmarina@ffclrp.usp.br.

 

Memorandum, Out/2002
Belo Horizonte: UFMG; Ribeirão Preto: USP. 
http://www.fafich. ufmg.br/~memorandum/artigos03/brozek04.htm

 

 

 

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