Mostra de Filmes Cinemetamorfoses

(Presencial na UFMG, de 23 a 27/5)

Auditório 2 da Faculdade de Ciências Econômicas (FACE)

Cinema é Cachoeira
(Humberto Mauro)

Esta mostra é dedicada à Márcia Ramos de Oliveira (História/UDESC), 
pelas “aventuras vikings”, no primeiro simpósio, na Ilha do Desterro/SC.

Comemorando o retorno ao ensino presencial, a equipe da UFMG na organização do Simpósio, o CiNEAM (projeto de cineclubismo do NEAM/UFMG, também reativado) e o Projeto Mitologia, história e cinema uma proposta de extensão unindo ensino e pesquisa na capacitação de professores da educação básica promovem a mostra de filmes Cinemetamorfoses, aberta à comunidade e gratuita, que visa a oferecer, além do prazer de (re)ver grandes filmes da sétima arte, uma oportunidade de discutir alguns aspectos da recepção da cultura clássica no cinema, no âmbito do tema do simpósio. Após uma breve introdução e exibição do filme, haverá um comentário por membros do projeto de extensão, que são, também, monitores do X simpósio.  

A seleção foi feita pelo professor Martin M. Winkler, entre os mais de 200 filmes citados no seu livro Ovid on Screen: a Montage of  attractions (2020), cuja resenha foi publicada recentemente pela professora Júlia Avellar. As Metamorfoses, de Ovídio, como se pode inferir por este texto, são não apenas uma obra fundamental para o conhecimento e mesmo uso da mitologia greco-romana, mas, como mostra o estudioso, podem ser lidas, também, como uma narrativa cinematográfica (argumento que foi objeto do minicurso oferecido por Martin Winkler, em 2013, Cinemetamorphosis, na UFMG). Esses temas serão abordados pelo professor em sua palestra na mesa de encerramento do simpósio. 

Algumas questões teóricas e pedagógicas ligadas à área de recepção dos estudos clássicos, também na perspectiva do referido processo, mas já no campo da recepção de temas da história antiga no cinema, foram divulgadas no artigo “Mitologia, História e Cinema: um projeto de extensão sobre recepção do mundo greco-romano em curso”, de autoria de Igor Barbosa Cardoso e Maria Cecília de Miranda Nogueira Coelho, publicado em Perspectivas e Diálogos: Revista de História Social e Práticas de Ensino (v. 2, n. 6, 2020). Este texto pode ser de interesse para os que buscam discutir os filmes não apenas em sua autonomia como obra estética, mas, também, como instrumento pedagógico. 

Após dois anos de atividades online na universidade, voltar a organizar eventos como mostras de filmes, em que podemos ter a “Experiência do Cinema” (para lembrar  a expressão que é título de uma das obras de um dos nossos maiores teóricos da sétima arte, o Professor Ismail Xavier), é uma alegria, principalmente pelo local onde estaremos.  Agradecemos à diretoria da Faculdade de Ciências Econômicas (com sua grande tradição cineclubista em Belo Horizonte) pela cessão do Auditório 2, excelente espaço em uma área que faz uma homenagem ao cinema por meio das belas imagens na área externa do auditório (como se vê na primeira imagem abaixo). 

Considerando as restrições de ocupação provocadas pela pandemia e a necessidade de observarmos os protocolos de distanciamento da UFMG, o auditório poderá receber apenas 50 pessoas. Por isso, o controle no acesso será feito por meio de observância da ficha de inscrição, disponível pelo Formulário Google. Os participantes terão direito a certificado como atividade de extensão, com carga horária proporcional ao número de horas a que assistirem, variando de 2 a 20 horas/atividade, bem como, após a sessão, naturalmente, à pipoca ou ao amendoim.   

Vamos, então, para o Auditório da Faculdade de Ciências Econômicas, sem deixar de agradecer, antes, ao mestrando Eduardo Rodrigues (que, doravante, estará, também, à frente do CiNEAM) pelo enorme apoio na organização da mostra. 

Boas sessões! 

Saguão do Auditório 2 da FACE. Campus Pampulha

Programação

23 de maio (segunda-feira)
17h30 – Cisne Negro (Black Swan, Darren Aronofsky, 2010, 108 min.)
Apresentação: Daniel Mendonça Nunes (Mestrando/PPGFIL- UFMG)

24 de maio (terça-feira)
12 h – Orfeu (Orphée, Cocteau, 1950, 112 min.)
Apresentação: Pedro Veras (Mestrando/PPGFIL- UFMG)
17h30 – A Ronda (La Ronde, Max Ophüls, 1958, 97 min.)
Apresentação: Romana Guimarães (Graduada/FIL-UFMG) 

25 de maio (quarta-feira)
11h30 – Metrópolis (Metropolis, Fritz Lang, 1927, 148 min.)
Apresentação: Emmanuelle Gomes (Graduanda/FIL – UFMG)
17h30 – O Ano Passado em Marienbad (L’année dernière à Marienbad, Alain Resnais, 1961, 94 min.)
Apresentação: Daniel Felipe Couto Vieira Silva (Doutorando/PPGFIL-UFMG) 

26 de maio (quinta-feira)
12 h – Um Corpo que Cai (Vertigo, Alfred Hitchcock, 1958, 128 min.)
Apresentação: Najla Gaia (Mestranda/PPGFIL-UFMG)
17h30 – Olhos diabólicos (La Ragazza che Sapeva Troppo, Mario Bava, 1963, 86 min.)
Apresentação: André Mynssen (Mestrando/PPGFIL- UFMG) 

27 de maio (sexta-feira)
11h30 – Orfeu Negro (Orphée Noir, Marcel Camus, 1h40)
Apresentação: Igor Cardoso (Dr. em História UFMG/Projeto República)
17h30 – Quando Duas Mulheres Pecam (Persona, Ingmar Bergman, 1966, 85 min.) 
Apresentação: Caio Assunção (Graduando/FIL-UFMG) 

Organização

Eduardo Rodrigues (Mestrando – PPGFIL/UFMG)
Maria Cecília de Miranda N. Coelho (Filosofia/UFMG)

Sinopses

Cisne Negro

Beth MacIntyre (Winona Ryder), a primeira bailarina de uma companhia, está prestes a se aposentar. O posto fica com Nina (Natalie Portman), mas ela possui sérios problemas pessoais, especialmente com sua mãe (Barbara Hershey). Pressionada por Thomas Leroy (Vincent Cassel), um exigente diretor artístico, ela passa a enxergar uma concorrência desleal vindo de suas colegas, em especial Lilly (Mila Kunis). Em meio a tudo isso, busca a perfeição nos ensaios para o maior desafio de sua carreira: interpretar a Rainha Cisne em uma adaptação de “O Lago dos Cisnes”. 

Orfeu

Orfeu (Jean Marais), famoso poeta em fase entediada, apaixona-se obsessivamente por uma Princesa (Maria Casares), a Morte. Enciumada, esta arquiteta a morte de Eurídice (Marie Déa), desprezada esposa de Orfeu. Com as duas presas no inferno, ele então decide também descer até lá, mas a Princesa, percebendo a impossibilidade desse amor, devolve Orfeu à Eurídice. 

A Ronda

Uma série de histórias de amor se cruzam na Viena de 1900. Um soldado (Serge Reggiani) mantém relações com uma prostituta (Simone Signoret) e depois sai com uma criada (Simone Simon) que conhece em um baile. Ela, por sua vez, é seduzida pelo filho (Daniel Gélin) de seu patrão, que mantém um caso com uma mulher (Danielle Darrieux) casada. O marido (Fernand Gravey) dela leva uma vendedora (Odette Joyeux) para jantar e a deixa bêbada, e ela, mais tarde, se apaixona por um poeta (Jean-Louis Barrault) que quer conquistar uma atriz (Isa Miranda). A atriz convida um conde (Gérard Philipe) para visitar seu quarto, e ele acaba nos braços da prostituta. 

Metrópolis

No ano 2000, a classe rica vive em luxuosos arranha-céus, enquanto a classe operária trabalha arduamente no subsolo. Freder (Gustav Fröhlich) é o filho mimado de Fredersen (Alfred Abel), uma das pessoas mais importantes da sociedade. Ao conhecer Maria (Brigitte Helm), uma amável operária, Freder começa a viajar incógnito pelo mundo subterrâneo e acaba conhecendo as condições desumanas em que as pessoas vivem. Decide, então, começar uma campanha em prol das reformas humanitárias e encontra uma grande resistência da comunidade industrial. Com sua visão apocalítica do ano 2000, Metrópolis teve grande influência sobre vários filmes de ficção como, por exemplo, Blade Runner. Um clássico do cinema expressionista alemão, com sombras estilizadas, ângulos oblíquos e imagens geométricas. A atuação dos atores é marcada por uma interpretação mais teatral, típica de filmes mudos. A influência do pensamento marxista é clara nesta obra cult de Fritz Lang. 

Um Corpo que Cai

Em São Francisco, o detetive aposentado John ‘Scottie’ Ferguson (James Stewart) sofre de um terrível medo de altura. Certo dia, encontra com um antigo conhecido, dos tempos de faculdade, que pede que ele siga sua esposa, Madeleine Elster (Kim Novak). John aceita a tarefa e fica encarregado da mulher, seguindo-a por toda a cidade. Ela demonstra uma estranha atração por lugares altos, levando o detetive a enfrentar seus piores medos. Ele começa a acreditar que a mulher é louca, com possíveis tendências suicidas, quando algo estranho acontece nesta missão. 

O ano passado em Marienbad

Num hotel de luxo, um homem (Giorgio Albertazzi) tenta convencer uma mulher casada (Delphine Seyrig) a fugir com ele. Entretanto ela não consegue se lembrar do caso que supostamente os dois tiveram no ano anterior em Marienbad. 

Olhos diabólicos

Nora (Letícia Román) é uma jovem turista que está viajando por Roma e testemunha um homicídio cometido por assassino em série que a polícia tem procurado durante anos. Em pouco tempo, a moça se vê com um grande problema: a polícia quer sua cooperação para pegar o assassino, e o criminoso a escolhe como sua próxima vítima.

Orfeu Negro

A trágica história romântica entre a jovem Eurídice (Marpessa Dawn) e o motorista e músico Orfeu (Breno Mello). Os dois se conhecem durante o Carnaval no Rio de Janeiro e se apaixonam, mas Orfeu tem uma noiva ciumenta. De acordo com a antiga lenda, o amor do casal é acompanhado de perto pela morte, e ele será capaz de descer aos infernos para salvar a sua grande paixão.

Persona - Quando Duas Mulheres Pecam

A atriz teatral Elisabeth Vogler (Liv Ullmann) sofre uma crise emocional e para de falar. A enfermeira Alma (Bibi Anderson) é designada a cuidar dela em uma casa reclusa, perto da praia, onde as duas permanecem sozinhas. Para quebrar o silêncio, a enfermeira começa a falar incessantemente, narrando diversos episódios relevantes de sua vida, mas quando descobre que a atriz usa seus depoimentos como fonte de análise, a cumplicidade entre as duas se transforma em embate.

That’s all folks!

Veremo-nos, na semana seguinte, no simpósio!