MARCOS TOGNON
Docente Departamento de História
- Unicamp
RACIONALIDADE CONSTRUTIVA
E ILUSÃO ESPACIAL
Os tratados ibéricos de arquitetura, publicados entre os
séculos XVII e XVIII, não só demonstram um
importante alinhamento à cultura técnica e artística
européia às vésperas da geometria descritiva
e das tecnologias que inovarão completamente o campo profissional
(o vidro plano, o aço e o cimento) mas trazem uma importante
e significativa polaridade conceitual entre os seus fundamentos
da arte de edificar, recorrendo ainda a Euclides para racionalizar
o processo de fabricação no canteiro de obras, e,
ao mesmo tempo, procurando gerar momentos artificiosos na percepção
e na fruição de espaços palacianos ou religiosos,
como distorções, profundidades ou escalas de componentes
construtivos que impressionam pela monumentalidade adquirida em
áreas bem restritas. Muitas vezes soluções
construtivas como cúpulas, abóbadas ou arcos, que
exigem então uma perfeita condição equilibrada
de sua “firmitas” também servem para suportes
de esculturas, relevos ou pinturas que visam ilusórias situações
espaciais que, de fato, não existem plenamente. Assim, analisaremos
esses fundamentos racionais construtivos que ao serem edificados
nos guiam por inquietantes e barrocas sensações.
voltar
|