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Laboratório de Filosofia I - UFMG - 2° Semestre
de 2007 |
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Justificativa do Plano de Aula
1º Momento:
Buscar a contextualização do tema, abordando o cotidiano
dos alunos como foco central da discussão, criando
assim uma relação direta entre o conteúdo da
disciplina e a vida deles. O primeiro momento deve
servir sempre como base para subsidiar as discussões
durante toda a execução do plano.
2º Momento:
Após esta abordagem numa escala micro, ou seja, mais
voltada para a vida dos alunos, passar para uma
reflexão sobre coisas mais abragentes, tal como a
reflexão sobre o conceito, as noções de certo e
errado, e a relação com as experiências pessoais
citadas na primeira parte.
3º Momento:
A partir dos subsídios fornecidos no primeiro e segundo
momento, partir para o estudo de filósofos que
abordaram a questão em diferentes perspectivas.
4º Momento:
Relacionar tudo o que foi discutido e pontuado até o
terceiro momento com a análise de casos, tais como
questões raciais, violência, cultura e etc.
5º Momentos:
Introduzir dois filósofos e suas respectivas concepções
sobre o tema da moral, bem e mal. Contextualizar
sempre com tudo o que foi discutido, para facilitar
a compreensão dos mesmos.
6º Momentos:
Utilizar a dinâmica do júri simulado como elemento
motivador para aprofundamento nos textos
filosóficos.
►
1ª
aula – Dinâmica:
Explicitando Valores
Objetivos:
a) Problematizar sobre a existência de diferentes valores.
b) Buscar a noção conceitual dos valores e contextualizar a
experiência pessoal dos alunos.
Material Exigido: Papel em branco, lápis ou caneta.
Processo:
O professor deve explicar inicialmente o exercício, e a
seguir passar no quadro ou distribuir uma folha com
frases para cada estudante, para que possam escolher
e elencar dentre as várias opções as que acharem
mais importantes.
Estas Frases serão elencadas pelo professor, sendo que elas
devem se referir a algum tipo de valor presente no
cotidiano dos estudantes.
Sugestões:
Ter amigos compreensivos (Compreensão)
Livrar-se das normas e das leis (dever e liberdade)
Tratar bem o pai e a mãe (respeito)
Fazer o que quiser sem ter que dar satisfações (Dever e
liberdade)
Cultuar Deus (Religiosidade)
Amar o próximo (Fraternidade)
Rezar com freqüência (Religiosidade)
Comprar as coisas que gosta (ter)
Ser bom naquilo que gosta (virtude)
Conseguir um celular mais bacana (ter)
Ser uma pessoa melhor (ser)
Ir a uma festa (Alegria)
Sair com o(a) namorado(a) (Relação Afetiva/ Amor)
Cuidar da irmã caçula (ou irmão) (Cooperação)
Almoçar em família (Respeito Familiar)
Ir visitar parentes (Respeito Familiar)
Sair com amigos (Amizade)
Estudar para uma prova (Responsabilidade)
Fazer trabalho de escola (Responsabilidade)
Ser generoso com as pessoas (Solidariedade)
Ser seu próprio chefe (liberdade)
I - Os estudantes utilizando a folha de papel, devem
elencar por ordem, o que acharem mais importante,
podendo até mesmo deixar algumas frases de fora,
caso não achem importante.
II – Depois de feito o passo I, formar grupos de 4 a 5
pessoas para que eles possam discutir as diferenças
das listas e os motivos das suas escolhas, as
prioridades que cada ação tem em sua vida,
estabelecendo a comparação com a dos colegas.
III – Ao final todos devem se reunir num grande círculo. O
professor deve esclarecer os valores que estão em
cada uma das frases e tentar contextualizar ao
máximo os valores e as experiências dos alunos. O
Professor deve ainda pontuar e aprofundar a
discussão nas diferenças que surgirem. Ressaltar
como os valores podem variar de uma pessoa para para
outra, as diferenças de valores de acordo com cada
cultura.
É interessante fazer um pequeno balanço estatístico dos
valores que mais apareceram no topo das listas, os
que menos apareceram e o que não apareceram.
IV – Ao final pedir para que os alunos refaçam a tarefa ,
tendo a seguinte suposição em mente:
“Um meteoro irá atingir a terra e todos nós só teremos mais
uma semana de vida”.
Quais seriam agora as ações e valores prioritários?
Observar a reação dos alunos e a possível
relativização dos valores.
* Entregar o texto de Thomas Nagel para os alunos
* Baixe o texto
de T. Nagel em formato
ou
►
2ª
aula – Conceitos
Ética ou Moral?
Moral
→
Latim
Costumes
Ética
→
Grego
As duas palavras, apesar da origem distinta, a primeira vem
do grego 'ethos' e a segunda do latim 'morale' / 'moris',
referem ao domínio comum dos costumes.
Ética = Moral
X
Éticas (ex.: ética médica, ética ambiental, ética jurídica,
etc.)
Usualmente o termo moral é aplicado aos sistemas, assim
temos a moral kantiana (Kant) ou moral cartesiana
(Descartes).
A Filosofia Moral ou Ética trata de questões axiológicas,
ou seja, estudo dos valores, do bem e do mal, da
ação correta, do dever, da obrigação, da virtude, da
liberdade, da racionalidade, da escolha, etc., tanto
de um ponto de vista teórico-conceitual como das
suas implicações práticas.
Valores
A atribuição ou reconhecimento de algo como valor significa
eleger esse algo como fator determinante ou
orientador das escolhas, ações e decisões. O agir
humano é de natureza valorativa. Essa valoração pode
ser subjetiva (pessoal) ou objetiva (fundada em
razões). São valores: o bem, a felicidade, a
virtude, o prazer.
Juízo = Ato mental por meio do qual formamos uma opinião
sobre algo (Locke)
Juízos de fato - são juízos descritivos
('é’, ser)
Juízos de valor - são juízos prescritivos
('deve’, dever-ser)
Referências:
- CANTO-SPERBER, Monique. Dicionário de Ética e Filosofia
Moral. 1.ed. São Leopoldo: Unisinos, 2003. 2 Vol.
- FERRATER MORA, José. Dicionário de Filosofia. São
Paulo: Loyola, 2000. 4 vol.
►
3ª
aula – Certo e Errado
Objetivo: Discutir as ações motivadas pelas concepções de certo e
errado a partir da leitura do texto de T. Nagel.
Por que é certo ou errado agir de uma maneira ou de outra?
(por medo de ser punido, por pensar no outro ou por
fundamentos religiosos)
* Exposição do texto de T. Nagel.
►
4ª
aula – Exposição do texto de Hume
- Utilizar bibliografia secundária
(NÃO DIGITALIZADA)
- Texto de D.
Hume
* Baixe o texto
de D. Hume em formato
ou
►
5ª
Aula –
Exposição do
texto de
Kant
- Utilizar bibliografia secundária
(NÃO DIGITALIZADA)
- Texto de Kant
* Baixe o texto
de Kant em formato
ou
►
6ª
Aula
Dividir a turma em 3 Grupos. Cada grupo receberá a
tarefa de preparar sua linha de argumentação para o
júri, debater em grupo o tema, dividir tarefas e
produzir um trabalho escrito para ser entregue no
final da próxima aula. O Professor deve auxiliar os
grupos intensamente, devido a dificuldade dos
textos.
Grupo 1 – Kant, Metafísica dos Costumes.
Grupo 2 – Hume, Tratado.
Grupo 3 - Kant, Metafísica dos Costumes / Hume,
Tratado – Como os jurados não terão que argumentar,
eles deverão fazer o trabalho sobre os dois autores.
►
7ª
e 8ª Aulas - Júri simulado
Objetivo: Debater o tema, levando os
participantes a tomar um posicionamento; exercitar a
expressão e o raciocínio; amadurecer o senso
crítico.
Participantes:
Juiz: dirige e coordena as intervenções e o
andamento do júri. (Professor)
1 – Grupo:
Jurados- ouvirão todo o processo e no final
das exposições, declaram o vencedor, estabelecendo a
melhor argumentação e os pontos que foram abordados.
Eles devem fazer um resumo do que cada grupo expôs.
2 - Grupo -
Advogados de defesa: defendem o assunto e
respondem às acusações feitas pelos promotores.
Promotores (advogados de acusação):
devem acusar o assunto, pontuar falhas na
argumentação do outro grupo a fim de condená-lo.
3 - Grupo - Advogados de defesa:
defendem o assunto e respondem às acusações feitas
pelos promotores.
Promotores (advogados de acusação):
devem acusar o assunto, pontuar falhas na
argumentação do outro grupo a fim de condená-lo.
Descrição da dinâmica:
1.
Dividem-se os participantes, ficando em números
iguais os três grupos.
2.
Os Advogados de Defesa devem iniciar respondendo a
pergunta:
“O que fundamenta a moral? As paixões ou a razão?”
3. As argumentações devem ser baseadas nos
textos passados pelo professor. Cada grupo terá que
desenvolver sua linha de raciocínio a fim de
convencer os jurados. Para isso, eles terão o tempo
de uma aula além do tempo extra-classe.
4. Terminado o tempo das discussões e
argumentações dos dois lados, os jurados devem
decidir sobre a sentença. Cada jurado deve
argumentar, justificando sua decisão.
5. Avaliação e comentários de todos sobre o
assunto discutido.
*Obs.: é importante fixar bem o tema, bem como os
fatos que serão matéria do julgamento. Para isso
poderá haver uma combinação anterior com todas as
partes, preparando com antecedência, os argumentos a
serem apresentados.
Estudos de casos – Estudo complementar.
- Texto: A Árvore da Ira
* Baixe o texto
A Árvore da Ira em formato
ou
- Texto: Campanha contra homofobia gera
polêmica na Itália
* Baixe o texto
da Campanha em formato
ou
Bibliografia
Primária
- HUME, D. Tratado, Livro III, Parte II,
Seção I. Coleção “Os pensadores”. São Paulo, 1998.
- KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes.
Trad. De P. Quintela. Lisboa: Edições 70, 1992
- NAGEL, Thomas. “Certo e errado” In: Uma breve
introdução à filosofia. Trad. Silvana Vieira.
São Paulo: Martins Fontes, 2001.
Secundária
-
FESER, James. A filosofia moral de Hume
- GALLYPO, M. A segunda seção da fundamentação da
metafísica dos costumes.
-
http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/lemonde/2007/07/18/ult580u2570.jhtm
-
http://noticias.uol.com.br/bbc/2007/10/24/ult36u46114.jhtm |