• Campo artístico em Minas: tradição, modernidade e poder

Esta pesquisa, de caráter sócio-histórico e etnográfico, enquadra-se na linha de estudos de sociologia e antropologia da imagem e da arte que o NECC desenvolve desde o início da década de 2000, com a participação de professores e alunos interessados no estudo do universo social das artes e na análise dos discursos figurativos. Focaliza um período chave do campo das artes plásticas em Belo Horizonte, desde a fundação da cidade em 1897 até a década de 1940, procurando revelar o que estava em jogo no campo artístico correspondente, em suas intersecções com os demais campos (político, religioso, econômico). Tem ênfase qualitativa, privilegiando a reconstrução do passado e a compreensão das estruturas de organização através de documentos escritos e testemunhos orais, além da reconstrução das perspectivas dos atores envolvidos manifestas em suas obras.

Especificamente, procura apreender:
a) os motivos e os objetivos dos agentes envolvidos nesse jogo, tanto dentro quanto fora do campo;
b) os movimentos desses agentes para alcançar seus objetivos e antecipar estrategicamente os movimentos dos adversários;
c) os feitos de cada um, a saber: as obras artísticas (e seus estilos, assuntos etc.), as declarações públicas, as realizações institucionais, as alianças e conflitos com outros agentes relevantes etc.;
d) as heranças estéticas e institucionais que se prolongam até o presente.

O material empírico coletado reúne documentos escritos, tais como memórias dos agentes inscritas em textos, crônicas jornalísticas, relatos de pesquisadores que investigaram esses acontecimentos e outros correlatos; entrevistas dos agentes em questão guardadas em textos, filmes etc.; entrevistas com artistas contemporâneos, discípulos dos mestres ou herdeiros das tradições estilísticas por eles defendidas, assim como com especialistas e connaisseurs sobre este passado, em busca da perspectiva presente acerca da história do campo.