Apresentação

O curso de graduação em Antropologia da UFMG teve sua primeira turma ofertada em 2010 e oferece anualmente 40 vagas por meio do Sisu/Enem, com entrada prevista no primeiro semestre letivo de cada ano. Ele é oferecido no período noturno. Como uma das características deste curso é a ênfase nas atividades de pesquisa, estão previstas ao longo do curso disciplinas denominadas laboratórios e dedicadas à realização de atividades de pesquisa de campo. Quando cursarem estas disciplinas, os alunos e as alunas deverão ter disponibilidade para realização de atividades de campo em outros horários que não o noturno. O curso está previsto para ser concluído em, no mínimo 7 semestres e, no máximo, 14 semestres. As e os estudantes deverão cumprir um total de 2400 horas/aula ou de 160 créditos ao longo deste período.

O curso de Antropologia oferece duas habilitações, uma em Antropologia Social, outra em Arqueologia. Os candidatos e as candidatas deverão prestar o Enem/Sisu para o curso de Antropologia, devendo a habilitação ser escolhida ao longo do segundo semestre do curso, e estando facultada a possibilidade de dupla habilitação com um pequeno acréscimo no tempo de formação (cerca de um ano).

A Antropologia Social estuda os povos do mundo, indaga o que eles fazem, como se sustentam, como pensam e como se organizam socialmente. Estabelecendo contato aprofundado com outros povos do mundo (mesmo que eles sejam nossos vizinhos), aprendendo a conversar e a interagir com os diferentes (mesmo que eles sejam nossos parentes), ou seja, realizando pesquisas de campo, os antropólogos e as antropólogas sociais geralmente produzem etnografias, isto é, descrições aprofundadas dos costumes e dos modos de vida de outros coletivos humanos. Elas e eles também comparam diferentes culturas e sociedades para melhor entender a natureza humana. E com isso têm contribuído para melhor compreender as maneiras como lidamos com as questões políticas e culturais no mundo contemporâneo. Para tanto, espera-se que, além de gostar de ler, o/a estudante seja preparado para fazer pesquisas de campo e para escrever etnografias.

A Arqueologia, outra habilitação do curso, estuda também os povos do mundo, mas sobretudo, embora não somente, aqueles que não mais existem. Ela está interessada em saber o que eles faziam, como se sustentavam e como se organizavam socialmente, e, através destes estudos, está interessada em melhor compreender ou prever a sociabilidade humana no presente e no futuro. Desta forma a Arqueologia está principalmente preocupada em investigar as culturas e os modos de vida do passado, e do presente, a partir da análise de vestígios materiais. Por isso os arqueólogos e as arqueólogas realizam escavações de sítios arqueológicos, recolhem os vestígios produzidos por grupos humanos que habitaram o local, catalogam estes vestígios, descrevem-nos e os analisam, com o intuito de compreender como viviam os povos do passado ou como vivemos hoje.

Pretende-se formar profissionais qualificados para o ensino e a pesquisa acadêmica nas áreas de antropologia social ou cultural e de arqueologia, para o exercício de atividades ligadas à museologia e ao patrimônio material e imaterial, e, enfim, para a preparação e produção de laudos técnicos relativos, entre outros, ao campo das populações tradicionais e seus territórios, dos direitos humanos, das populações e minorias em situação de risco, dos sítios e bens históricos e pré-históricos em situação de risco face aos projetos de desenvolvimento. Pretende-se que o curso de graduação em Antropologia da UFMG possibilite o entendimento mais amplo do fenômeno humano considerando-o a partir das perspectivas da antropologia social ou cultural e da arqueologia tratadas de modo específico e conjuntamente, com aportes das áreas de lingüística e de bioantropologia, além da sociologia, da filosofia e da história. Ou seja, o curso pretende resgatar no Brasil o ensino de antropologia numa perspectiva interdisciplinar que congrega antropologia social/cultural, arqueologia, lingüística e antropologia biológica, sem perder de vista as interfaces com outras disciplinas, sobretudo as das humanidades.

 

PROJETO PEDAGOGICO DE CRIAÇÃO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA