: Projetos do NESTH

As novas pesquisas e ações de formação desenvolvidas pelo NESTH, se analisadas a partir das transformações no capitalismo, que levaram ao aprofundamento de processos de exclusão, apontam para a preocupação de se produzir um conhecimento estrategicamente comprometido com as classes trabalhadoras. Estratégico, no sentido de se recuperar ou se construir o direito de ser trabalhador, por exemplo. A mudança do foco de atuação do Núcleo acrescentou às suas práticas o objetivo de se implantar um processo participativo nas ações que visem fortalecer a autoconstrução do trabalhador enquanto portador de direitos e de acesso a bens sociais e às políticas de inclusão.
Esses avanços de qualidade no que se refere à abrangência dos projetos, associando o mundo do trabalho com a questão ambiental e a qualidade da vida, abrem ainda novos espaços para o aperfeiçoamento de práticas que consolidam a cultura da democracia.

Nesta vertente metodológica, a preocupação maior tem sido a de aperfeiçoar e consolidar, sempre buscando a inovação, os processos que envolvem o comprometimento das populações na busca de enfrentar os seus próprios problemas.

É compreensível que uma comunidade, seja de moradores de uma região ou de um extrato ocupacional caracterizado pela sazonalidade, tenha uma probabilidade maior de envolvimento e comprometimento na solução de seus problemas se tiver se envolvido na identificação e na discussão de alternativas sobre eles. Nas comunidades quilombolas que foram trabalhadas pelo NESTH/UFMG, a utilização de metodologias participativas foi a marca dominante da atuação do núcleo.

Na atualidade, projetos do NESTH passaram a incluir a questão socioambiental enquanto decisiva e essencial na produção de políticas pelas comunidades que são trabalhadas com essas metodologias. Um dos projetos mais emblemáticos nessa área está sendo executado para a Prefeitura Municipal de Congonhas, MG, numa parceria que envolve o NESTH e a Universidade Federal de São João Del Rei, através do seu Campus Alto Paraopeba. Trata-se da “Implantação do Observatório Sócio Ambiental de Congonhas”. Este é um projeto que segue etapas semelhantes a aquelas que foram desenvolvidas no Projeto Agenda 21 Mineral, com alguns aperfeiçoamentos no que toca aos processos de envolvimento da população e no maior alcance de meios de comunicação disponíveis. O objetivo maior é voltado para a construção co-participada de subjetividades políticas coletivas em um município seriamente impactado por atividades de mineração e de siderurgia crescentes (Congonhas tem a perspectiva de dobrar o seu número de habitantes em 25 anos, devido ao processo de aceleração do desenvolvimento econômico).  Com a institucionalização desse processo, apoiado em permanente monitoramento e renovação co-participada de informações, o objetivo é dotar a população de um instrumento para sua proteção e seu desenvolvimento na construção da cidadania.

Dois outros projetos envolvem qualificação e formação cidadã relacionada com a questão ambiental: um deles se refere aos trabalhadores da agricultura familiar, contemplando três assentamentos, e o outro vai capacitar para o trabalho com o turismo um grupo de sessenta jovens quilombolas da região de Conceição do Mato Dentro, fortemente atingida pelas mineradoras. Essas comunidades quilombolas irão receber qualificação para a proteção ambiental e a autossustentabilidade, com o objetivo de fortalecimento de sua identidade e de sua subjetividade política, para a prática da cidadania.

: Projetos em Andamento

- TURISMO SOLIDÁRIO NA COMUNIDADE DE TRÊS BARRAS

- FEIRA POPULAR DA AGRICULTURA FAMILIAR

- FORTALECIMENTO DOS PROCESSOS PARTICIPATIVOS NA DEFINIÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS AMBIENTAIS E DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO MUNICÍPIO DE CONGONHAS

- EJA/ECOSOL (Educação de Jovens Adultos/Economia Solidária)