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Edmundo Domingos Filho |
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Hugo Viçoso I. e Silva |
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Paula |
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Suzisleine R. da Silva |
Laboratório de Filosofia I - UFMG - 2° Semestre
de 2007 |
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Introdução
Esse Plano de Unidade trata-se de um trabalho
elaborado para o ensino de filosofia, mais
especificamente, do tema do conhecimento enquanto
racionalidade e crença, considerando as propostas de
ensino-aprendizagem da escola nova, portanto,
assenta-se sob o método dialógico. O desenvolvimento
da percepção, problematização, análise, reflexão e
da explicação dos conceitos filosóficos, dar-se-á a
partir da relação dialogal entre professor e alunos,
utilizando os recursos didáticos oferecidos pela
escola, professor e alunos.
Objetivo Geral
Despertar o interesse dos alunos para o tema do
conhecimento. Esses deverão ser capazes de
relacionar e distinguir o conhecimento enquanto
crença e enquanto racionalidade, identificar e
reconhecer nos textos literários, obras de arte e
filmes, assim como em frases, expressões e fatos que
fazem parte do seu cotidiano, elementos que
contribuam ou integrem o pensamento filosófico.
Desenvolvimento da capacidade interpretativa e
reflexiva sobre textos filosóficos.
Objetivo Específico
Os alunos deverão saber distinguir e relacionar os
seguintes conceitos: crença, racionalidade, opinião,
conhecimento empírico, conhecimento inteligível,
senso comum, dóxa, episteme, universal
e particular. Desenvolver a capacidade reflexiva a
partir da percepção dos problemas que envolvam tais
conceitos, para que possam assumir uma atitude
crítica: posicionando-se de forma argumentativa
contra ou a favor de determinadas questões que
envolvam o tema do conhecimento, apresentando razões
e justificativas como instrumento de defesa ou
contestação frente aos problemas apontados.
►
1º aula
Num primeiro momento perguntaremos aos alunos o que
significa crença e ciência. E com este material
levantamos os aspectos comuns e divergentes das
respostas dos alunos.
No final da aula será solicitado aos alunos que
elaborem a seguinte pesquisa:
1 - O aluno deverá pesquisar no dicionário o
significado das seguintes palavras:
a) ciência
b) crença
c) opinião
2- O aluno deverá entrevistar pelo menos três
pessoas diferentes, para que sejam respondidas as
seguintes questões:
a) O
que é crença para você? Porque você acha isso?
b) O
que é ciência para você? Porque você acha isso?
c) O
que é opinião para você? Porque você acha isso?
►
2º aula: Senso Comum
I - Objetivos Gerais:
Partindo das opiniões comuns que os alunos trouxeram
e manifestaram fazer com que o aluno perceba o que é
o senso comum e a importância deste para as ações do
cotidiano.
II - Objetivos Específicos:
De acordo com os objetivos gerais acima, temos como
intuito a seguinte meta:
1- Discutir
de forma argumentativa, com os alunos, que o senso
comum é importante para o nosso dia a dia.
2- Que
o senso comum é uma forma de conhecimento importante
para a nossa convivência com as pessoas e objetos.
3- Discutir
de forma argumentativa, como o senso comum é
importante para que o conhecimento científico se
desenvolva. Que de certo modo é ele o primeiro modo
de organização social, que será posteriormente
desenvolvido metodicamente pela ciência.
III – Conteúdos a serem trabalhos:
Nesta aula estaremos trabalhando com os alunos o
slide e o texto abaixo, sempre estimulando os alunos
com questionamentos diversos, tais como:
1- Precisamos
de um termômetro (referente à ciência) para saber se
a água está muito quente e vai nos queimar? Ou será
que em todos os momentos teremos que colocar a mão
(conhecimento particular, opinião) para ter certeza?
2- Precisamos
tomar sal de fruta (ciência) toda vez que comemos
demais e a comida ainda não vez digestão e nosso
estômago está doendo? Ou podemos tomar um chá de
boldo (senso comum) para melhorar? Se apenas o sal
de frutas melhora nossa azia, como as pessoas faziam
antes da ciência desenvolver o sal de frutas?
3- A
opinião é uma forma de conhecimento? Ou a opinião é
necessariamente falsa?
IV – Metodologia:
Como metodologia podemos trabalharemos o material
abaixo descriminado.
[
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Senso comum
é a primeira compreensão do mundo resultante da
herança fecunda de um grupo social e das
experiências atuais que continuam sendo efetuadas.
Pelo senso comum, fazemos julgamentos, estabelecemos
projetos de vida, adquirimos convicções e confiança
para agir. É baseado em fontes de conhecimento entre
as quais o bom-senso, a tradição, a intuição e a
autoridade de um conhecimento específico.
Quando alguém reclama de dores no fígado, esta
pessoa pode fazer um chá de boldo que já era usada
pelos avós de nossos avós, sem no entanto conhecer o
principio ativo (substância química responsável pela
cura) das folhas e seu efeito nas doenças hepáticas.
Ao mesmo tempo, quando atravessamos uma rua nós
estimamos, sem usar uma calculadora, a distância e a
velocidade dos carros que vem em nossa direção.
Estes exemplos indicam um tipo de conhecimento que
se acumula no nosso cotidiano e é chamado de
senso comum
e se baseia na tentativa e erro. Todos precisamos do
senso comum que nos permite sentir a realidade e vai
do hábito de realizar um comportamento até a
tradição que, quando instalada, passa de geração
para geração.
Marilena Chauí explicíta as características do senso
comum, que se apresentam como: subjetivos;
qualitativos; heterogêneos; individualizadores;
generalizadores; estabelecem relações de causa e
efeito entre as coisas e entre os fatos; não se
surpreendem e nem se admiram com a regularidade,
constância, repetição e diferença das coisas;
identificam ciência com magia.
|
O senso comum e a ciência são expressões da
mesma necessidade básica, a necessidade de
compreender o mundo, a fim de viver melhor e
sobreviver. Para aqueles que teriam a
tendência de achar que o senso comum é
inferior à ciência, eu só gostaria de lembrar
que, por dezenas de milhares de anos, os
homens sobreviveram sem coisa alguma que se
assemelhasse à nossa ciência. Depois de cerca
de quatro séculos, desde que surgiu com seus
fundadores, curiosamente a ciência está
apresentando sérias ameaças à nossa
sobrevivência. |
[1] |
No senso comum não há análise, o senso comum é o que
as pessoas usam no seu cotidiano, o que é natural, o
que elas pensam que é verdade.
Idéias básicas sobre o Senso comum:
• são
subjetivos, isto é, exprimem sentimentos e opiniões
individuais e de grupos, variando de uma pessoa para
outra, ou de um grupo para outro, dependendo das
condições em que vivemos;
• por
serem subjetivos, levam a uma avaliação qualitativa
das coisas conforme os efeitos que produzem em
nossos órgãos dos sentidos ou conforme os desejos
que despertam em nós e o tipo de finalidade ou de
uso que lhes atribuímos, ou seja, as coisas são
julgadas por nós;
• agrupam-se
ou distinguem-se conforme as coisas e os fatos nos
pareçam semelhantes ou diferentes;
• são
individualizadores, isto é, cada coisa ou cada fato
nos aparece como um indivíduo distinto de outros por
possuir qualidades que nos afetam de maneira
diferente;
• mas
também são generalizadores, pois tendem a reunir
numa só opinião ou numa só idéia e fatos julgados
semelhantes;
• em
decorrência das generalizações, tendem a estabelecer
relações de causa e efeito entre as coisas ou entre
os fatos;
• não
se surpreendem nem se admiram com a regularidade,
constância, repetição e diferença das coisas, mas,
ao contrário, a admiração e o espanto se dirigem
para o que é imaginado como único, extraordinário,
maravilhoso ou miraculoso.
V - Avaliação:
Neste primeiro momento não teremos avaliação apenas
o acompanhamento e participação dos alunos no
decorrer das aulas.
►
3º aula: Crença
I - Objetivos Gerais:
Que o aluno perceba a importância da crença na
formação do conhecimento e desenvolvimento do
mesmo. Por outro lado é necessário fazer uma
critica da crença, a crença também pode atrapalhar o
conhecer. A crença como conhecimento não
justificado, em oposição à ciência.
II - Objetivos Específicos:
De acordo com os objetivos gerais acima, temos como
intuito a seguinte meta:
1- Discutir
de forma argumentativa, com os alunos, o que
significa a crença, partindo do que colhemos na
primeira aula.
2- Discutir
de forma argumentativa, como a crença é importante
para o que consideramos ser o conhecimento. (É
necessário crer naquilo que pensamos ser verdadeiro)
3- Suscitar
nos alunos que a crença é uma forma de conhecimento
(enquanto saber).
III – Conteúdos a serem trabalhos:
Nesta aula estaremos trabalhando com os alunos o
Mito da Caverna. As perguntas no decorrer da aula
são fundamentais para estimular o pensamento e a
curiosidade dos alunos. Segue algumas questões que
podemos trabalhar:
1- O
que era a vida e a verdade para os prisioneiros da
caverna?
2- A
definição de crença que vimos no dicionário é o
mesmo que os prisioneiros tinham em relação às
sombras?
3- Porque
você acha que o prisioneiro que fugiu da caverna
quis voltar para a caverna e falar para os outros
que o que eles acreditavam era mentira? Se você
estivesse também preso na caverna você acreditaria
que existe algo além do que você via?
IV – Metodologia:
Como metodologia trabalharemos o texto em que Platão
elabora o Mito da caverna e se percebermos que a
compreensão está muito difícil para os alunos
podemos utilizar a historia elaborada por Maurício
de Souza.
Texto 1:
Tirinha da Turma da Mônica
(NÃO DIGITALIZADA)
Texto 2:
Esquema Sol-Linha-Caverna (Para o professor)
* Baixe o Esquema em formato
ou
Figura 1:
[
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Texto 3:
O Que é o Conhecimento
* Baixe
O Que é o Conhecimento em formato
ou
V - Avaliação:
Neste primeiro momento não teremos avaliação apenas
o acompanhamento e participação dos alunos no
decorrer das aulas.
►
4º aula: Conhecimento e Suas Formas
Sensível e Inteligível
I - Objetivos Gerais:
Suscitar nos alunos pensar em como eles sabem.
Diferentes tipos de conhecimento. E que o
conhecimento não é algo fechado e restrito apenas a
ciência ou religião.
II - Objetivos Específicos:
1- Discutir,
com os alunos, de forma argumentativa que o
conhecimento não é restrito à ciência e aos seus
métodos científicos. Falar sobre o conhecimento
filosófico.
2- Discutir,
com os alunos, que o conhecimento não é algo fechado
(pronto e acabado), pois a cada momento percebemos
que algo novo é descoberto.
3- Os
sentidos constituem base segura para o conhecimento?
Eles não nos enganam?
4- Discutir
de forma argumentativa com os alunos, que apesar das
contradições dos sentidos, eles são importantes
biologicamente para a manutenção dos seres vivos.
5- Discutir
com os alunos modos diferentes de se adquirir
conhecimento, e espécies diferentes de conhecimento.
O conhecimento puro como correção dos sentidos. A
generalização e universalidade além dos dados
sensíveis.
III – Conteúdos a serem trabalhos:
No decorrer das aulas estaremos sempre trabalhando
em cima de perguntas para estimular o pensamento dos
alunos.
1- O
caminho da aprendizagem só se dá através da escola e
dos livros? Por que a escola é importante na
formação do conhecimento e conseqüentemente na vida
deles?
2- Como
mais podemos conhecer as coisas?
3- O
conhecimento científico é mais importante que o
conhecimento espontâneo (senso comum)?
4- Conhecimento
é só o que a ciência “ensina” como verdade? A
ciência possui uma verdade única e segura?
5 – Baseado no texto da Clarisse Lispector,
trabalharemos as seguintes questões:
Na frase destacada abaixo (linha 8 a 12), responda:
“Mas seu olhar se fixou na cesta de batatas.
Tinham formas diversas e cores nuancizadas. Pegou
uma com as duas mãos, e a pele redonda era lisa. A
pele da batata era parda, e fina como a de uma
criança recém-nascida. Se bem que, ao manuseá-la,
sentisse nos dedos a quase insensível existência
interior de pequenos brotos, invisíveis a olho nu.
Aquela batata era muito bonita. Não quis comprá-la
porque não queria vê-la emurchecer em casa e muito
menos cozinha-la.”
a) Você
acha que podemos conhecer algo apenas usando o tato,
uma pessoa cega é capaz de conhecer algo? Justifique
sua resposta.
b) Se
Lori fosse cega você acha que ela capaz de comprar
batatas boas para consumir: Justifique sua resposta.
c) Você
acha que todas as pessoas que pegassem na mesma
batata que Lori, eles iriam perceber os mesmos
brotos que Lori percebeu?
IV – Metodologia:
Nesta aula utilizaremos os seguintes textos, com o
intuito de suscitar nos alunos que o conhecimento
científico e inteligível possuem seu caráter de
importância.
Texto 1: Clarice Lispector
* Baixe de
Clarice Lispector em formato
ou
Textos 2 e 3: Hume e Rousseau
* Baixe o texto
de Hume e Rousseau em formato
ou
Imagens:
V - Avaliação:
Neste primeiro momento não teremos avaliação apenas
o acompanhamento e participação dos alunos no
decorrer das aulas.
►
5º aula: Ciência
I - Objetivos Gerais:
Que o aluno perceba a formação do conhecimento
científico, sendo este um conhecimento sempre
recortado de um todo e por isto é tão especializado
e considerado como seguro. A segurança encontrada
no método cientifico. A crença também é encontrada
na ciência.
II - Objetivos Específicos:
De acordo com os objetivos gerais acima, temos como
intuito a seguinte meta:
1- Discutir
de forma argumentativa, com os alunos, a ciência se
desenvolve a partir de um senso comum?
2- Discutir
de forma argumentativa, como a ciência se
desenvolveu tanto a partir das diversas perguntas
clássicas da própria filosofia, tais como: De onde
viemos? Quem somos? Para onde vamos? Onde estamos?
3- Seria
o conhecimento científico mais importante que o
senso comum?
4- Discutir
de forma argumentativa, com os alunos, que ou se
existe na ciência um caráter de crença de suas
verdades.
III – Conteúdos a serem trabalhos:
As perguntas no decorrer da aula são fundamentais
para estimular o pensamento e a curiosidade dos
alunos. Seguem algumas questões que podemos
trabalhar.
1- O
que a ciência nos ensina é a única verdade que
podemos ter sobre as coisas?
2- Os
métodos científicos (experiência empírica) garante a
certeza e a verdade da ciência?
3- Você
acha que a ciência por apresentar falhas proporciona
o seu crescimento e desenvolvimento?
4- Você acha que a ciência possui em seu interior um
caráter de crença?
IV – Metodologia:
Texto 1: Um Ensaio Sobre o Homem - Cassirer
* Baixe de
Cassirer em formato
ou
Texto 2: O Mito da Ciência - Japiassú
* Baixe de
Japiassú em formato
ou
V - Avaliação:
A avaliação será apresentada na próxima aula, desta
forma concretizaremos o conteúdo em SEIS aulas.
Como sugestão de avaliação propomos a tirinha abaixo
da MAFALDA. Esta avaliação parcial tem o intuito de
perceber como o aluno assimilou o conteúdo das aulas
ministradas.
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Algumas questões referentes à tirinha:
· A
discussão entre os dois personagens da tirinha está
no campo da ciência ou da doxa? Explique.
· O
termo Pirambaba como apresentado na tirinha é um
termo cientifico? Justifique sua resposta.
· Essa
tirinha mostra o caráter de crença não justificada
por trás do nosso conhecimento cotidiano? Justifique
sua resposta.
· Você
consegue explicar o significado de todos os
conceitos que você utiliza no seu cotidiano? Quando
não podemos justificar um conceito utilizado
necessariamente estamos no campo da doxa? Essa não
justificação impede o conhecimento? Justifique.
A tentativa aqui não é a de esgotar as
possibilidades de pergunta referentes à tirinha. Mas
apenas exemplificar o modo como pensamos este
processo avaliativo.
Outras possibilidades de avaliação:
Pensamos também em seminários referentes aos
conceitos trabalhados. De modo que os próprios
alunos possam explicitar o que compreenderam a
partir das aulas e fomentar a discussão entre os
grupos.
Pode-se dividir as salas em grupos referentes a cada
um dos conceitos trabalhados, fechando-os ao redor
de textos que serviram de base ao professor, ou até
mesmo ao redor dos próprios textos trabalhados no
cotidiano da sala. Cabe ao professor a escolha que
melhor se enquadra na sua proposta didática.
VI - Bibliografia indicada:
1- ARANHA,
Maria Lúcia de Arruda, MARTINS, Maria Helena Pires.
“Temas de filosofia”. São Paulo: Ed. Moderna, 1992.
Unidade II.
2- CHAUI,
Marilena de. “Convite à filosofia”. São Paulo: Ed.
Ática, 1997. Unidade IV.
3- SÁTIRO,
Angélica, WUENSCH, Ana Míriam. “Pensando melhor:
iniciação ao filosofar”. São Paulo. Ed. Saraiva,
1997.
4- CASTANHO,
Maria Eugênia L.M. Da discussão e do debate nasce
a rebeldia. In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro
(Org.). “Técnicas de ensino: por que não?”. 8.ed.
São Paulo: Papirus, 1999.
5- DESCARTES,
Renné. “Discurso do Método”. São Paulo: editora,
ano. (Coleção os Pensadores)
6- LISPECTOR,
Clarice. “Uma aprendizagem ou o livro dos
prazeres”.18.ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves,
1991.
7- ROUSSEAU,
Jean-Jacques. “Emílio ou da educação”. São Paulo:
Martins Fontes, 2004.
8- CARNAP,
Rudolf. “The Elimination of Metaphisics Throught
Logical Analysis of Language”, in AYER (org.)
Logical Positivism. Nova York: Free Press, 1959.
9- POPPER,
Karl. “A logica da pesquisa cientifica”. Trad:
Leonidas Hegenberg e Octanny Silveira da Mota. São
Paulo : Cultrix: Ed. Univ. de São Paulo, 1975
10- FEYERABEND,
Paul
K.. “Contra o método”. Rio de Janeiro: F. Alves,
1977.
11- JAMES,
William. “A Vontade de Crer”. Trad: Cecília Camargo
Bartalotti. São Paulo, ed: Loyola. 2001.
12- VITA,
Luis Washington. “Momentos Decisivos do Pensamento
Filosófico”. São Paulo. Ed: Melhoramentos, 1964. |