Coletivo Lena Santos de jornalistas Negras e Negros promove o Primeiro Congresso Nacional. Os objetivos do evento é, entre outros, discutir e refletir sobre a participação de profissionais negros no jornalismo brasileiro, que não chega nem a um quarto das redações.


Mais da metade da população brasileira é negra: 56%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nas redações, as estatísticas não acompanham essa realidade e não respondem nem por um quarto (23%) dos profissionais da imprensa, de acordo com o Perfil do Jornalismo Brasileiro, um trabalho coletivo da Rede de Estudos sobre Trabalho e Identidade dos Jornalistas (RETIJ), vinculada à Associação Nacional dos Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor). Os dados são da última pesquisa, realizada em 2012, que está sendo atualizada em 2021. Outra estatística, ligada ao acesso à educação, pode ajudar a explicar essa baixa presença: entre jovens brancos de 18 e 24 anos, 35,7% cursam ensino superior. Para os negros, essa fatia cai para 18,9%, segundo recorte da Síntese dos Indicadores Sociais (SIS/2020), do IBGE. Com o objetivo não só de discutir, mas apresentar caminhos para combater essa desproporcionalidade, o Coletivo Lena Santos promoverá, entre os dias 14 e 16 de maio, o 1º Congresso Nacional de Jornalistas Negras e Negros.

O evento será uma oportunidade para profissionais de comunicação e, principalmente do jornalismo brasileiro, refletirem sobre a presença, participação e desafios dos profissionais negros nas redações espalhadas pelo Brasil. A discussão dentro do Coletivo para promover um debate amplo sobre a negritude no jornalismo partiu após o grupo discutir sobre o número recorde de negros na edição 21 do “Big Brother Brasil”, da TV Globo. A proposta de criação do Congresso foi então apresentada por Márcia, abraçada pelo coletivo e, então, se formou uma comissão para a produção do evento. De Minas teremos a participação de jornalistas de O Tempo/Rádio Super, Estado de Minas, Rádio Itatiaia, TV Alterosa, Rede Globo Minas e Rádio UFMG. Da mídia negra, profissionais do Alma Preta, Notícia Preta, Negrê e Geledes!

A construção de toda a programação do Congresso Lena Santos procurou também ter um equilíbrio na questão de gênero. Buscou-se, então, o nivelamento igualitário entre homens e mulheres. Além disso, foi identificado a discussão sobre pessoas trans no jornalismo, que ainda é incipiente, mas o que não impediu a procura por essa representatividade. “Também quisemos sair das montanhas de Minas e convidamos colegas de Minas, Rio, São Paulo e Bahia”, ressalta Márcia Cruz.

E nós do Coragem teremos uma mesa no dia 16/05 as 14 horas, em que sera abordado a Pesquisa sobre Raça, Gênero e Jornalismo. Com Rafael Francisco (Coragem UFMG), Eliane Estevão (Cedecom UFMG/Coletivo Lena Santos) e Tatiana Carvalho Costa (Coragem UFMG/Coletivo Lena Santos. Mediação com Vivian Campos (Coragem UFMG).

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