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William Mattiolli |
Laboratório de Filosofia I - UFMG - 2° Semestre
de 2007 |
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PRIMEIRA AULA:
HOMEM E NATUREZA / NATUREZA E CULTURA
INTRODUÇÃO AO TEMA:
Apresentação de uma IMAGEM que possua elementos
naturais e construções humanas.
PERGUNTA:
Como os alunos dividiriam os elementos presentes na
imagem em duas categorias?
EXPECTATIVA DE RESPOSTA:
objetos naturais e objetos artificiais.
IMAGENS SUGERIDAS:
DIRECIONAMENTO DA RESPOSTA PARA UMA ELABORAÇÃO MAIS
CONCEITUAL DO PROBLEMA:
• O
que faz com que os objetos possam ser divididos
nessas duas categorias?
• O
que os diferencia?
• O
que subjaz a essa diferença?
• E
o que essa diferença pode indicar em termos daquilo
que faz com que o homem se "destaque" do restante da
natureza?
DIRECIONAMENTO DAS QUESTÕES PARA UMA INTRODUÇÃO AO
CONCEITO DE TRABALHO:
•
Breve apresentação de uma noção inicial do conceito
de TRABALHO: atividade pela qual o homem intervém na
natureza e a transforma segundo seus fins e suas
necessidades de sobrevivência.
QUESTÕES PARA ORIENTAR A FORMULAÇÃO DO PROBLEMA:
•
Esse conceito é suficiente para definir aquilo que
diferencia o homem dos outros animais e do restante
da natureza?
•
O que diferencia então o trabalho humano do trabalho
dos outros animais?
Exemplos que ilustram as questões:
PROBLEMATIZAÇÃO
•
Tanto o homem como os outros animais intervém na
natureza de modo a não somente se adaptar a ela, mas
adaptá-la às suas necessidades.
•
O homem "pensa" no seu trabalho antes de realizá-lo,
enquanto os animais agem por instinto.
•
O trabalho humano é dirigido por finalidades, é
deliberado e intencional.
DIRECIONAMENTO DA DISCUSSÃO PARA UMA ELABORAÇÃO MAIS
CONCEITUAL DO PROBLEMA:
•
O que seria constitutivo do pensamento (da razão),
peculiar a ele, de tal forma que os animais nunca
poderiam ser considerados como portadores de tal
faculdade?
•
O que define o pensamento em oposição ao trabalho
instintivo dos animais?
DIRECIONAMENTO DAS QUESTÕES PARA UMA INTRODUÇÃO AO
CONCEITO DE LINGUAGEM:
•
Breve apresentação de uma noção inicial do conceito
de LINGUAGEM como capacidade do homem em
representar o mundo através do símbolo
QUESTÕES:
•
Qual a diferença entre a comunicação estabelecida
entre os seres humanos e a comunicação estabelecida
entre os outros animais?
•
Qual a diferença entre a linguagem animal e a
linguagem humana?
PROBLEMATIZAÇÃO:
•
O animal é capaz de representar uma coisa fixa a fim
de se adaptar a uma situação concreta
•
A linguagem simbólica provoca um distanciamento do
homem com o mundo fazendo com que ele organize a
realidade produzindo um sentido
•
A capacidade do homem em representar através da
linguagem simbólica permite que ele lembre do
passado e projete o futuro.
CONCEITOS INTRODUZIDOS NA PRIMEIRA AULA:
•
Natureza |
•
Cultura |
•
Animal |
•
Pensamento |
•
Razão |
•
Linguagem |
•
Universo simbólico |
•
Signos |
•
Significação |
•
Interpretação |
•
Representação
Abstrata |
ARGUMENTAÇÃO:
•
Apresentação de argumentos e exemplos relativos á
discussão Natureza X Cultura, ao conceito de
Trabalho e ao conceito de Linguagem
com base nos textos de referência.
REFERÊNCIAS (Primeira Aula):
ALVES, Rubem. “Símbolos da Ausência”. In: O que é
religião. São Paulo: Editora Brasiliense, 1991.
14ª edição. Pp. 14-22.
ARANHA, Maria Lucia de Arruda & MARTINS, Maria
Helena Pires. “Pensamento e Linguagem”. In:
Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo:
Moderna, 2003.
MONTAIGNE, Michel de. “Apologia de Raymon Sebond”.
In: Ensaios. Vol. II. São Paulo:
Nova Cultural, 1996.
ATIVIDADE SUGERIDA:
•
Passar o texto “Os Símbolos da Ausência”
retirado do livro O que é Religião de
Rubem Alves para que os alunos leiam e façam um
resumo como Verificação de Leitura. O texto
será trabalhado na próxima aula.
OBSERVAÇÃO:
Nessa primeira aula não há leitura de textos.
* Baixe Os
Símbolos da Ausência em formato
ou

►
SEGUNDA AULA:
LEITURA E DISCUSSÃO DE TEXTO
Apresentação e Leitura do texto “Os Símbolos da
Ausência” retirado de O que é religião de
Rubem Alves.
NOÇÕES IMPORTANTES QUE DEVEM SER TRABALHADAS A
PARTIR DA LEITURA DO TEXTO:
•
Homem X Animal: Determinado e Indeterminado
•
Liberdade
•
Idéia de corpo: o significado de o animal ser seu
próprio corpo e o homem ter seu próprio corpo
•
O que é natural no homem? Quando que os imperativos
imediatos do corpo deixam de ser natureza e se
tornam cultura?
•
Por que o homem faz cultura?
•
Homem como ser de desejo e desejo como sintoma de
privação
•
A vida humana é somente uma luta pela sobrevivência?
•
O que significa o homem saber de sua morte?
A AULA:
•
Discussão do texto
•
Introdução e esclarecimento de conceitos
•
Problematizar o argumento do texto em questão
•
Delimitar a solução de Rubem Alves para o problema:
Natureza X Cultura
CONCEITOS INTRODUZIDOS NA SEGUNDA AULA:
•
Desejo |
•
Simbolismo |
•
Cultura |
•
Inconsciente |
•
Liberdade |
|
REFERÊNCIAS (Segunda Aula):
ALVES, Rubem. O que é religião. São Paulo:
Editora Brasiliense, 1991. 14ª edição.
LAPLANCHE.J & PONTALIS, J.-B. Verbetes: Desejo,
Simbolismo, Sublimação, Inconsciente e Adjacentes.
In: Vocabulário da Psicanálise. São Paulo:
Martins Fontes, 1991.
ATIVIDADE SUGERIDA -
Questão para ser respondida em casa:
•
A partir da leitura do texto e da discussão em sala
de aula, explique o título “Os símbolos da
ausência” do texto de Rubem Alves tendo em vista
a relação Natureza X Cultura.
► TERCEIRA
AULA:
APROFUNDAMENTO DAS QUESTÕES DISCUTIDAS SOBRE O TEXTO
“SÍMBOLOS DA AUSÊNCIA”
•
O que diferencia o homem do animal é o fato de que
sua linguagem cria necessariamente um universo
simbólico que busca satisfazer um desejo originário.
•
O homem é um ser de desejo e esse desejo é sintoma
de uma ausência, de uma falta constituinte.
•
Essa falta é ao mesmo tempo aquilo que constitui o
desejo e aquilo que, por ser resultado de uma perda
irrecuperável e irreparável, torna impossível a
satisfação plena desse desejo.
•
O objeto desse desejo é a experiência da plenitude
(ou completude), experiência tornada impossível pela
própria consciência da morte.
•
A morte é aquilo que se insinua a todo instante como
um furo na experiência do homem no mundo, o qual, a
partir de seu nascimento, está fadado a uma busca
que nunca terá como resultado o encontro do objeto
perdido.
•
A plenitude é aquilo que o ser experiencia na
unidade orgânica com o corpo materno, ou seja, antes
do nascimento, no momento em que habita a mais
profunda paz do útero da mãe.
REFERÊNCIAS (Terceira Aula):
ALVES, Rubem. O que é religião. São Paulo:
Editora Brasiliense, 1991. 14ª edição.
FREUD, S. O Mal estar na Civilização. Rio de
Janeiro: Imago, 1997.
LAPLANCHE.J & PONTALIS, J.-B. Vocabulário da
Psicanálise. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
ATIVIDADE SUGERIDA:
•
Passar um trecho do aforismo 354 do livro “A
gaia ciência” de Nietzsche para que os
alunos leiam e façam um resumo como Verificação
de Leitura. O texto será trabalhado na próxima
aula.
* Baixe o
Aforismo 354 (de A Gaia Ciência) em formato
ou

►
QUARTA AULA:
APRESENTAÇÃO E LEITURA
Texto utilizado:
trecho do aforismo 354 retirado de A Gaia Ciência
de Nietzsche
NOÇÕES IMPORTANTES QUE DEVEM SER TRABALHADAS A
PARTIR DA LEITURA DO TEXTO:
•
Consciência X Inconsciência
•
Pensamento consciente X Pensamento inconsciente
•
Comunicação / Linguagem
•
Natureza e Necessidade de comunicação
•
Consciência e Linguagem como rede de ligação entre
pessoas
•
Razão X Consciência
•
Signos e Linguagem
•
Instinto gregário
A AULA:
•
Discussão do texto
•
Introdução e esclarecimento de conceitos
•
Problematizar o argumento do texto em questão
REFERÊNCIAS (Quarta Aula):
NIETZSCHE, F. W. A gaia ciência. São Paulo,
Companhia das Letras, 2001.
► QUINTA
AULA:
APROFUNDAMENTO DAS QUESTÕES DISCUTIDAS SOBRE O TEXTO
DE NIETZSCHE
•
O desenvolvimento da consciência está intimamente
ligado ao desenvolvimento da linguagem, e este, por
sua vez, está fundado sobre a necessidade de
comunicação.
•
O intelecto humano se desenvolveu como um órgão
necessário à conservação da espécie, na medida em
que possibilita criar uma rede de ligação entre os
homens através da linguagem.
•
O homem, como animal naturalmente gregário,
necessita viver em comunidade; ele precisava dos
outros para se proteger, caçar, construir; ele
precisava, sendo o animal mais ameaçado, de ajuda,
de proteção, precisava de seus iguais, tinha de
saber exprimir seu apuro e fazer-se compreensível.
•
Daí a origem forçosa de um meio de comunicação
eficiente que tinha como pressuposto a consciência
dos estados interiores e dos sentimentos para que
estes pudessem ser transmitidos sob a forma de
signos lingüísticos. Com o que se revela a origem da
consciência como algo absolutamente natural e
inserido nas estratégias de adaptação dos seres
vivos ao seu meio. Na ausência de armas naturais, o
homem desenvolveu o intelecto e a consciência para
se adaptar e para se conservar.
•
A linguagem não é nada mais, portanto, do que um
meio de adaptação e de auto-conservação do ser
humano, assim como as carapaças dos moluscos, a
capacidade de voar dos pássaros, os dentes afiados
de um predador; o que nos mostra que a origem do
intelecto, da consciência e todo o universo
simbólico construído pelo homem se encontram
totalmente imersa naquilo que chamamos Natureza.
ATIVIDADE SUGERIDA -
Questão para ser respondida em casa:
•
A partir da leitura do texto e da discussão em sala
de aula EXPLIQUE qual é a natureza da linguagem para
Nietzsche.
REFERÊNCIAS (Quinta Aula):
NIETZSCHE, F. W. A gaia ciência. São Paulo,
Companhia das Letras, 2001.
NIETZSCHE, F. W. “Sobre a verdade e mentira no
sentido extra moral”. In: Obras incompletas.
Coleção: Os pensadores. São Paulo: Nova Cultural,
1991.
► SEXTA
AULA:
O
PROBLEMA NATUREZA E CULTURA RELACIONANDO OS DOIS
TEXTOS TRABALHADOS
•
Dividir a turma em dois grandes grupos e fazer um
debate. Um grupo irá defender a posição de Rubem
Alves e o outro a de Nietzsche.
•
O professor deverá pedir aos alunos que discutam e
apresentem argumentos baseados nos textos e nas
aulas anteriores tendo em vista o problema:
Natureza X Cultura.
•
No debate deverá ser avaliada a participação dos
alunos.
•
O professor deve tentar direcionar a discussão para
a conclusão de que no ser humano as características
biológicas da natureza e os dados culturais estão
profundamente associados.
BIBLIOGRAFIA GERAL:
ALVES, Rubem. O que é religião. São Paulo:
Editora Brasiliense, 1991. 14ª edição.
ARANHA, Maria Lucia de Arruda & MARTINS, Maria
Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia.
São Paulo: Moderna, 2003.
FREUD, S. O Mal estar na Civilização. Rio de
Janeiro: Imago, 1997.
LAPLANCHE.J & PONTALIS, J.-B. Vocabulário da
Psicanálise. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
MONTAIGNE, Michel de. “Apologia de Raymon Sebond”.
In: Ensaios. Vol. II. São Paulo:
Nova Cultural, 1996.
NIETZSCHE, F. W. A gaia ciência. São Paulo,
Companhia das Letras, 2001.
____________. “Sobre a verdade e mentira no sentido
extra moral”. In: Obras incompletas. Coleção:
Os pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1991. |