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jun
20
seg
Defesa de Dissertação CRISTIANE PAULA MARQUES DE CARVALHO @Itinerários terapêuticos de pessoas com TEA e de suas famílias em busca de tratamentos na rede pública de saúde do município de Belo Horizonte/MG
jun 20@14:00

Título: Itinerários terapêuticos de pessoas com TEA e de suas famílias em busca de tratamentos na rede pública de saúde do município de Belo Horizonte/MG

Resumo:

O transtorno do espectro autista (TEA) é um transtorno de neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades sociocomunicativas, pela presença de interesses restritos e estereotipados e por desafios sensoriais. A intervenção precoce especializada e intensiva é determinante para um bom prognóstico. O TEA pode ser entendido como uma questão de saúde pública em virtude da prevalência (1:54 segundo dados estadunidenses) e não tem cura. A taxa de prevalência no Brasil é desconhecida, mas estima-se que pelo menos 4 milhões de pessoas sejam autistas. A etiologia dessa condição neurodivergente não apresenta causas bem definidas, há evidências científicas que apontam para interação genética e ambiental, sendo que o diagnóstico é clinico. O entendimento do diagnóstico de TEA,  historicamente, sofreu diversas alterações e permanece um cenário de controvérsias no Brasil e no mundo. Existem correntes teóricas diferentes sobre a origem do transtorno – ora psicogênica, ora de neurodesenvolvimento, o que faz com que haja diferentes formas de intervenção e diferentes locais da rede pública brasileira para os tratamentos, evidenciando que a clínica do TEA é ainda atravessada por embates políticos e teóricos. A partir de 2012, com a promulgação da Lei Berenice Piana, os autistas brasileiros passaram a ser considerados pessoas com deficiência, passando, assim, a ter todos os direitos inerentes a essa condição, sendo o acesso ao tratamento um direito previsto na Constituição brasileira. Na rede da saúde pública existe uma heterogeneidade de fluxos de tratamentos, o que torna necessário esclarecer como esses direitos estão sendo oferecidos, bem como que a rede pública de saúde oferece os recursos para essas pessoas e para seus familiares. Assim, o objetivo geral desse trabalho é descrever como as pessoas com TEA e ou os seus familiares percebem e descrevem a obtenção do diagnóstico e tratamento na rede SUS/BH. O estudo busca ainda identificar as formas de intervenção dos profissionais, os tratamentos que estão sendo disponibilizados e por quais profissionais, o acesso às orientações, às demandas dos usuários, em quais equipamentos da rede estão sendo tratados e o nível de satisfação ou insatisfação dessas pessoas. Para tanto,  buscamos identificar e analisar os itinerários terapêuticos das pessoas com TEA e de seus familiares na rede pública de saúde no município de Belo Horizonte. Deste modo, realizamos um estudo descritivo exploratório de abordagem quali-quantitativa. Os dados foram coletados por meio de análise documental e questionário online respondido por 95 pessoas, moradores do município de Belo Horizonte e de outros locais que fazem ou fizeram uso da rede pública de saúde deste município.

Comissão Examinadora:

Prof. Maria Luisa Magalhaes Nogueira (UFMG)
Prof. Cassia Beatriz Batista (UFSJ)
Prof. Ana Amelia Cardoso Rodrigues (UFMG)

jun
24
sex
Defesa de Dissertação VINÍCIUS MOREIRA LIMA @Homens em análise: destinos do falo e travessias da virilidade na psicanálise lacaniana
jun 24@13:00

Título: Homens em análise: destinos do falo e travessias da virilidade na psicanálise lacaniana

Resumo:

Neste trabalho, tecido sobre o pano de fundo de uma interface da psicanálise lacaniana com os saberes contemporâneos sobre gênero, raça e sexualidade, buscamos discutir alguns dos destinos que uma experiência de  análise oferece ao falo e à virilidade por meio do estudo de casos clínicos e relatos de passe de homens que atravessaram essa experiência. Como ponto de partida, formulamos a noção de uma virilidade cômica, isto é, um  modo específico de dar corpo à masculinidade pautada por uma ostentação viril que nega sua própria castração e recusa a feminilidade, fazendo um semblante da posse do falo ali onde um sujeito, no fundo, sabe que não o detém. Buscando localizar as coordenadas subjetivas que subjazem a essa posição do “macho”, desdobramos o lugar da degradação do objeto na vida amorosa dos homens, bem como a (não-)relação entre falo e pênis, que aqui propusemos nomear como uma discordância indexada. Ao longo do percurso, utilizamos passagens de casos freudianos relidos por Lacan – o pequeno Hans, o Homem dos Ratos, o Homem dos Lobos –, assim como casos clínicos produzidos pela literatura lacaniana – o paciente de Ella Sharpe, o paciente impotente de Lacan, os relatos de passe de Jésus Santiago e de Bernardino Horne, entre outros –, a fim de recolher elementos que nos permitam pensar as masculinidades na clínica psicanalítica. Como saldo desse percurso, orientados por duas concepções de final de análise fornecidas pela obra de Jacques Lacan (a desidentificação ao falo e a travessia da fantasia), pudemos situar da seguinte forma alguns dos efeitos de uma análise sobre a experiência da masculinidade. Da perspectiva da desidentificação ao falo, o percurso de uma análise permitiria a um sujeito fazer o luto de ser o falo que completa o Outro, consentindo com a barra que marca a incompletude – ou mesmo a inexistência – desse Outro e se autorizando a assumir a dimensão esburacada do desejo, sem precisar subscrever aos imperativos da virilidade ou aos roteiros da cis-heteronormatividade. Da perspectiva da travessia da fantasia, por sua vez, a operação de uma análise conduziria um ser falante a acessar o modo como interpretou seu lugar como objeto diante do Outro e a forma como respondeu a isso em sua empreitada de tornar-se sujeito, franqueando um processo de dessubjetivação mediante o esvaziamento da consistência imaginária do objeto. Ao fazê-lo, uma análise permitiria a um analisante parar de aspirar à virilidade, abrindo caminho para autorizar-se do feminino que o atravessa à sua maneira. Nesse sentido, a travessia da fantasia pode ser considerada como uma operação de desmontagem do engodo viril, uma vez que, por meio dessa travessia, um sujeito é levado a reconhecer a estrutura de semblante da própria virilidade, franqueando-lhe a possibilidade de consentir com a sua castração e, eventualmente, acessar um Outro gozo mais além do falo, que se permite ser atravessado por algo do furo.

Comissão Examinadora:

Prof. Gilson de Paulo Moreira Ianinni (UFMG)

Prof. Jésus Santiago (UFMG)

Prof. Marcus André Vieira (PUC-RJ)

Prof. Guilherme Massara Rocha (UFMG)