A participação de usuários e familiares é um traço constitutivo da construção da Reforma Psiquiátrica brasileira, que iniciou com o movimento de trabalhadores, mas buscou envolver usuários e familiares na definição das políticas para a área, principalmente a partir da II Conferência Nacional de Saúde Mental que ocorreu em 1992 e da na IV Conferência Nacional de Saúde Mental-Intersetorial , que deram ênfase ao protagonismo, organização e fortalecimento do movimento social, favorecendo a emergência e difusão das associações de usuários e familiares. Apesar das ações que têm sido feitas para atender às orientações da II e da IV CNSM, a predominância de lideranças de profissionais no movimento antimanicomial brasileiro ainda é considerada uma fragilidade. O perfil histórico, cultural e social do Brasil, marcado por relações hierárquicas e por desigualdades sociais, educacionais e no âmbito da saúde e do trabalho ajuda a explicar o papel secundário dos usuários e familiares no movimento mas também indica a importância de se fortalecer e disseminar as organizações de base e as associações de usuários e familiares como forma de se deslocar o poder para o público alvo dos programas de saúde mental nos lembra ainda o importante papel político do familiar-cuidador e dos desafios para sua inclusão no processo da Reforma Psiquiátrica, sugerindo a construção de uma nova pedagogia na relação entre os serviços [e] as famílias e, sobretudo, com os familiares-cuidadores, reconhecendo e valorizando seus saberes e recursos forjados na convivência diária com a pessoa com transtorno mental. Com o intuito de contribuir para o fortalecimento do movimento de familiares e usuários da saúde mental em Minas Gerais e, consequentemente, do movimento antimanicomial e da defesa das políticas pública da área, o Encontro de Usuários de Saúde Mental e Familiares de Minas Gerais, se realizará no dia 20 de outubro de 2018, nas dependências da Escola de Educação Física – EEFFTO.