Proponente: Marília Novais da Mata Machado.
O projeto tem em vista investigar, em grupos, organizações, instituições, comunidades e movimentos (conjuntos sociais): (a) processos como criação de vínculos sociais, interações, inclusão social, formação de estratégias, práticas discursivas, tomada de decisão, formação de estratégias, mudança organizacional, transferência e contra-transferência; (b) fenômenos como ideologia, linguagem, discurso, imaginário social, subjetividade, alteridade, responsabilidade social, cultura, comprometimento, práticas discursivas; (c) questões sociais como trabalho infantil, sentido do trabalho, sofrimento, prazer, estresse e saúde no trabalho, construção de cidadania, defesa do meio ambiente, mudanças climáticas, assédio moral, violência.
O projeto busca subsidiar ações de intervenção psicossociológica e, desde que haja demanda nesse sentido, configurar-se como pesquisa-intervenção, método tributário da reflexão suscitada por diversos embates, entre os quais os que opunham os defensores de uma ciência pura aos partidários de uma ciência aplicada; os que utilizavam em suas pesquisas uma situação artificial de laboratório aos que trabalhavam num ambiente de vida real; os que privilegiavam fenômenos simples aos defensores do estudo da complexidade; os que queriam a total isenção e não interferência do estudioso aos que viam como inelutável a implicação do pesquisador no seu trabalho.
Na pesquisa-intervenção, estabelece-se uma relação de colaboração entre pesquisadores e pesquisados, de tal forma que os primeiros respondem, frequentemente com uma postura clínica, a uma demanda de ajuda, escutam as manifestações verbais, entre outras, dos sujeitos sociais que participam do grupo, organização ou comunidade, analisam, interpretam, refletem juntos, gravam, filmam, fazem a devolução do que escutaram, pensaram e registraram, numa palavra, intervêm no conjunto social, vindos de fora. Os segundos não apenas demandam o trabalho, mas também participam ativamente dele: ao se expressarem, também analisam, elaboram suas representações do conjunto social, da pesquisa, da interação estabelecida. Juntos, pesquisadores-consultores e pesquisados-clientes buscam solucionar problemas de ação e de mudança social.
Na busca de informações, dependendo do subprojeto específico, realizam-se entrevistas (de história oral, história de vida, por ex.), observações participantes, procedimentos de pesquisa-ação, pesquisa participante, pesquisa-intervenção, vivências, grupos focais, pesquisa de arquivos e documentos, filmagem, fotografia. Eventualmente, utilizam-se procedimentos quantitativos (entrevistas estruturadas, questionários de questões fechadas e escalas). Para tratamento das informações usam-se análise do discurso, análise do conteúdo, análise de imagens e sons, descrição densa e, eventualmente, estatísticas.