O Programa de Pós-Graduação em Antropologia da UFMG contempla duas áreas de concentração (Antropologia Social e Arqueologia) e seis linhas de pesquisa (Antropologia da Arte, da Ciência e da Tecnologia; Arqueologia Pré-Histórica; Arqueologia do Mundo Moderno e Contemporâneo; Etnologia Indígena e de Povos Tradicionais; Sistemas Simbólicos, Socialidades e Gênero; Território, Poder e Ambiente).
Áreas de Concentração:
- Antropologia Social: Estudos e pesquisas sobre o fenômeno humano de uma forma geral e particular nas suas diversas dimensões ou expressões (do material e do simbólico, do rural e do urbano, das organizações, das representações sociais). Pesquisas etnográficas sobre povos tradicionais (indígenas, ribeirinhos, quilombolas, camponeses, afro-brasileiros) e sobre variados temas e objetos no mundo contemporâneo do ponto de vista antropológico: ciência, arte, imagem, música, sonoridade, gênero, família, corporalidade, movimentos sociais, meio ambiente, globalização, patrimônio cultural.
- Arqueologia: Estudos e pesquisa nas áreas de Arqueologia Pré-Histórica e de Arqueologia Histórica. A Pré-história trabalha com vestígios de populações desaparecidas ou tradicionais (grafismo e pinturas rupestres, cerâmica, indústria lítica), vestígios orgânicos, além de reconstituir o paleoambiente, ou seja, o ambiente no qual as pessoas do período pré-histórico viviam, seu território, seu tipo de ocupação e organização social. A Arqueologia Histórica reúne trabalhos que promovem uma reflexão sobre questões como a gênese da sociedade moderna no Brasil e na América Latina, assim como as conexões históricas que permitem, através do estudo dos vestígios materiais, reconstituir os contextos particulares nos quais se processaram as mudanças nas práticas sociais da região.
Linhas de Pesquisa da Área de Concentração em Antropologia Social:
- Antropologia da Arte, da Ciência e da Tecnologia: Dedica-se a investigar etnográfica e simetricamente fatos e artefatos técnico-científicos-artísticos, a realizar etnografias onde os aspectos sociais e técnico-científicos da inovação, do conhecimento ou da prática em questão não são considerados separadamente. Abarca igualmente as pesquisas sobre objetos de “arte” nas sociedades contemporâneas e tradicionais, sobre o estatuto da imagem no mundo ocidental e não-ocidental, bem como os trabalhos de pesquisa na área da antropologia visual, notadamente do filme documentário e etnográfico.
- Etnologia Indígena e de Povos Tradicionais: Estudos de organização social, cosmologia e relações interétnicas entre os povos indígenas no Brasil. Estudos de indigenismo e políticas do Estado para os povos indígenas. Estudos sobre a diversidade social de povos tradicionais no Brasil contemporâneo e suas trajetórias históricas, incluindo modalidades de organização social, ocupação e uso dos territórios; suas lutas por reconhecimento político e direitos territoriais; a heterogeneidade de formas de expressão cultural e religiosa, e de geração e transmissão de saberes e práticas tradicionais.
- Sistemas Simbólicos, Socialidades e Gênero: Trata-se de uma linha de investigação que, tendo por foco a análise comparada de sociedades, prioriza os sistemas de organização social e de socialidade, lado a lado com as estruturas dos sistemas simbólicos nas suas diversas manifestações: pensamento mágico, religioso, performances, rituais, mitos, ideologias, entre outras. Abarca igualmente os estudos sobre gênero e sexualidade e suas interfaces com outros marcadores sociais da diferença (classe, raça, etnia), sobre as disputas pelo reconhecimento de direitos ligados à sexualidade e ao corpo, bem como pesquisas etnográficas sobre família, parentesco, ciclos de vida.
- Território, Poder e Ambiente: Esta linha de pesquisa abrange temas relacionados a conflitos ambientais e processos de territorialização em escalas diversas, relações entre etnicidade e Estado, alteridades em contextos urbanos e rururbanos, campesinato, direitos de povos e comunidades tradicionais, ecologia política, pluralismo jurídico, entre outros que perpassam as relações entre território, poder e meio ambiente. Afina-se com perspectivas antropológicas que problematizam as dicotomias natureza e cultura, os processos hegemônicos de apropriação do território e as lutas pelo reconhecimento de direitos territoriais na sociedade brasileira.
Linhas de Pesquisa da Área de Concentração em Arqueologia:
- Arqueologia Pré-Histórica: A arqueologia pré-histórica aborda, a partir da cultura material, os sistemas socioeconômicos e culturais das populações pretéritas, desde o passado mais remoto até o momento do contato com os representantes da sociedade colonial. Para tanto, algumas vias de conhecimento servem de suporte, tais como a abordagem tecnológica; a análise de formas de expressão gráfica (sobre suportes rochosos e também sobre artefatos) e de outros aspectos do universo simbólico das sociedades pré-coloniais; a etnoarqueologia, que relaciona os comportamentos atuais com aqueles do passado, contribuindo para a formação de hipóteses interpretativas para a arqueologia. Desta forma, busca-se entender as transformações destas sociedades em suas várias dimensões, bem como seus comportamentos, suas semelhanças e sua diversidade no tempo e no espaço. Os temas prioritários desta linha de pesquisa são: estudo das tecnologias lítica e cerâmica; estudos de formas de expressão e de aspectos simbólicos; análises de estruturas e processos de formação do registro arqueológico; análise das formas de organização do espaço e de sistemas de relações entre sítios; análise de paisagens e de territórios.
- Arqueologia do Mundo Moderno e Contemporâneo: Dedica-se ao estudo do modo de vida e da organização sócio-política do grupos sociais contemporâneos, a partir de sua base material: arqueologia da repressão e do poder, arqueologia da arquitetura, patrimônio material, comportamento de consumo, grupos domésticos, políticas do Estado de proteção e conservação de edificações e bens materiais. Dedica-se igualmente à pesquisa orientada a estudar os processos de conformação das sociedades modernas na região da América do Sul e na Antártica, que contempla temas tais como: uso e ocupação dos territórios por frentes de colonização europeia, diáspora africana, campesinato, mineração colonial, arqueologia de sítios rurais.