Extensão

CULTHIS – Cultura, Trabalho e História

O programa Culthis: Espaço de Atenção Psicossocial ao Preso, Egresso do Sistema Prisional, Familiares e Amigos insere-se na perspectiva de um projeto de pesquisa-intervenção desenvolvido no contexto do sistema prisional de Minas Gerais. Justificada pelo contexto de escassos estudos e pesquisas sobre o encarceramento e sobre a vida extramuros da prisão, a pesquisa-intervenção aparentemente trata de um tema tabu. A detenção e a condição de egresso são raramente tomadas como objeto de estudos e pesquisas, entretanto, paradoxalmente, a prisão não é uma espaço privado, constituindo-se como local privilegiado de análise do social. Além disso, foi observado que os programas governamentais de referência para o egresso não atendem às suas reais necessidades e as de seus familiares e não intervém no sentido de transformar as situações de vulnerabilidade a que estão submetidos.
O programa possui como objetivo compreender os impactos do encarceramento na vida dos presos, dos egressos de prisões e de seus familiares visando a construção de alternativas às precárias condições materiais de existência e a criação de novas significações. Dessa forma, busca: realizar pesquisas e discussões sobre o sistema prisional brasileiro; compreender como os envolvidos integram a experiência da prisão e da reintegração social; fomentar discussões sobre a criminalidade, enfatizando os aspectos sociais, culturais, econômicos e políticos envolvidos nos crimes, de forma a contribuir para a mudança do imaginário social em relação aos presos e egressos; desenvolver metodologia de atendimento ao preso e ao egresso; oferecer atendimento psicossocial aos envolvidos; participar da construção de políticas públicas que busquem a promoção e efetivação dos Direitos Humanos nas prisões e fora delas.
É orientado por referenciais da criminologia crítica e da psicologia do trabalho. A Criminologia crítica nos ajuda a compreender o encarceramento e o crime levando em consideração seus aspectos econômicos, histórico, político e cultural. A psicologia do trabalho, por sua vez, oferece a concepção de trabalho como atividade do homem sobre seu meio e sobre si mesmo, ontologicamente central e inseparável das demais atividades humanas, individuais e coletivas. O diálogo entre essas duas perspectivas amplia nossa compreensão sobre os trabalhos marginais e sobre os processos de criminalização da pobreza como determinante principal do encarceramento no mundo contemporâneo.
Os resultados obtidos demonstram que a prisão deteriora as referências exteriores da vida em liberdade, substituindo-as por elementos e estruturas psico-culturais intimamente relacionadas ao ambiente carcerário e estranhas ao universo social externo e expõem de maneira aclarada a profunda dificuldade encontrada pelo egresso prisional na reconstrução de vínculos sociais e afetivos e em sua reintegração no mundo do trabalho.
Dessa forma, conclui-se à importância da construção de espaços, tanto físicos quanto simbólicos, de acolhimento e orientação aos sujeitos inseridos nesse contexto. No momento de saída da prisão, em que a recuperação dos laços é fundamental para o reconhecimento e a experimentação de uma nova dinâmica de vida, a intervenção deve acontecer de forma a oferecer atenção integral ao ex-detento e a seus familiares a partir de suas necessidades objetivas e subjetivas, em continuidade com ações iniciadas dentro das prisões, junto aos presos que, ao saírem, já possuem vinculo consolidado com os profissionais que o atenderão.

Coordenação: Carolyne Reis Barros
Participantes: Anna Carolina Dias da Silva, Gabrielli dos Santos Pietsch, Isabela Prado Azevedo de Jesus, Izabele Miranda Fonseca, Júlia Eleonora Nunes dos Santos, Luísa Fernandes Araújo, Pedro Mendonça Moreira, Rodrigo Cavalheiro Pereira, Thiago Nascimento Cruz, Victória Matias Santos, Vitória Valentina Cappellesso Finkler, Ynara Ferreira Moura de Otoni.


Instituições financiadoras/parceiras:
PROEX/FAPEMIG


Formação e desenvolvimento de empreendimentos solidários como instrumento de geração de trabalho e renda para a população carcerária e seus familiares (ENCERRADO)

Trata-se de um projeto, em caráter piloto, que busca fomentar ações e o desenvolvimento de estratégias diversificadas de geração de trabalho e renda para a população carcerária, ex-carcerária e seus familiares, visando oferecer a esse público possibilidades concretas de garantia de renda e melhoria de suas condições de vida, tanto no plano material quanto psicossocial. Busca-se igualmente garantir o envolvimento em uma atividade de trabalho que estimule suas capacidades e aspirações futuras e potencialize as relações coletivas fomentando a (re)construção de vínculos sócio afetivos entre os(as) presos(as) e a comunidade externa e que rompem com as concepções de ocupação do preso que têm orientado a oferta de trabalho dentro das unidades prisionais.
Será desenvolvido em parceria com o Ministério Público do Trabalho de Minas Gerais e encontra-se em fase de preparação.

Coordenação: Thaísa Vilela Fonseca Amaral


Direitos humanos e justiça criminal: enfrentando a prisão provisória e o encarceramento em massa no Brasil (ENCERRADO)


Iniciativa do Instituto DH: Promoção, Pesquisa e Intervenção em Direitos Humanos e Cidadania em parceria com o Laboratório de Estudos sobre Trabalho, Cárcere e Direitos Humanos –UFMG e com o Grupo de Amigo/as e Familiares de Pessoas em Privação de Liberdade – MG, na execução do projeto Direitos humanos e justiça criminal: enfrentando a prisão provisória e o encarceramento em massa no Brasil, financiado pelo Fundo Brasil de Direitos Humanos. Este projeto busca desenvolver medidas estratégicas voltadas para o desencarceramento de presos(as) provisórios(as) no estado de Minas Gerais, com recortes de raça, classe e gênero.

Coordenação Vanessa Andrade de Barros


Instituições financiadoras:
Fundo Brasil de Direitos Humanos (2018)

PRó-IMIGRANTES (apoio psicossocial)

Este projeto de extensão busca preparar imigrantes, refugiados, apátridas e residentes com visto humanitário para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O projeto oferece aulas de todos os componentes curriculares do ENEM e, ainda, o curso de Arte e Cultura, que visa ampliar o repertório cultural dos(as) alunos(as) para a prova de redação desse exame. É coordenado pela professora Luciane Corrêa Ferreira, da Faculdade de Letras (FALE) e tem parceria do LabTrab em seu núcleo de Apoio Psicossocial, coordenado pela professora Carolyne Reis Barros. O núcleo tem objetivo de oferecer acompanhamento e orientação para os estudantes.

Coordenação: Carolyne Reis Barros
Participantes: Ana Luisa Anjos, Bárbara Faria, Carolina Mourão, Mariana Oliveira, Renan Marinho.


Plataforma Desencarcera

A Plataforma Desencarcera! é uma iniciativa do Instituto DH: Promoção, Pesquisa e Intervenção em Direitos Humanos e Cidadania em parceria com o Laboratório de Estudos sobre Trabalho, Cárcere e Direitos Humanos –UFMG e com o Grupo de Amigo/as e Familiares de Pessoas em Privação de Liberdade – MG, na execução do projeto Direitos humanos e justiça criminal: enfrentando a prisão provisória e o encarceramento em massa no Brasil, financiado pelo Fundo Brasil de Direitos Humanos. Este projeto busca desenvolver medidas estratégicas voltadas para o desencarceramento de presos(as) provisórios(as) no estado de Minas Gerais, com recortes de raça, classe e gênero.

Acesse aqui.


Coordenação Carolyne Reis Barros, Bárbara Faria, Maria Tereza dos Santos


Instituições financiadoras:
Fundo Brasil de Direitos Humanos (2018)
Instituto Mattos Filho (2021)


Filas em Prisões

O Projeto está vinculado ao programa CULTHIS – Cultura, Trabalho e História, um espaço de acolhimento e acompanhamento psicossocial, jurídico e psicológico para as pessoas que estão ou já estiveram encarceradas, seus amigo(a)s e familiares. A prisão é uma instituição total que impõe obstáculos às interações sociais e os familiares de presos e presas não se deparam apenas com portas fechadas, paredes fortificadas, muros altos e cercas; há a perda dos direitos fundamentais e a desumanização dessas pessoas, que de alguma maneira vivenciam o cárcere.
Nesse contexto possui como objetivo a escuta de pessoas que enfrentam longos períodos de espera em filas diante das prisões para a entrega de objetos pessoais e realização de visitas a seus familiares que se encontram em detenção. Busca também oferecer atenção psicossocial e realizar encaminhamentos para atendimento psicológico e orientação jurídica às pessoas que o demandam.
Tal proposta fundamenta-se no fato de que a experiência do encarceramento não atinge somente a pessoa presa, mas se estende a os seus familiares e amigo(a)s, gerando repercussões e impactos psicossociais significativos em suas vidas.
Este projeto é desenvolvido por alunos e alunas do curso de Psicologia na modalidade estágio supervisionado.

Coordenação: Carolyne Reis Barros


Curso de Desencarceradores Populares (ENCERRADO)

O Curso de Capacitação de Desencarceradores Populares foi destinado a amigos e familiares de presos(as) e demais envolvidos no sistema de justiça capacitando-os a compreenderem o funcionamento jurídico/burocrático do Estado e a encontrarem as ferramentas para reivindicarem seus direitos e de seus(suas) parentes e amigos(as) presos(as). Trabalhamos para unir os saberes vindos da experiência prática de ação e de luta de mobilizadores, juntamente com o conhecimento técnico e teórico dos profissionais da Psicologia e do Direito.

Coordenação: Vanessa Andrade de Barros e Carolyne Reis Barros


Instituições financiadoras:
Fundo Brasil de Direitos Humanos (2018)
Instituto Mattos Filho (2021)


Documentário

Trabalho de documentação visual sobre os temas da prisão e da maternidade, ainda sem título e em fase de filmagem, é realizado por integrantes do Laboratório de Estudos sobre Trabalho, Cárcere e Direitos Humanos da UFMG. O projeto vem se desenvolvendo simultaneamente com outras pesquisas realizadas pelo laboratório, ligadas à temáticas prisionais.
Essa iniciativa tem nos aproximado do universo íntimo de pessoas ligadas às prisões mineiras, colocando-nos frente à histórias que se complementam e gradualmente confirmam que os dramas, as humilhações, as violências e as tragédias vividas por famílias inteiras se repetem – massivamente – quando um parente próximo é subtraído pelo sistema prisional. A toda evidência, esses dramas são homologados pelo Estado e perpetuados em suas instituições pelas mãos de seus funcionários.

Disponível na página do Youtube.

Coordenação: Vanessa Andrade de Barros e Renato Sarieddine Araújo