Biblioteca Luiz Antônio Paixão

E do lado do auditório Bicalho, encontra-se a Biblioteca da FAFICH. Lugar importante para a vida de todos que por aqui passam e cujo acervo é uma referência na área das Ciências Humanas, para todo o Estado de Minas Gerais.
A Biblioteca homenageia o professor Luiz Antônio Paixão. E quem foi ele?
Nascido em Belo Horizonte em 1947, Antônio Luís Paixão fazia o secundário no Estadual Central quando o Golpe de 64 estourou. Militante do Partidão naquela época, entrou para a FAFICH e, juntamente com outros estudantes e professores da casa, ajudou a criar um curso paralelo de Ciências Sociais. Formado, participante ativo dos movimentos contraculturais e dos setores teóricos mais radicais da AP, Paixão concluiu o Mestrado em Ciência Política na FAFICH e foi para New York fazer doutorado em sociologia. A tese nunca foi defendida, mas a experiência estrangeira foi decisiva para tornar Paixão um dos pioneiros nos estudos sociológicos sobre violência e criminalidade no Brasil e um dos mais notáveis especialistas em sociologia das organizações, tendo deixado inúmeros legados na área, entre as quais a criação do CRISP na UFMG. Leitor compulsivo, crítico contundente, não fazia concessões com ninguém, nem consigo mesmo. Analista fino, trabalhador incansável, não costumava perder a elegância, nem a piada. Como escreveram alguns de seus muitos amigos de FAFICH, de boteco e da vida, “Seus amigos sabem que ninguém estava livre de suas piadas. Se ela era boa, não havia amizade nem reverência intelectual que privasse o Paixão e seu público de uma grande risada à custa do alheio. Ninguém ficava tampouco ao largo de suas agudas críticas intelectuais. Só que não dava para ficar ofendido ou raivoso. Tudo era dito com tanta delicadeza e precisão ou com tanta graça que a crítica virava proveito. Amigos, amigos; resenhas, pareceres, avaliações e piadas à parte”. Flama ardente e iluminante, Paixão nos deixou abruptamente em 1996. Teve uma vida breve, mas intensa!