O Centro de Estudos Mineiros, hoje um órgão complementar da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG, existe oficialmente desde 11 de março de 1963, quando foi criado por Portaria da Reitoria, sendo reitor à época o Professor Orlando de Carvalho. No entanto, suas atividades efetivas tiveram início em 1957 e a ideia de sua criação é ainda anterior, de 1956, quando da realização do 1oº Seminário de Estudos Mineiros por um grupo de professores que discutiu a ideia de sua fundação. Considera-se o marco inicial de 1957 como o momento inaugural das atividades do Centro.
O Centro de Estudos Mineiros tem por objetivos regimentais promover e coordenar pesquisas sobre Minas Gerais em seus aspectos econômicos, políticos, sociais, culturais e históricos, bem como buscar integrar a atividade de pesquisa com as de extensão e ensino. Objetiva também promover eventos e a organização de acervos documentais, bem como edições de textos e de relatórios de pesquisas sob sua coordenação.
Inicialmente, o Centro de Estudos Mineiros primou-se em editar monografias sobre Minas como, por exemplo, o livro Associações Religiosas no Ciclo do Ouro, de Fritz Teixeira Sales (1963), Os Dízimos Eclesiásticos do Brasil, de D. Oscar de Oliveira (1964), João Alphonsus. Tempo e Modo, de Fernando Correia Dias (1965), os Anais do Ciclo de Conferências sobre Guimarães Rosa, (1965), Feijão angu e couve, de Eduardo Frieiro (1966), Resíduos seiscentistas em Minas – textos do século do ouro e as projeções do mundo barroco, organizado por Afonso Ávila (1967), O Aleijadinho e a Medicina, de Tancredo Furtado (1970), Mistérios, de José Severiano de Rezende (1971), A decadência das Minas e a fuga da mineração, de Waldemar de Almeida Barbosa (1971), Os Barranqueiros, de Saul Martins (1969) e o Dicionário Biográfico de Minas Gerais – Período Republicano – 1889-1991, em dois volumes, organizado por Norma de Góis Monteiro e Vera Alice Cardoso Silva (1994).
Além disso, o CEM editou os 3 primeiros volumes da Revista Barroco, em 1969, 1970 e 1971, respectivamente. A partir de 1970, na segunda gestão do professor Francisco Iglésias como seu Diretor, houve um redirecionamento de suas atividades, valorizando mais as iniciativas de pesquisa sobre Minas Gerais. Um pouco mais tarde, a gestão do Professor Douglas Cole Libby preocupou-se com a organização de acervos documentais. Destacam-se alguns projetos importantes como o Inventário dos Acervos Documentais Históricos do Estado de Minas Gerais, realizado por uma equipe de pesquisadores liderados pela professora Lucy Fontes Hargreaves, o Guia do Arquivo Histórico da Família Andrada, a organização do Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff, orientado pela professora Regina Helena de Freitas Campos. O Guia do Arquivo Permanente da Mina de Morro Velho, o Resgate dos acervos históricos das Câmaras Municipais de Tiradentes, Sabará e Caeté, além da mais recente pesquisa Família e demografia em Minas Gerais, séculos XVIII, XIX e XX, todos coordenados pelo professor Douglas Cole Libby.
Outros projetos importantes tiveram a coordenação de pesquisadores como Afonso de Alencastro Graça Filho, Andréa Zhouri, Lígia Maria Leite Pereira, Beatriz Ricardina de Magalhães, Clotilde Andrade Paiva, Vera Alice Cardoso Alves e Maria Auxiliadora Faria, dentre outros.
O Centro de Estudos Mineiros foi, também, o responsável pela criação do Programa de História Oral da FAFICH, em 1990, e inicialmente se responsabilizou por ele, com projetos específicos, até sua autonomia como Núcleo de História Oral da FAFICH.
Nestes 60 anos foram Diretores do CEM: Ivo Porto de Menezes, Francisco Iglésias (por 2 gestões alternadas), Fernando Correia Dias, Whashington Peluso Albino de Souza, Daniel Valle Ribeiro, Norma de Góes Monteiro, Renato de Pinho, Vera Alice Cardoso Silva, Beatriz Ricardina de Magalhães, Antônio Luís Paixão, Carlos Eduardo Baesse de Souza, Sheila Brandão Baggio (pro-tempore – 1993), Laura da Veiga, Douglas Cole Libby, Júnia Ferreira Furtado e José Newton Coelho Meneses (atual).
O Centro de Estudos Mineiros, conta hoje com uma Diretoria Executiva e com um Conselho Diretor formado com representantes dos sete Departamentos da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas.
Seminários de Estudos Mineiros
Os Seminários de Estudos Mineiros foram importantes eventos que contribuíram sobremaneira para a discussão e reflexão sobre a história de Minas. Eles se deram a partir do I e II Seminários de Estudos Mineiros, acontecidos respectivamente de 03 a 12 de Abril de 1956 e de 22 a 27 de outubro do mesmo ano. Os outros foram sendo realizados em vários anos seguintes, sem uma periodicidade regular. Tematizaram reflexões importantes como o Cinquentenário da UFMG, “A República Velha em Minas”, “A revolução de 1930”, “A cidade em Minas Gerais”, dentre outras temáticas.
O XI Seminário de Estudos Mineiros, que se realiza nos próximos dias 7 e 8 de novembro, tem como objeto de discussão os 120 anos da cidade de Belo Horizonte e o tricentenário da cidade de Tiradentes, em vários de seus aspectos culturais, econômicos, sociais e patrimoniais. Sob o título “A cidade capital e a vila colonial: 120 anos de Belo Horizonte – 300 anos de São José do Rio das Mortes/Tiradentes”, estarão reunidos pesquisadores e pensadores em seis mesas-redondas e duas conferências, para reflexões abertas à participação de interessados. Projeta-se dar regularidade bianual aos próximos Seminários.
Coordenação do Centro de Estudos Mineiros