“Politicamente nosso objetivo é trazer a Fafich para responsabilizar-se por si mesma, projetar o seu futuro e assumir as responsabilidades por suas escolhas”. Com essa perspectiva em mente, a nova diretoria da Fafich iniciou seus primeiros meses de mandato, que vai de 2016 a 2020. Ela é composta pelo diretor Orestes Diniz Neto (do Departamento de Psicologia), e pelo vice-diretor Bruno Pinheiro Wanderley Reis (do Departamento de Ciência Política). Nessa entrevista eles falam sobre as prioridades e desafios administrativos que vão encarar.
Site: Quais serão as prioridades para o espaço físico da Fafich?
Orestes: Quando nós assumimos a Fafich começamos um processo de diagnóstico inicial. Nós percorremos o prédio todo observando vários aspectos estruturais e alguns deles precisam ser imediatamente atacados. Existem algumas rachaduras antigas que precisam de acompanhamento, então solicitamos que seja feita uma avaliação dessas estruturas. Outro aspecto importante é a parte elétrica da Faculdade. Nosso quadro elétrico se encontra com a capacidade esgotada, portanto já estamos em contato com a Pró-Reitoria de Administração (PRA) para conseguir um novo tipo de projeto. Uma das intervenções que pretendemos fazer é trocar as nossas lâmpadas gradativamente das comuns para LED, o que vai nos gerar uma economia de, no mínimo, um terço. Outro ponto é a manutenção dos ambientes de uso do prédio, como por exemplo os banheiros. Os banheiros estão muito degradados, o que é algo complicado, porque essa degradação não se dá unicamente pelo tempo, mas também por depredação. Pretendemos recuperar os banheiros, o que envolve a restauração e a troca de equipamentos. Os elevadores da Fafich são antigos e precisam de mais do que somente uma manutenção, mas sim de uma reforma ou de instalação de equipamentos mais modernos, inclusive para atender aos portadores de necessidades especiais. O prédio da Fafich não está absolutamente preparado para recebê-los. O auditório Sônia Viegas já está sendo recuperado, conseguimos o recurso junto à Reitoria e já temos um projeto. Existem ainda problemas relacionados à segurança do prédio. Há um histórico de furtos e situações de confrontos que precisam ser solucionados.
Bruno: Estamos encerrando agora um período de relativa abundância no país, um período de vacas gordas. Em tese, a estrutura deveria estar no ponto, mas não está. A sensação que eu tenho é que essas dificuldades são um efeito inesperado de certa decomposição de uma rotina que aparentemente não tem nada a ver com isso. Por exemplo, as reuniões ordinárias da Congregação tal como tem sido. Só com o estabelecimento de uma rotina, de um órgão devidamente pautado que se pode eleger prioridades e realizar projetos e reserva de recursos para essas coisas que são relativamente mais caras, como pacotes grandes de desembolso. Na falta dessa organização, pequenas demandas pontuais tendem a colonizar a rotina de autorização de despesas. E esse é um ciclo vicioso que tem sua origem em uma relativa desarticulação política. Não por acaso as reuniões da Congregação estavam cada vez mais esvaziadas, baixo quórum, os estudantes tinham virado as costas para sua representação formal em órgãos colegiados. Essa é a primeira estratégia geral que fizemos, sinalizar para a Congregação uma rotina em que se pudesse jogar uma pauta.
Site: O que estão pensando em organização do trabalho e da administração da Faculdade? Quais mudanças podem ser feitas e quais já foram feitas nesse sentido?
Orestes: Estamos criando uma Ouvidoria dentro da Fafich que terá o objetivo de mediar e encaminhar soluções para vários conflitos, pacificamente, por meio de diálogo. Uma outra medida é a criação de várias comissões que vão atacar esses problemas. Por exemplo a Comissão de Assuntos Estudantis que pretende facilitar, aproximar e trazer de volta os estudantes para a participação da administração e das decisões responsáveis. Outro exemplo é a Comissão de Orçamento. Essas comissões já tinham sido propostas pela Congregação mas ainda não tinham sido implementadas, mas hoje estamos formando essas comissões e colocando elas para trabalhar.
Site: Como vocês pretendem formular a política institucional de desenvolvimento e capacitação permanentes dos servidores técnico-administrativos?
Orestes: Existem várias intervenções que estamos tentando nesse sentido. A primeira questão é que estamos com um problema sério de sobrecarga de serviço. Cerca de 17% dos técnicos-administrativos estão afastados, por várias razões. Isso é uma média muito alta. A média por unidade é de 5%, então estamos com um nível altíssimo. Então isso tende a prejudicar o funcionamento e sobrecarregar o serviço. Uma coisa que estamos implementando é o Centro de Apoio Administrativo, que está sendo criado agora e vai ficar sob orientação da Diretoria e serão 10 estagiários que irão atuar em situações específicas em demandas que vão ocorrer em cada órgão, em cada setor, e também vão auxiliar na patrimoniação e descarte. São problemas muito sérios que vamos atacar e espero que em um ano tenhamos já a efetivação e resultados. A formação continuada já está acontecendo. Já tivemos técnico-administrativos que fizeram curso de brigadistas, outros de patrimônio e estamos em negociação para outros tipos de atividades de formação
Site: De que maneira o corte de recursos para as Universidades podem afetar os planos? Quais outras fontes de recursos podem ser acionadas?
Orestes: Nosso orçamento pode ser melhorado em duas fontes. De um lado recursos, de outro racionamento de despesas. Eu acredito que à medida que vamos avançando fazer certas coisas que diminuam nossos custos, para que possamos gastar melhor. Por outro lado vamos buscar mais recursos, seja junto à Reitoria ou por outras fontes. As unidades têm a possibilidade de gerar recursos, por isso estamos estudando as melhores maneiras de fazê-lo. Vai depender muito de uma certa criatividade que vamos ter que exercer nos próximos anos, que serão temerosos.